Por vezes nem nos apercebemos do quanto magoamos os outros

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Para uma sociedade mais feliz, deveríamos ter mais tacto, mais empatia pelos outros, mais noção das consequências dos nossos actos.
 
Frequentemente ouço algumas pessoas dizer: "Eu cá sou muito directo. Quando tenho algo a dizer, digo, doa a quem doer". Também sou apologista da «comunicação». Quando tenho problemas, necessito MESMO de falar directamente com os envolvidos. Mas uma coisa é ser directo, outra é não conseguir falar com os outros sem faltar ao respeito. Quando falamos num tom calmo, mas fazendo valer o nosso ponto de vista, é tão mais fácil sermos compreendidos. Não entendo as pessoas que fazem imensa crítica social, mas não agem para melhorar a situação. Menos entendo as pessoas que falam com os outros de modo agressivo, com uma enorme falta de respeito e até falta de educação. Mas sejamos realistas... normalmente quem obtém mais resultados positivos: uma pessoa agressiva ou uma pessoa empática?... Em suma, deveríamos estar mais atentos ao nosso discurso. Se andarmos com duas pedras na mão, para além de afastarmos os outros, passamos a ser um veículo para a infelicidade.
 
Outra forma de magoar, passa pelos pontapés na autoestima. Porque raio quando alguém consegue obter sucesso, temos de pôr em causa as suas capacidades? Uma amiga minha que fez uma dieta bem sucedida, primeiro ouvia comentários do género "Ai, estás tão cheiinha!". Agora que está muito mais magra, tem de ouvir coisas do género: "Como é que é possível teres emagrecido sem recorrer a comprimidos? Duvido!". O que é que estes comentários trazem de positivo? Nada. São unicamente golpes na autoestima, que não ajudam a pessoa a avançar. Só a empurram para baixo.

Por outro lado, custa-me quando não temos espírito solidário e respeito por pessoas que se encontrem mais fragilizadas. Não fosse eu trabalhar numa Instituição de apoio a idosos, mas tenho mesmo de falar destas pessoas.
 
Como acham que se sente um idoso, quando vai um hospital e ouve um médico dizer para a funcionária da Instituição (como se todos os idosos fossem surdos): "Mas porque vem para cá com um velho desses? Com tantos anos o que se pode esperar?". Imaginem como se sente um idoso que descontou anos a fio e agora, por ser velho, e justamente ser a altura em que mais precisa, sentir que não merece cuidados de saúde porque... bem, tem muitos anos de vida. Eu própria fico indignada com este género de comentários (que se repetem mais do que deveriam) e já tive idosos que choraram à minha frente porque se sentiram feridos na alma. Se um idoso vai para o hospital, é porque o enfermeiro ou o médico do Lar assim o entenderam. Um Lar ainda não tem determinados meios de diagnóstico, para se substituir a um hospital. E um idoso, deve ser acarinhado como qualquer outro ser humano.

Falando ainda de idosos, todos deveríamos ter atenção ao que dizemos em alto e bom som nas ruas. Quantas vezes não fomos passear e, obviamente que alguns idosos têm andarilhos, outros cadeiras de rodas, outros bengala. Podem andar curvados, ter mais rugas... Mas é caso para proferir comentários como: "Ai, coitadinhos! No que a gente se faz...". Novamente: nem todos os idosos são surdos, e mesmo que não digamos estas coisas com maldade, estes comentários magoam. As pessoas sentem verdadeiros golpes na autoestima.

São só exemplos...

Mas acredito que uma sociedade mais justa e feliz, depende da atitude de cada um nós. Devemos por isso estar atentos às consequências do nosso comportamento nos outros. Demonstrar respeito, sorrir mais, falar calmamente, dizer palavras de incentivo, elogiar quem merece... Podemos nem nos aperceber, mas podemos fazer a diferença na vida das outras pessoas!
 
manualdafelicidade.blogspot.com.b

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