Maçonaria,
forma reduzida e usual de franco-maçonaria, é uma sociedade discreta e
por discreta, entende-se que se trata de ação reservada e que interessa
exclusivamente àqueles que dela participam. De caráter universal, cujos
membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade,
democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo
assim uma associação iniciática e filosófica.
A
maçonaria é, portanto, uma sociedade fraternal, que admite todo homem
livre e de bons costumes, sem distinção de raça, religião, ideário
político ou posição social. Suas principais exigências são que o
candidato acredite em um princípio criador, tenha boa índole, respeite a
família, possua um espírito filantrópico e o firme propósito de tratar
sempre de ir em busca da perfeição, aniquilando seus vícios e
trabalhando para a constante evolução de suas virtudes. Os maçons
estruturam-se e reúnem-se em células autônomas, designadas por oficinas,
ateliers ou (como são mais conhecidas e corretamente designadas) lojas,
"todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si”. Existem,
no mundo, aproximadamente seis milhões de integrantes espalhados pelos
cinco continentes.
ORIGEM
O
nome "maçonaria" provém do francês maçonnerie, que significa
"construção", "alvenaria", "pedreira". O termo maçom (ou maçon), segundo
o mesmo Dicionário, provém do inglês
mason e do francês maçon, que quer dizer 'pedreiro', e do alemão metz,
'cortador de pedra'. O termo maçom, portanto é um aportuguesamento do
francês, maçonaria por extensão significa associação de pedreiros.
Estudiosos e pesquisadores costumam dividir a origem da maçonaria em três fases distintas.
• Maçonaria Primitiva
• Maçonaria Operativa
• Maçonaria Especulativa
MAÇONARIA PRIMITIVA
A
Maçonaria Primitiva, ou "Pré-Maçonaria", é o período que abrange todo o
conhecimento herdado do passado mais remoto da humanidade até o advento
da Maçonaria Operativa. Há quem busque nas primeiras civilizações a
origem iniciática. Outras buscam no ocultismo, na magia e nas crendices
primitivas a origem do sistema filosófico e doutrinário. Tantas são as
controvérsias, que surgiram variadas correntes dentro da maçonaria. A
origem mais aceita, segundo a maioria dos historiadores, é que a
Maçonaria Moderna descende dos antigos construtores de igrejas e
catedrais, corporações formadas sob a influência da Igreja na Idade
Média. É evidente que a falta de documentos e registros dignos de crédito,
envolve a maçonaria numa penumbra histórica, o que faz com que os
fantasistas, talvez pensando em engrandecê-la, inventem as histórias
sobre os primórdios de sua existência. Há vertentes afirmando que ela
teve início na Mesopotâmia, outras confundem os movimentos religiosos do
Egito e dos Caldeus como sendo trabalhos maçônicos. Há escritores que
afirmam ser o Templo de Salomão o berço da Maçonaria. O que existe de
verdade é que a Maçonaria adota princípios e conteúdos filosóficos
milenares, que foram adotados por instituições como as "Guildas" (na
Inglaterra), Compagnonnage (na França), Steinmetzen (na Alemanha). O que
a Maçonaria fez foi adotar todos aqueles sadios princípios que eram
abraçados por instituições que existiram muito antes da formação de
núcleos de trabalho que passaram à história como o nome de Maçonaria
Operativa ou de Ofício.
MAÇONARIA OPERATIVA
A
origem perde-se na Idade Média, se considerarmos as suas origens
Operativas, ou seja, associação de cortadores de pedras verdadeiros, que
tinha como ofício a arte de construção de castelos, muralhas etc. Na
Idade Média o ofício de pedreiro era uma condição cobiçada para classe
do povo. Sendo esta a única guilda que tinha o direito de ir e vir. E
para não perder suas regalias o segredo deveria ser guardado com
bastante zelo.
Após
o declínio do Império Romano, os nobres romanos afastaram-se das
antigas cidades e levaram consigo camponeses para proteção mútua para se
proteger dos bárbaros. Dando início ao sistema de produção baseado na
contratação servil Nobre-Povo (Feudalismo)
Ao
se fixar em novas terras, Os nobres necessitavam de castelos para sua
habitação e fortificações para proteger o feudo. Como a arte de
construção não era nobre deveria advir do povo e como as atividades
agropecuárias e de construção não guardavam nenhuma relação, uma nova
classe surgiu: Os construtores, herdeiros das técnicas romanas e gregas
de construção civil. Outras companhias se formaram: artesão, ferreiro,
marceneiros, tecelões enfim, toda a necessidade do feudo era lá
produzida. A maioria das guildas limitava-se, no entanto às fronteiras
do feudo.
Já
as guildas dos pedreiros necessitavam mover-se para a construção das
estradas e das novas fortificações dos Templários. Os demais membros do
povo não tinham o direito de ir e vir, direito este que hoje temos e nos
é tão cabal. Os segredos da construção eram guardados com
incomensurável zelo, visto que, se caíssem em domínio público as
regalias concedidas à categoria, cessariam. Também não havia interesse
em popularizar a profissão de pedreiro, uma vez que o sistema feudal
exigia a atividade agropecuária dos vassalos. A Igreja Católica
Apostólica Romana encontra neste sistema o ambiente ideal para seu
progresso. Torna-se uma importante, talvez a maior, proprietária feudal,
por meio da proliferação dos mosteiros, que reproduzem a sua estrutura.
