"Ao observarmos a nós mesmos, um maior grau de presença surge automaticamente em nossas vidas. No momento em que percebemos que não estamos presentes,
 estamos presentes. Sempre que formos capazes de observar nossas mentes,
 deixamos de estar aprisionados. Um outro fator surgiu, algo que não 
pertence à mente: a presença observadora.
Esteja
 presente como alguém que observa a mente e examine seus pensamentos, 
suas emoções, assim como suas reações em diferentes circunstâncias. 
Concentre seu interesse não só nas reações, mas também na situação ou na
 pessoa que leva você a reagir. Preste atenção ao pensamento, sinta a 
emoção, observe a reação. Não veja nada como um problema pessoal. 
Sentirá então algo muito mais poderoso do que todas aquelas outras 
coisas que você observa, uma presença serena e observadora por trás do 
conteúdo da sua mente: o observador silencioso."
"Uma
 presença intensa se faz necessária quando certas situações provocam uma
 reação de grande carga emocional, como, por exemplo, no momento em que 
acontece uma ameaça à nossa auto-imagem, um desafio na vida que nos 
cause medo, quando as coisas "vão mal" ou quando um complexo emocional 
do passado vem à tona. Nessas situações, tendemos a nos tornar 
"inconscientes". A reação ou a emoção nos domina, "passamos a ser" ela. 
Passamos a agir como ela. Arranjamos uma justificativa, erramos, 
agredimos, defendemos... só que não somos nós e sim uma reação 
padronizada, a mente em seu estado habitual de sobrevivência. 
Identificar-se
 com a mente dá a ela mais energia, enquanto observar a mente retira a 
sua energia. Identificar-se com a mente gera mais tempo, enquanto 
observar a mente revela a dimensão do tempo infinito. A energia retirada
 da mente se transforma em presença. No momento em que conseguimos 
sentir o que significa estar presente, fica muito mais fácil escolher 
simplesmente escapar da dimensão do tempo e entrar mais profundamente no
 Agora. Isso não prejudica nossa capacidade de usar o tempo — passado ou
 futuro — quando precisamos nos referir a ele em termos práticos. Nem 
prejudica nossa capacidade de usar a mente. Na verdade, estar presente 
aumenta a capacidade. Quando você usar a mente de verdade, ela estará 
mais alerta, mais focalizada."
"O
 passado se perpetua pela falta de presença. O que dá forma ao futuro é a
 qualidade da nossa percepção do momento presente, e o futuro, é claro, 
só pode ser vivenciado no presente."
"Se
 é a qualidade de nossa percepção neste momento que determina o futuro, 
então o que é que determina a qualidade de nossa consciência? O nosso 
grau de presença. Portanto, o único lugar onde pode ocorrer uma mudança 
verdadeira e onde o passado pode se dissolver é no Agora". 
“O
 desconforto, a ansiedade, a tensão, o estresse, a preocupação, todas 
essas formas de medo são causadas por excesso de futuro e pouca 
presença. A culpa, o arrependimento, o ressentimento, a injustiça, a 
tristeza, a amargura, todas as formas de incapacidade de perdão são 
causadas por excesso de passado e pouca presença.” 
“Não
 há salvação dentro do tempo. Você não pode se libertar no futuro. A 
presença é a chave para a liberdade. Portanto, você só pode ser livre 
Agora”.
“Você não pode estar infeliz e completamente presente no Agora, ao mesmo tempo”. 
“Caso
 apareça uma situação com a qual você precise lidar agora, a sua ação 
vai ser clara e objetiva, se conseguir perceber o momento presente. Tem 
muito mais chances de dar certo. Não será uma reação vinda do 
condicionamento da sua mente no passado, mas sim, uma resposta intuitiva
 à situação. Em situações em que a mente teria reagido, você vai achar 
mais eficaz não fazer nada. Fique só centrado no Agora”.
“Ao
 fim dessa luta compulsiva com o Agora, a alegria do Ser passa a fluir 
em tudo o que fazemos. No momento em que a nossa atenção se volta para o
 agora, percebemos uma presença, uma serenidade, uma paz. Não dependemos
 mais do futuro para obtermos plenitude e satisfação, não o olhamos mais
 como salvação.”
