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Livro que reúne estudos publicados nos últimos 40 anos aponta que 85% dos medicamentos aprovados no período são pouco inovadores
27 de março de 2011 | 0h 00 - Karina Toledo - O Estado de S.Paulo
Usuários
de medicamentos estão cada vez mais expostos ao risco de sofrer reações
adversas graves por causa de problemas existentes no sistema de
pesquisa, aprovação e divulgação de novas drogas. Para piorar, mais de
85% dos remédios lançados pela indústria nos últimos 40 anos oferecem
pouca ou nenhuma vantagem terapêutica - quando comparados aos já
existentes - que faça esse risco valer a pena.
As
conclusões estão no livro The Risks of Prescription Drugs (Os Riscos
dos Medicamentos, em tradução livre), lançado recentemente nos Estados
Unidos. Na obra, o cientista social Donald Light reúne pesquisas que
mostram, por exemplo, que as notificações de reações adversas crescem
15% por ano nos EUA, além de o problema ter se tornado a quarta causa de
morte no país.
O
autor elenca uma série de práticas dos laboratórios - batizadas de
"síndrome da proliferação do risco" - que aumenta a probabilidade de os
usuários sofrerem reações adversas. A primeira delas é o fato de a
maioria dos testes feitos para avaliar a eficácia e a segurança de novas
drogas ser conduzida pela própria indústria, de forma a maximizar os
benefícios e minimizar evidências de efeitos colaterais.
"Há
vários estudos que mostram as técnicas usadas para minimizar a
documentação de efeitos adversos", diz Light. Uma delas, segundo ele, é
encurtar os ensaios clínicos e excluir idosos, mulheres e outros
voluntários com maior probabilidade de apresentar problemas. "Quando as
agências reguladoras aprovam uma droga é porque a consideram segura. Mas
a verdade é que elas não têm evidências suficientes para saber isso."
Crítica.
O sanitarista José Rubens Bonfim, da Sociedade Brasileira de Vigilância
de Medicamentos (Sobravime), concorda. A forma como os estudos clínicos
são concebidos, diz ele, não permite avaliar direito a segurança. "Os
melhores ensaios são feitos com cerca de 3 mil pacientes. É pouco." Bonfim
conta que os testes do rimonabanto (remédio para obesidade da
Sanofi-Aventis, cujo nome comercial era Acomplia) foram feitos com 5 mil
voluntários e ainda assim não detectaram o principal efeito adverso, a
propensão ao suicídio, que fez a droga ser retirada do mercado.
Segundo
dados do livro, cerca de um em cada cinco novos medicamentos causa
efeitos colaterais graves o suficiente para necessitar a inclusão de um
alerta na bula ou ser retirado do mercado na primeira década de uso.
Exemplos recentes não faltam, como o remédio contra acne da Roche,
Accutane (isotretinoína), relacionado a doenças inflamatórias
intestinais. E o anti-inflamatório Prexige, da Novartis, proibido no
Brasil depois de causar diversos casos de hepatite, hemorragia, arritmia
e enfartes.
"Todo
mundo deseja evitar o dano. A empresa perde credibilidade e dinheiro
quando tem problema com produto. Mas, às vezes, só com o grande consumo
os problemas são descobertos", diz Nelson Mussolini, do Sindicato das
Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma).
Procurada
pela reportagem, a Pharmaceutical Research and Manufacturers of America
(PhRMA, que representa os principais laboratórios americanos) não
respondeu.
As
campanhas massivas de marketing feitas logo após uma droga ser aprovada
são outro problema citado por Light. Práticas como deixar amostras
grátis nos consultórios médicos, diz ele, encorajam o tratamento com um
produto sobre o qual não se tem certeza da segurança. "Ao longo do
primeiro ano, o medicamento deveria ser usado com cuidado, em população
monitorada", sugere.
Além
disso, diz, as empresas patrocinam estudos em que médicos apresentam
evidências de que a droga também pode ser usada para tratar condições
diferentes daquela para a qual foi aprovada - o uso off label. "Nesse
caso, a chance de benefício é ainda menor, mas o risco de efeito
adverso, não", diz o autor.
"Medicalização".
