Nos últimos seis meses o campo magnético da Terra esta enfraquecendo 10 vezes mais rápido do que em anos anteriores, informou a Agência Espacial Europeia (ESA).
As mudanças recentes podem indicar que os pólos magnéticos da Terra estão prestes a mudar bruscamente.
O campo magnético, que tem sido descrito como uma enorme bolha que protege a Terra da entrada da radiação cósmica e dos ventos solares carregados de energia, está sempre mudando e a missão Swarm da ESA vem acompanhando mais de perto estas flutuações desde novembro de 2013.
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
Fonte: http://phys.org/
(Phys.org)-O primeiro conjunto de resultados de alta resolução a partir dos três satélites do Programa SWARM da ESA que revelou as mais recentes mudanças no campo magnético que protege o nosso planeta.
Lançado em novembro de 2013, o Swarm está fornecendo insights sem precedentes sobre o complexo funcionamento do campo magnético da Terra, que nos protege da radiação cósmica e do bombardeamento de partículas carregadas emitidas pelos flares solares.
Medições
feitas ao longo dos últimos seis meses confirmam a tendência geral de
enfraquecimento do campo magnético, com as quedas mais dramáticas
acontecendo sobre o Hemisfério Ocidental.
Mas em outras áreas, como o sul do Oceano Índico, o campo magnético tem se fortalecido desde janeiro. As
últimas medições confirmam também o movimento de mudança do polo norte
magnético para a Sibéria, com ele avançando para o interior da Rússia.
Estas
modificações são baseadas nos sinais magnéticos provenientes do núcleo
da terra. Nos próximos meses, os cientistas vão analisar mais dados para
desvendar as contribuições magnéticas provenientes de outras fontes, ou
seja, o manto, a crosta, os oceanos, a ionosfera e a magnetosfera.
Isto irá
proporcionar uma nova visão sobre muitos processos naturais, desde
aqueles que ocorrem profundamente dentro de nosso planeta até à
meteorologia espacial desencadeada pela atividade solar. Por sua vez,
esta informação irá produzir uma melhor compreensão de por que o campo magnético está se enfraquecendo tão rápida e drasticamente.
“Esses resultados iniciais demonstram o excelente desempenho do programa Swarm“, disse Rune Floberghagen, Gerente da Missão Swarm da ESA (European Space Agency).
“Com a resolução sem precedentes obtida, os dados também apresentam a capacidade do SWARM para mapear situações do campo magnético numa escala precisa.” Os
primeiros resultados foram apresentados hoje (20 de junho) no “Third
Swarm Science Meeting” (Terceiro Encontro Ciências Swarm’), em
Copenhague, na Dinamarca.
Sofie
Carsten Nielsen, a ministra dinamarquêsa do Ensino Superior e da
Ciência, destacou a contribuição dinamarquesa para a missão. Swarm
continua o legado do satélite dinamarquês Oersted, que ainda está
operacional, bem como a missão alemã Champ. O instrumento central do
Swarm – o Magnetômetro vetor de campo - foi fornecido pela Universidade Técnica da Dinamarca.
O
Instituto Espacial Nacional da Dinamarca, DTU Space, tem um papel de
liderança – juntamente com 10 institutos europeus e canadenses de
pesquisa – no Swarm Satellite Constellation Application and Research
Facility, que produz modelos avançados com base em dados do programa
SWARM descrevendo cada uma das várias fontes do campo medido. “Estou muito feliz em ver que o programa Swarm de pesquisa se concretizou”, disse Kristian Pedersen, diretor de DTU Space.
Os pólos
magnéticos mudam a cada período de poucas centenas de milhares de anos, e
as alterações na intensidade do campo magnético são parte do ciclo, mas
o que é surpreendente é a taxa pela qual ele está enfraquecendo atualmente. “Os
pesquisadores estimaram que o campo magnético estava enfraquecendo à
taxa de cerca de 5 por cento por século, mas os novos dados revelaram
que o campo realmente esta enfraquecendo à taxa de 5 por cento por década, ou seja, a uma taxa 10 vezes mais rápida do que se pensava anteriormente”, explica Kelly Dickerson em LiveScience.
Os
cientistas esperam que a próxima mudança na orientação dos polos
magnéticos ocorra em cerca de 2.000 anos, mas a este ritmo, a mudança
dos polos e do campo magnético pode acontecer muito mais cedo. O que isso pode significar para os seres humanos?
Que as
bússolas poderiam mudar e apontar o polo sul em vez do polo norte, pela
primeira vez em mais de cem mil anos, e todas as grades de geração e
distribuição de energia e de comunicações podem ser imediatamente
afetadas.
De acordo com a LiveScience,
os maiores pontos fracos no campo magnético atual foram encontrados ao
longo do Hemisfério Ocidental, mas se fortaleceu ao longo do Oceano
Índico Sul desde janeiro de 2014. As últimas medidas, efetuadas pela ESA
e divulgadas em um comunicado à imprensa, sugerem o movimento do Norte
magnético para o interior da Sibéria, em território da Rússia.
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