Camboja, Índia e
México aparecem em seguida, segundo lista elaborada pela organização
Germanwatch com relação a 2013. Países mais pobres são mais vulneráveis a
tragédias naturais.
Com rajadas de até
350 quilômetros por hora, o tufão Haiyan deixou um rastro de destruição
nas Filipinas no dia 8 de novembro de 2013. O tufão – o mais intenso até
então a atingir o arquipélago – deixou mais de seis mil mortos e
desalojou dezenas de milhares de pessoas. Muitos moradores ainda nem
conseguiram re-erguer suas casas e já precisam buscar abrigo para se
protegerem de um novo tufão, o Hagupit, que se aproxima do país.
A tragédia levou
desespero e luto ao arquipélago, que em 2013 alcançou um triste primeiro
lugar: foi o país mais arrasado por fenômenos meteorológicos extremos
naquele ano, segundo ranking elaborado pela organização alemã
Germanwatch. Em segundo e terceiro lugares na lista aparecem Camboja e
Índia, seguidos, na ordem, por México, São Vicente e Granadinas,
Paquistão, Laos, Vietnã, Argentina e Moçambique.
Vulnerabilidade dos países
A organização
ligada ao meio ambiente e ao desenvolvimento elabora a lista há nove
anos e utiliza, como base, dados relativos ao número de mortes em
desastres naturais e as perdas econômicas diretas sofridas em âmbito
doméstico.
Mais de 6 mil morreram com passagem de tufão Haiyan
"O Índice de Risco Climático ressalta a importância de se manter o
aquecimento global abaixo de 2ºC, a fim de evitar catástrofes ainda
maiores", afirma Sönke Kreft, diretor de políticas climáticas
internacionais da Germanwatch e um dos autores do estudo. Ele faz uma
alusão à chamada "meta de dois graus", política que estabelece um teto
máximo para aumento para aquecimento global de dois graus centígrados,
em relação ao nível antes do início da industrialização.
Não por acaso o estudo da organização alemã foi apresentado durante a
Conferência do Clima que acontece em Lima, Peru. "Precisamos reduzir os
efeitos das mudanças climáticas para que catástrofes recordes não
estejam sempre prestes a acontecer", apela Kreft.
Entretanto, o estudo revela-se bastante cauteloso quanto a estabelecer
uma relação direta entre eventos climáticos extremos e mudanças
climáticas. Afinal, segundo o diretor da Germanwatch, a análise dos
dados não permite conclusões sobre uma eventual influência das mudanças
climáticas sobre os fenômenos. O objetivo da publicação é, sobretudo,
traçar "um quadro sobre a vulnerabilidade dos países", ressalta.
Mais ameaçados são os menos preparados
E entre os mais vulneráveis estão, como já era de se esperar, os países
mais pobres do planeta. Nove entre os dez das nações mais afetadas por
catástrofes naturais são países em desenvolvimento, principalmente
aqueles com baixa ou média-baixa renda per capita, segundo o chamado
Langfrist-Index – que abrange de 1994 a 2013.
Honduras, Myanmar e Haiti foram classificados como os países mais
atingidos pelo índice de risco climático de longo prazo. O ranking traz
ainda na sequência Nicarágua, Filipinas, Bangladesh, Vietnã, República
Dominicana e Paquistão.
Cheia no rio Elba causou perdas de 10 bilhões de euros
"O índice mostra que a América Latina e o Caribe – justamente a região
que sedia a cúpula do clima – foi especialmente afetada por duros
eventos climáticos", comentou Kreft. "Esperamos que os resultados do
estudo continuem aumentando a conscientização sobre a necessidade de
proteção e adaptação climáticas".
Alemanha sobe na classificação
O estudo revela ainda que mais de 530 mil pessoas morreram em várias
partes do mundo em decorrência de fenômenos naturais extremos. Países
industrializados também foram afetados pelas catástrofes.
Entre eles está a Alemanha, onde centenas de milhares de pessoas
sofreram enormes perdas com a maior enchente do século, no Rio Elba, no
ano passado. Os danos materiais chegaram a 10 bilhões de euros. A
tragédia levou o país a ficar em 32º lugar no ranking do índice do risco
climático.
AS FILIPINAS DEPOIS DO TUFÃO
Enterro em vala comum
Voluntários carregam uma pessoa morta pelo tufão para uma vala comum nos
arredores da cidade de Tacloban, na ilha de Leyte, onde dezenas de
corpos em decomposição foram enterrados. ONU calcula o número de mortos
em 4.460.
FONTE:
http://www.dw.de/tuf%C3%A3o-coloca-filipinas-no-topo-do-ranking-dos-afetados-por-cat%C3%A1strofes/a-18110250?maca=bra-uol-all-1387-xml-uol