Para completar a síndrome, Light aponta a influência da indústria na
produção científica que redefiniu os critérios de saúde e transformou
condições naturais - como menopausa, ansiedade e tristeza - em doenças.
"As pessoas estão tomando mais medicamentos por períodos mais longos.
Isso eleva o risco de efeito adverso e de interação medicamentosa."
Os
critérios usados para definir o que é diabete, hipertensão e obesidade
foram afetados pela indústria farmacêutica, afirma a pesquisadora da
Universidade Georgetown Adriane Fugh-Berman, especialista no tema. O que
era considerado pressão arterial normal há 20 anos, exemplifica, hoje é
visto como pré-hipertensão. Pessoas com índice de massa corporal (IMC)
30, que antes não eram consideradas obesas, hoje são obesos moderados.
Isso aumenta o número de pessoas que precisam de tratamento.
"A
indústria está pagando médicos para dizerem que é preciso tratar as
pessoas mais cedo. Estão usando os médicos como marionetes para levar
sua mensagem de marketing", diz Adriane.
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Esse artigo acima, publicado no Estadão em 2011, expõe um pouco do
terror que vivemos hoje em dia, com a indústria farmacêutica dominando o
mundo da medicina. O nome do jogo é lucro, e não saúde. Reações
adversas a medicamentos farmacêuticos são a quarta causa de morte nos
Estados Unidos. E mesmo, assim, nenhuma ação é tomada para conter a
fúria desta indústria, que cresce e se torna cada vez mais poderosa às
custas da vida e da saúde das pessoas.
Olhe à sua volta - quantas pessoas você conhece que têm uma saúde boa e
não fazem uso permanente de nenhum medicamento? Quantas pessoas você
conhece que não vivem às voltas com médicos, exames e remédios? Se você
observar bem, vai ver que as pessoas estão cada vez mais doentes - e
mais dependentes de remédios - apesar de todo "avanço" da medicina nos
últimos anos.
É imperativo mudar esta situação. Infelizmente, como qualquer mudança,
esta não vai acontecer de cima para baixo. Não é o governo que vai
impedir o avanço deste terror (pois ele tem profundos laços de interesse
com a indústra farmacêutica - todo mundo quer um pedaço deste bolo) e
muito menos as descobertas da ciencia. Como este artigo acima mostra, as
pesquisas sobre medicamentos não são verdadeira ciência, mas um arranjo
específico para provar o que se quer provar, que medicamentos altamente
perigosos são seguros. Os verdadeiros cientistas, pessoas comprometidas
com a verdade, são massacrados quando suas descobertas vêm a publico e
tornam evidente essa mostruosidade da industria farmaceutica.
Para dar somente alguns exemplos: Dr. Andrew Wakefield, que fez aquela
famosa pesquisa na Inglaterra mostrando a correlação da vacina tríplice
viral com o autismo - ele foi perseguido e difamado, e a mídia se juntou
à indústria farmacêutica para desacreditar totalmente o seu trabalho
aos olhos do público (claro que nada saiu na mídia sobre os muitos
outros cientistas que fizeram uma revisão da pesquisa do Dr. Wakefield e
a confimaram ) Dr. Hashid Buttar, que fez um trabalho belíssimo
recuperando crianças autistas através da remoção do mercúrio do seu
organismo - um trabalho altamente comprometedor para a indústria
farmacêutica, pois provou, na prática, que o mercúrio (usado nas vacinas
infantis por exemplo) é um fator causador de autismo. Dr. Buttar teve
sua licença para praticar medicina cassada. Dr. Túlio Simoncini, que foi
pioneiro na utilização do bicarbonato de sódio para o tratamento do
câncer - uma prática que põe em risco os lucros da indústria do cancer -
foi proibido de praticar medicina. E por aí à fora.
Então a mudança só virá quando a população acordar para o que está
acontecendo e começar a dizer NÃO para a indústria farmacêutica. NÃO
para o uso de remédios e exames perigosos. NÃO para a medicalização da
vida.
Luciana Valentim - Terapeuta Holística e membro do International Medical Veritas Association (IMVA)
http://caminhosparaasaude.blogspot.com.br