O
representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta,
recomendou o encerramento da fronteira com a Guiné-Conakry para prevenir
a propagação do vírus Ébola, disse uma fonte do gabinete daquele
responsável.
“José Ramos-Horta recomendou em
mensagem dirigida às autoridades competentes da Guiné-Bissau que
encerrem as fronteiras com a Guiné-Conakry como medida drástica, mas
necessária, para proteger o país”, referiu esta fonte citada
quarta-feira pela agência Lusa.
As autoridades
da Guiné-Conakry registaram, desde Janeiro, 122 casos suspeitos de
Ébola, 80 dos quais mortais, tendo o vírus sido já detectado também na
Libéria.
A Guiné-Bissau tem fronteira terrestre com a Guiné-Conakry a leste e a sul e recebe voos oriundos da capital do país vizinho.
De
acordo com a mesma fonte, “mal soube dos primeiros casos de Ébola na
vizinha Guiné”, Ramos-Horta fez circular “uma nota de proibição de
viagens” de todos os funcionários do Gabinete Integrado das Nações
Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) para aquele
país, “mesmo sem uma recomendação da Organização Mundial de Saúde
(OMS)”.
O ministro da Saúde do governo de
transição da Guiné-Bissau, Agostinho Cá, disse à Lusa que o encerramento
da fronteira foi discutido hoje em Conselho de Ministros, mas as
organizações internacionais não aconselharam o encerramento.
“Não fomos aconselhados a fechar, nem foi tomada nenhuma decisão” nesse sentido, referiu.
“Aumentámos
as medidas de prevenção”, com “reforço de pessoal junto à fronteira em
Gabú (Leste), Tombali (Sul) e ilhas para fazer uma triagem de quem
passa”, explicou Agostinho Cá.
Está inclusivamente a ser preparada a distribuição de material de protecção e desinfecção pelas equipas que estão no terreno.
Ao
mesmo tempo, as autoridades estão “a desaconselhar a realização das
tradicionais feiras fronteiriças, onde se concentra muita população”,
concluiu Agostinho Cá.
http://www.verdademundial.org/2014/04/ebola-ramos-horta-recomenda-fecho-da.html