O Conhecimento Silencioso

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Baseado e com excertos do livro de C. Castañeda, O Fogo Interior
Todos os pensamentos, sentimentos e emoções que norteiam a vida são governados a partir de um ponto localizado na periferia de nosso Corpo (ovo) Luminoso. E são mantidos como tais pela fixação desse ponto, (a que D. Juan Matus e os todos os outros Feiticeiros Yaquis, detentores da Sabedoria Ancestral Tolteca, anterior pelo menos 15.000 anos às civilizações Inca, Azteca e Maya, chamam de Ponto de Aglutinação) através da identificação. A sua permanência exacta no local  em que se encontra agora, corresponde à quantidade e qualidade da energia com que o alimentamos diariamente. E também ao modo como a utilizamos, evitando ou não os desperdícios. Todo o pensamento, sentimento e emoção pode ser gerador de energia ou  gerar o consumo artificial e/ou desproporcional. As nossas atitudes podem ser auto-geradoras ou consumistas.
Todos nós temos ao inteiro dispor um gigantesco Conhecimento Silencioso, que podemos intuir. Primeiro, precisamos de tomar conhecimento da existência desse ponto, ou Nível de Ser, e depois fazer com que ele se mova.
MOVÊ-LO É A SUPREMA ARTE DO HOMEM. TUDO MUDA, TUDO SE TRANSFORMA. NADA É COMO ANTES, NADA.
Lembrando que o movimento essencial desse ponto é ascendente, na vertical, com sentido de profundidade. Hoje, por exemplo, realizamos a todo instante esse movimento, mas na horizontal, como se deslizássemos sobre o eixo horizontal de uma cruz.

