PROSPERIDADE
Muitos sábios orientais do passado foram contra o dinheiro. Você, ao contrário, não é. Poderia, por favor, comentar?
Eu
 não sou contra o dinheiro, sou contra a propensão ao dinheiro. Não sou 
contra as posses, sou contra a possessividade. E essas são dimensões 
totalmente diferentes, diametralmente opostas.
Ser
 contra o dinheiro é estúpido. O dinheiro é um meio muito belo, um meio 
de intercâmbio. Sem ele não pode haver uma cultura evoluída, sociedade 
ou civilização.
Apenas
 imagine que o dinheiro desapareceu do mundo. Então tudo o que é 
confortável, tudo aquilo que lhe dá conforto desaparecerá com ele. As 
pessoas serão reduzidas a uma profunda pobreza.
O
 dinheiro tem prestado uma tremenda ajuda; e é preciso apreciá-lo. 
Assim, não sou contra o dinheiro, mas certamente sou contra a propensão 
ao dinheiro, e as pessoas não fazem essa distinção. Todo o passado 
humano viveu em confusão.
Renuncie à propensão ao dinheiro, mas não há necessidade de renunciar ao
 dinheiro em si. O dinheiro tem de ser criado, a prosperidade tem de ser
 criada.
Sem a prosperidade, toda a ciência desaparecerá, toda a tecnologia 
desaparecerá, todas as grandes conquistas do homem desaparecerão. O 
homem não será capaz de atingir a lua, o homem não será capaz de voar.
Sem o dinheiro, a vida se estagnará, exatamente como sem a linguagem 
toda arte, toda literatura, toda poesia, toda música desaparecerão. 
Exatamente como a linguagem o ajuda a trocar pensamentos, a se 
comunicar, o dinheiro o ajuda a trocar coisas; também é uma forma de 
comunicação.
Mas as pessoas com uma mente propensa ao dinheiro se apegam a ele; 
destroem toda a sua finalidade. Sua finalidade é passar de uma mão a 
outra. É por isso que é chamado de moeda corrente: tem de permanecer 
como uma corrente, movendo-se. Quanto mais se move, melhor; mais rica se
 torna a sociedade.
Se eu tiver apenas uma rupia e ela correr e passar por cinco mil 
sannyasins, então uma rupia se tornará cinco mil rupias. Quanto mais se 
move, mais dinheiro é criado. Funciona como se existissem cinco mil 
rupias - apenas uma rupia!
Mas a pessoa propensa ao dinheiro agarra-se a ele; interrompe a corrente. Ela o segura, apega-se a ele, não o usa.
Osho, em "Dinheiro, Trabalho, Espiritualidade"