No interior dos feudos, a igreja detém o poder político, econômico,
cultural e científico da época.
MAÇONARIA ESPECULATIVA
A
Maçonaria Especulativa A partir dessa data, a maçonaria começou a ser
denominada de "Maçonaria Especulativa". Corresponde à segunda fase, que
utiliza os moldes de organização dos maçons operativos juntamente com
ingredientes fundamentais como o pensamento iluminista, ruptura com a
Igreja Romana e a reconstrução física da cidade de Londres, berço da
maçonaria regular. Com o passar do tempo as construções tornavam-se mais
raras. O feudalismo declinou dando lugar ao mercantilismo. Com
consequência o enfraquecimento da igreja romana. Havendo uma ruptura da
unidade cristã advindas da reforma protestante. Superada a tragédia da
peste negra que dizimou a população mundial, particularmente da Europa,
teve início o Iluminismo no século XVIII, que defendia e tinha como
princípio a razão, ou seja, o modo de pensar, de ter "luz".
A
Inglaterra surge como o berço da Maçonaria Especulativa regular durante a
reconstrução da cidade após um incêndio de grandes proporções em sua
capital Londres em setembro de 1.666 que contou com muitos pedreiros
para reconstruir a cidade nos moldes medievais. Para se manter foram
aceitas outras classes de artífices e essas pessoas formaram
paulatinamente agremiações que mantinham os costumes dos pedreiros nas
suas reuniões, o que diz respeito ao reconhecimento dos seus membros por
intermédio dos sinais característicos da agremiação.
Essas
associações sobreviveram ao tempo. Os segredos das construções não eram
mais guardados a sete chaves, eram estudados publicamente. Todavia o
método de associação era interessante, o método de reconhecimento da
maçonaria operativa era muito útil para o modelo
que surgiu posteriormente. Em vez de erguer edifícios físicos,
catedrais ou estradas, o objetivo era outro: erguer o edifício social
ideal.
MAÇONARIA E RELIGIÃO
A
Maçonaria Universal, regular ou tradicional, é a que professa pela via
sagrada, independentemente do seu credo religioso, trabalha na sua Loja
sob a invocação do Grande Arquiteto do Universo, sobre os livros
sagrados, o esquadro e o compasso. A necessária presença de mais do que
um livro sagrado no altar de juramento, reflete exatamente o espírito
tolerante da maçonaria universal e regular.
Grande
Arquiteto do Universo, etimologicamente se refere ao principal Criador
de tudo que existe, principalmente do mundo material (demiurgo)
independente de uma crença ou religião específica. Assim, 'Grande
Arquiteto do Universo' ou 'G.A.D.U.' é uma designação maçônica para uma
força superior, criadora de tudo o que existe. Com esta abordagem, não
se faz referência a uma ou outra religião ou crença, permitindo que
maçons muçulmanos, católicos, espíritas e outros, por exemplo, se reúnam
numa mesma loja maçônica. Para um maçom de origem católica, por
exemplo, G.A.D.U. o remete a Deus, enquanto que para um muçulmano se
referiria a Alah. Assim as reuniões em loja podem congregar irmãos de
diversas crenças, sem invadir ou questionar seus conteúdos.
MAÇONARIA E SOCIEDADE
A
maçonaria teve influência decisiva em grandes acontecimentos mundiais,
tais como a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos. Tem
sido relevante, desde a Revolução Francesa em diante, a participação da
Maçonaria em levantes, sedições, revoluções e guerras separatistas em
muitos países da Europa e da América. No Brasil, deixou suas marcas,
especialmente na independência do Brasil do jugo da metrópole portuguesa
e, entre outras, a inconfidência mineira e na denominada "Revolução
Farroupilha", no extremo sul do país, tendo legado os símbolos maçônicos
na bandeira do Rio Grande do Sul, estado da Federação brasileira.
Vários outros Estados da Federação possuem símbolos maçônicos nas suas
bandeiras, como Minas Gerais, por exemplo.
A
Revolução Americana (1.776) e Revolução Francesa (1.789) despertaram nos
povos do mundo um sentimento de liberdade nunca antes experimentado.
A
divulgação dos direitos do homem e da ideia de um governo republicano
inspirou a Maçonaria no Brasil, em particular depois da Revolução
Francesa, quando os cidadãos derrubam a monarquia absolutista secular.
As ideias que fermentaram o movimento (século XVIII) haviam levedado o
espírito dos colonos americanos, que emigraram para a América em busca
de liberdade religiosa e política. A Maçonaria é caracteristicamente
universalista por ser uma sociedade que aceita a afiliação de todos os
cidadãos que se enquadrarem na qualificação "livres e de bons costumes",
qualquer que seja a sua raça, a sua nacionalidade, o seu credo, a sua
tendência política ou filosófica, excetuados os adeptos do comunismo
teorético porque seus princípios filosóficos fundamentais negam ao homem
o direito à liberdade individual da autodeterminação.
Potências
e Lojas são autônomas somente em sentido administrativo, Grão-Mestres e
Mestres das Lojas não podem jamais se pronunciar em nome da Maçonaria
Universal. No entanto se autorizados por suas assembleias, podem se
pronunciar oficialmente sobre desenvolvimento dos seus trabalhos, na
escolha da forma e do direcionamento de suas atividades sociais e
culturais.
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