Os Oceanos recebem 8 milhões de toneladas de plástico por ano!
Cerca de 8 milhões de toneladas de lixo plástico são lançadas nos oceanos anualmente, segundo cientistas.
Essa
quantidade poderia cobrir 34 vezes toda a área da ilha de Manhattan, em
Nova York, com uma camada de lixo à altura dos joelhos de uma pessoa.
Além disso, supera de 20 a 2 mil vezes os cálculos anteriores sobre a
massa de plástico levada pelas correntes oceânicas.
Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
No Oceano Pacífico há
uma enorme camada flutuante de plástico, com cerca de mil quilômetros
de extensão, que é considerada a maior concentração de lixo do mundo.
O novo
estudo é considerado um dos melhores esforços para quantificar o
plástico despejado, queimado ou arrastado para o mar. Segundo os
pesquisadores, a análise também pode ajudar a descobrir a quantidade
total de plástico existente hoje no oceano – não apenas o material que é
encontrado na superfície ou nas praias.
Grandes
quantidades de resíduos podem estar escondidas no fundo dos oceanos ou
fragmentadas em pedaços tão pequenos que não são captados pelas análises
convencionais. Essas partículas estão sendo ingeridas por criaturas
marinhas – o que pode resultar em consequências desconhecidas.
Os detalhes foram divulgados no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Vilões dos mares
A equipe
de especialistas analisou dados populacionais com informações sobre a
quantidade de lixo gerado e gerenciado (ou não gerenciado). Eles
elaboraram cenários para prever a quantidade de plástico despejado nos
oceanos.
Para o ano
de 2010, esses cenários variam de 4,8 milhões a 12,7 milhões de
toneladas. A cifra de 8 milhões de toneladas é a média dessa variação. O
cenário conservador equivale em termos de massa à quantidade de atum
pescada anualmente nos oceanos.
“Isso
significa que estamos tirando atum e colocando plástico em seu lugar”,
disse Kara Lavender Law, co-autora da pesquisa e porta-voz da Associação
Educacional do Mar de Woods Hole, no Estado americano de
Massachussetts.
Os
cientistas também fizeram uma lista dos países que seriam os maiores
responsáveis pelo despejo desses resíduos. As 20 nações que despejam as
maiores quantidades seriam responsáveis por 83% do plástico mal
gerenciado que pode entrar nos oceanos.
A China
ocupa o topo da lista, produzindo mais de um milhão de toneladas. Mas a
equipe ressalva que é preciso levar em conta a imensa população do país e
a extensão da sua costa.
Os Estados
Unidos ficaram no 20º lugar da lista. O país tem uma grande área
costeira, porém adota melhores práticas de descarte do lixo. Por outro
lado, os EUA registram altos níveis de consumo de plástico per capita. A
União Europeia é analisada em bloco e ocupa o 18º lugar na lista.
Soluções
O estudo recomenda soluções para o
problema. Afirma que as nações ricas precisam reduzir seu consumo de
produtos descartáveis e embalagens de plástico, como sacolas plásticas.
Já os países em desenvolvimento têm que melhorar o tratamento do lixo.
“O crescimento econômico está ligado à
geração de lixo. O crescimento econômico é uma coisa boa, mas o que você
vê normalmente em países em desenvolvimento é que a estrutura de
tratamento do lixo é deixada de lado”, disse a pesquisadora Jenna
Jambeck, da Universidade da Georgia.
“Isso faz
algum sentido na medida em que eles estão mais focados em produzir água
limpa e melhorar o saneamento. Mas não devem se esquecer desse
tratamento porque os problemas só vão ficar piores.”
A equipe de pesquisadores estima que a
quantidade de plástico jogada anualmente nos mares pode alcançar 17,5
milhões de toneladas até 2025. Isso significa que até lá 155 milhões de
toneladas chegarão aos oceanos.
O Banco Mundial estima que o patamar
máximo de lixo produzido no mundo só será atingido em 2100. O
pesquisador Roland Geyer, da Universidade da Califórnia, que também
participou do estudo, disse que não é possível limpar o plástico dos
oceanos. “Fechar a torneira é a única solução”, afirmou à BBC.
“Como você
recolheria o plástico do fundo dos oceanos considerando que a sua
profundidade média é de 4,2 mil metros? Temos antes que evitar que o
plástico chegue aos oceanos.”
“A falta
de sistemas de tratamento de lixo alimenta a entrada de plástico no
oceano”, diz o cientista. “Ajudar todos os países a desenvolver
estruturas de tratamento é a mais alta prioridade”, disse.
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