Na Califórnia, EUA, há uma rachadura que se estende por aproximadamente 1,2 mil km, desde o sul, no Mar Salton, até o Cabo Mendocino, no norte.
Essa faixa percorre vias, estações de metrô e linhas de energia. Milhões vivem, trabalham e cruzam essa rachadura todos os dias. Para muitos, isso é questão de preocupação, já que, a qualquer momento, pode arruinar vidas e paralisar a economia nacional.
A partir de um estudo realizado pelo United States Geological Survey, pesquisadores descobriram que um grande terremoto em San Andreas poderia matar 1,8 mil pessoas, ferir 55 mil e causar um dano de 200 milhões de dólares. Levaria quase uma década para a Califórnia se recuperar.
O lado positivo é que, durante o processo de construção e manutenção da infraestrutura nas últimas décadas, os geólogos tiveram um olhar especial para esse rompimento. Enquanto o futuro permanece incerto, as pessoas que vivem perto dessa fenda estão mais preparadas do que nunca.
Toda a Terra, inclusive o oceano, é dividida em segmentos finos, quebradiços e que flutuam no topo de uma camada muito mais grossa, chamada manto. A maior camada de todas é a placa tectônica e corresponde aos continentes e aos subcontinentes do planeta.
Essa
falha está situada entre duas placas tectônicas – a do Pacífico e a da
América do Norte. Porém, nos extremos norte e sul é onde as coisas ficam
mais complicadas. Os verdadeiros problemas surgem quando as placas
ficam presas ou encravadas ao mesmo tempo.
Visões de um desastre
O medo de um terremoto devastador em San Andreas já foi retratado em vários filmes, incluindo Superman. A boa notícia é que a Califórnia não vai afundar no mar. No entanto, desastres podem, sim, acontecer.
Alguns estudos indicam que, no pior dos cenários, a cidade pode passar por um terremoto de classificação 8.3 na escala Richter. Para contextualizar: um terremoto de 6.0 pode causar danos aos prédios. Acima desse nível, as coisas ficam mais complicadas. O maior terremoto registrado nos Estados Unidos foi em 1964, no Alasca, de classificação 9.2.
Ainda que o terremoto nunca se materialize, os cientistas temem que uma ruptura na parte sul possa ser devastadora. Em 1989, o terremoto de Loma Pietra, de 6.9, abalou financeiramente São Francisco, feriu mais de 3 mil pessoas e matou 63.
No entanto, até mesmo um cenário médio seria o suficiente para matar centenas e arruinar a economia.
Em 2008, a cientista da United States Geological Survey, Lucy Jones, publicou o cenário “ShakeOut” – um relatório que mostra o que aconteceria caso ocorresse um terremoto de 7.8 ao longo da costa sul.
Provavelmente, as pessoas que vivem na área ficariam sem energia e água por tempo indeterminado. Os bombeiros também não teriam acesso a água para combater os incêndios que surgiriam na região do desastre. E, na atual situação da Califórnia, um incêndio após o terremoto poderia ser mais devastador do que o tremor em si.
Fugindo da mira
Não é possível prever quando isso acontecerá. Mas, quanto mais estudo, mais é possível ajudar em qualquer evento. No último inverno, o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, anunciou um plano chamado Superação do Projeto, que aborda o risco da cidade caso houvesse um terremoto em San Andreas.
Em 2002, no Alasca, um terremoto alcançou a magnitude de 7,9 – o maior já registrado no interior do país nos últimos 150 anos. Com isso, aproximadamente 550 mil barris de petróleo vazaram por toda a região.
O gasoduto foi construído para acomodar o movimento da Terra, de modo que, mesmo que ela deslize após o terremoto, a estrutura não se danifique nem haja derramamento de óleo. Para isso, engenheiros projetaram a base do oleoduto em um padrão ziguezague, não em linha reta. O objetivo é dar mais flexibilidade. Em caso de tremores, os tubos podem deslizar sobre as vigas, mas não quebram.
Na Califórnia, as tubulações de água e eletricidade poderiam ser construídas ou adaptadas com mais flexibilidade. Especialistas ainda estudam a construção de casas resistentes. Ao contrário de residências tradicionais, estas são feitas de aço e podem deslizar sem quebrar.