PORTANTO, VEMOS SEMPRE AS MESMAS COISAS, ÀS VEZES POR UM ÂNGULO DIFERENTE, MAS CONTINUAM A SER AS MESMAS.
Quando ascendemos pelo eixo vertical, o eixo do Ser, temos novas camadas a observar: a nossa observação torna-se mais abrangente. Passamos, então, a ‘ver além da montanha’.
A percepção que temos do mundo depende da ascensão desse ponto de aglutinação na periferia do Corpo Luminoso. Lembramos que verticalidade nesse contexto é sinónimo de profundidade. Passamos a ter mais facilidade em locomovê-lo a partir do momento que abrimos mão de certas convicções profundamente enraizadas: a racionalidade e senso comum. Lembramos ainda que somos um recipiente aberto a toda forma de conhecimento, quando permitimos  pode nos conduzir a ‘uma nova maneira de pensar’.
"Os novos videntes chamam as emanações enfatizadas do  lado direito, a consciência normal, o tonal, este mundo, o conhecido, a primeira atenção. O homem médio chama-as de realidade, racionalidade, senso comum.
As   emanações   enfatizadas   compõem   uma   larga   porção   da   faixa   de consciência do  homem, mas uma parte muito pequena do espectro total de emanações presentes no interior do casulo humano.  As   emanações negligenciadas na faixa do homem são consideradas como uma   espécie de preâmbulo ao desconhecido, e o  próprio desconhecido consiste em todas   as emanações que não são parte da faixa humana e que nunca são enfatizadas. Os  videntes   chamam-nas   de   consciência   do   lado   esquerdo,   nagual, o outro mundo, o desconhecido, a segunda atenção."
ESTE CONHECIMENTO HOJE ADORMECIDO NORMALMENTE É CHAMADO DE "CONHECIMENTO SILENCIOSO".
Quando nos referimos ao homem adormecido e o convidamos a despertar, estamos a falar exactamente disso: Despertar o conhecimento que dorme no seu Ser. Todos nós, independente de raça ou crença, possuímos resquícios desse conhecimento, só não conseguimos um contacto maior com ele, devido às convicções e certezas profundamente gravadas na mente.
“A segunda atenção, por outro lado, é um estado mais complexo e especializado do brilho da   consciência. Tem a ver com o desconhecido. Sobrevêm quando emanações incomuns dentro do casulo do homem são utilizadas”.
"A  razão pela qual disse que  a segunda atenção é especializada é que, para se utilizar essas   emanações incomuns, são necessárias tácticas inusuais, elaboradas, que requerem muita disciplina e concentração."
O CONHECIMENTO SILENCIOSO É ABSTRACTO, ESPIRITUAL.
"Se o desejamos, ele não vem; se imploramos, ele não ouve; se corremos atrás dele, ele foge; se tentamos abraçá-lo, ele se transforma no mais completo vazio; se o agredimos, ele nos vira as costas, e se lhe fazemos oferendas, ele vai embora para sempre. Quando tentamos alcançá-lo em benefício próprio, ele foge para além da montanha. O nosso maior erro é querermos nos apoderar dele, como fazemos com as coisas comuns do dia a dia. Quanto mais o desejamos, mais distante ele fica de nós."
TODOS RENUNCIAMOS AO VERDADEIRO CONHECIMENTO, QUANDO NOS AGARRAMOS AO MUNDO DA RAZÃO.
A NOSSA FIRME CONVICÇÃO DE FAZER É EXACTAMENTE AQUILO QUE IMPOSSIBILITA O FAZER.
A sensação clara que temos de saber tudo está directamente relacionada à ansiedade e obstinação.
Quando o Nível de Ser de um homem sofre uma mudança real, ou seja, quando o ponto de aglutinação na periferia do Corpo Luminoso se move ao longo da vertical, tudo fica momentaneamente desconectado. Perdemos provisoriamente o sentido de continuidade, para logo de seguida, sermos reconectados a uma Fonte mais promissora de Luz e Poder.
O PROBLEMA MAIOR É O MEDO DO DESCONHECIDO. É ELE QUE IMPEDE MOVIMENTOS REAIS NA PERIFERIA DO CORPO LUMINOSO.
Este medo é mantido por algo que se chama: AUTO-IMPORTÂNCIA.
Antes de desenvolvermos a individualidade do ‘eu‘ tínhamos mais facilidade em movê-lo, mas depois que nos condicionamos a planear e predizer as acções ficamos presos ao limitado mundo das possibilidades sugeridas, perdendo, assim, contacto com um outro universo de possibilidades. Foi somente a partir do momento que nos entregamos ao ‘eu individual’, tornando-o cada vez mais forte, que perdemos a conexão com o Conhecimento Silencioso.
Somos entidades modernas, herdeiros do conhecimento e da tecnologia, mas tão alienados da Fonte Primordial do Ser que os nossos actos expressam o desespero de uma época onde impera o cinismo,  destruição, miséria e fome. Com esses laços reais rompidos, que antes nos uniam ao verdadeiro Ser, perdemos o contacto com a paz, a satisfação e a realização pessoal.
Precisamos de travar uma verdadeira batalha interior, não uma batalha estúpida individual ou colectiva, em busca de posses materiais que alimentam o orgulho e a vaidade, mas uma luta contra a prepotência deste ‘eu individual‘, que nos separa do Verdadeiro Conhecimento.
Qualquer movimento desse ponto, por menor que seja, na ascendência vertical da periferia do Corpo Luminoso, significa distanciamento das preocupações rotineiras, que prendem a atenção a coisas triviais e sem sentido.
ESTAMOS PRESOS À MODERNIDADE QUE NOS IMPÕE TRAÇOS DE UM HOMICIDA EGOÍSTA, PREOCUPADOS APENAS COM IMAGEM E REPUTAÇÃO.
É A AUSÊNCIA DE ALEGRIA E PAZ QUE NOS FAZ BUSCAR REFÚGIO NO ‘EU INDIVIDUAL‘.
Ver além da montanha significa destronar a imagem que alimentamos de nós mesmos. Quem a alimenta é a auto-importância e seus asseclas: poder, obstinação, orgulho, vaidade, realizações pessoais, reconhecimento, mérito, dentre uma infinidade de outros. Se quisermos ver realmente além da montanha, precisamos retirar da auto-importância esse imenso poder que lhe atribuímos. Existe uma qualidade inerente à auto-importância, que é sua natureza aparentemente independente e necessária à sobrevivência e isso lhe concede o seu falso senso de valor.
SEREMOS VERDADEIRAMENTE IMPORTANTES, QUANDO DEDICARMOS AMOR, CARINHO E COMPREENSÃO A TODOS OS SERES SENSITIVOS QUE ESTÃO À NOSSA VOLTA, SEM NECESSIDADE DE NENHUMA RESPOSTA AUTO-AFIRMATIVA.



Se um dia descobrir por si mesmo que não  é possível de uma forma estritamente racional planear e decidir o curso dos seus actos, deixe então o espírito decidir por si.
O INTELECTO E A INTUIÇÃO NÃO PODEM VIVER UM SEM O OUTRO.

No entanto, a ênfase dada à racionalidade quebrou essa harmonia.
O Lobo 

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