Visões de um desastre
O medo de um terremoto devastador em San Andreas já foi retratado em vários filmes, incluindo Superman. A boa notícia é que a Califórnia não vai afundar no mar. No entanto, desastres podem, sim, acontecer.
Alguns estudos indicam que, no pior dos cenários, a cidade pode passar por um terremoto de classificação 8.3 na escala Richter. Para contextualizar: um terremoto de 6.0 pode causar danos aos prédios. Acima desse nível, as coisas ficam mais complicadas. O maior terremoto registrado nos Estados Unidos foi em 1964, no Alasca, de classificação 9.2.
Ainda que o terremoto nunca se materialize, os cientistas temem que uma ruptura na parte sul possa ser devastadora. Em 1989, o terremoto de Loma Pietra, de 6.9, abalou financeiramente São Francisco, feriu mais de 3 mil pessoas e matou 63.
No entanto, até mesmo um cenário médio seria o suficiente para matar centenas e arruinar a economia.
Em 2008, a cientista da United States Geological Survey, Lucy Jones, publicou o cenário “ShakeOut” – um relatório que mostra o que aconteceria caso ocorresse um terremoto de 7.8 ao longo da costa sul.
Provavelmente, as pessoas que vivem na área ficariam sem energia e água por tempo indeterminado. Os bombeiros também não teriam acesso a água para combater os incêndios que surgiriam na região do desastre. E, na atual situação da Califórnia, um incêndio após o terremoto poderia ser mais devastador do que o tremor em si.
Fugindo da mira
Não é possível prever quando isso acontecerá. Mas, quanto mais estudo, mais é possível ajudar em qualquer evento. No último inverno, o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, anunciou um plano chamado Superação do Projeto, que aborda o risco da cidade caso houvesse um terremoto em San Andreas.
Em 2002, no Alasca, um terremoto alcançou a magnitude de 7,9 – o maior já registrado no interior do país nos últimos 150 anos. Com isso, aproximadamente 550 mil barris de petróleo vazaram por toda a região.
O gasoduto foi construído para acomodar o movimento da Terra, de modo que, mesmo que ela deslize após o terremoto, a estrutura não se danifique nem haja derramamento de óleo. Para isso, engenheiros projetaram a base do oleoduto em um padrão ziguezague, não em linha reta. O objetivo é dar mais flexibilidade. Em caso de tremores, os tubos podem deslizar sobre as vigas, mas não quebram.
Na Califórnia, as tubulações de água e eletricidade poderiam ser construídas ou adaptadas com mais flexibilidade. Especialistas ainda estudam a construção de casas resistentes. Ao contrário de residências tradicionais, estas são feitas de aço e podem deslizar sem quebrar.
A
internet pode desenvolver um grande papel também. No futuro, redes de
dispositivos espalhados pela Califórnia podem monitorar o início de um
terremoto. Com isso, válvulas de tubulações seriam desligadas, evitando
danos.
Os cientistas já possuem uma rede sísmica na Califórnia, ainda que mais sensores estejam em desenvolvimento. O custo de um sistema de alerta é em torno de 80 bilhões de dólares, somente para a Califórnia, e 120 milhões de dólares para toda a Costa Oeste. Mas o financiamento é escasso. No início deste ano, o presidente Obama prometeu 5 milhões de dólares para tal desenvolvimento. Os primeiros sensores já estão sendo utilizados pelo sistema de transporte público de São Francisco.
Os cientistas já possuem uma rede sísmica na Califórnia, ainda que mais sensores estejam em desenvolvimento. O custo de um sistema de alerta é em torno de 80 bilhões de dólares, somente para a Califórnia, e 120 milhões de dólares para toda a Costa Oeste. Mas o financiamento é escasso. No início deste ano, o presidente Obama prometeu 5 milhões de dólares para tal desenvolvimento. Os primeiros sensores já estão sendo utilizados pelo sistema de transporte público de São Francisco.
Fonte: http://folhanobre.com.br/2015/12/12/especial-falha-de-san-andreas-como-california-esta-se-preparando-para-catastrofe-inevitavel/14361