“Quando
 cada célula do nosso corpo está tão presente que vibra com a vida, e 
quando conseguimos sentir essa vida a cada momento como alegria do Ser, 
podemos dizer que estamos livres do tempo.”
“Perder o Agora é perder o Ser”. 
“Saber que você não está presente já é um grande sucesso. O simples saber já é
 presença — mesmo que, no início, dure só alguns segundos no tempo do 
relógio antes de desaparecer outra vez. Depois, com uma frequência cada 
vez maior, você escolhe dirigir o foco da consciência para
 o momento presente. Você se torna capaz de ficar presente por períodos 
mais longos. Portanto, antes que sejamos capazes de nos estabelecer com 
firmeza no estado de presença, oscilamos, periodicamente, de um lado 
para o outro, entre a consciência e a inconsciência, entre o estado de 
presença e o estado de identificação com a mente. Perdemos o Agora 
várias vezes, mas retornamos a ele. Por fim, a presença se torna o 
estado predominante.
A
 maioria das pessoas nunca vivencia a presença. Ela acontece apenas de 
modo breve e acidental, em raras ocasiões, sem ser reconhecida pelo que 
é. Muitos seres humanos não se alternam entre consciência e 
inconsciência, mas somente em diferentes níveis de inconsciência.”
“Chamo
 de inconsciência comum essa identificação com os nossos processos de 
pensamentos, e emoções, nossas reações, desejos e aversões. É o estado 
normal da maioria das pessoas. Nesse estado, somos governados pela mente
 e não temos consciência do Ser. Não se trata de um estado de sofrimento
 agudo ou de infelicidade, mas de um nível baixo e contínuo de 
desconforto, descontentamento, enfado ou nervosismo, como uma espécie de
 estática ao fundo. Talvez você não perceba muito bem essa situação 
porque ela já faz parte da nossa vida “normal”, da mesma forma que você 
não percebe o barulho contínuo ao fundo, como o zumbido do 
ar-condicionado, até ele parar. Quando isso acontece de repente, ocorre 
uma sensação de alívio.”
“O
 melhor indicador do nível de consciência é a maneira como você lida com
 os desafios da vida. É através desses desafios que uma pessoa já 
inconsciente tende a se tornar mais profundamente inconsciente, e uma 
pessoa consciente a se tornar intensamente consciente. Podemos nos valer
 de um desafio para nos acordar ou para permitir que ele nos empurre 
para um sono mais profundo. O sonho do nível da inconsciência comum se 
transforma, então, em pesadelo. 
Se
 você não consegue estar presente mesmo em situações normais, como, por 
exemplo, quando está sozinho em uma sala, caminhando no campo ou ouvindo
 alguém, certamente não será capaz de permanecer consciente quando 
alguma coisa ‘vai mal’. Será dominado por uma reação, que é sempre, em 
última análise, alguma forma de medo, e empurrado para uma inconsciência
 profunda. Esses desafios são os seus testes. Só o modo como você lida 
com eles mostrará onde você está no que se refere ao seu estado de 
consciência, e não a quantidade de horas que você consegue ficar sentado
 com os olhos fechados.
Portanto,
 é fundamental colocar mais consciência em sua vida durante as situações
 comuns, quando tudo está correndo de modo relativamente tranquilo. É 
assim que se aumenta o poder de presença. Ele gera um campo energético 
de alta frequência vibracional em você e ao seu redor. Nenhuma 
inconsciência, nenhuma negatividade, nenhuma discórdia ou violência pode
 penetrar nesse campo e sobreviver, do mesmo modo que a escuridão não 
consegue sobreviver na presença da luz.”
“Quando ficamos mais conscientes do presente, podemos ter um insight
 sobre o porque de determinados condicionamentos. Podemos perceber, por 
exemplo,  se seguirmos algum padrão nos nossos relacionamentos e podemos
 ver mais claramente coisas que aconteceram no passado. Fazer isso é bom
 e pode ser útil, mas não é o essencial. O que é essencial é a nossa 
presença consciente. Ela dissolve o passado. Ela é o 
agente transformador. Portanto, não procure entender o passado, mas 
esteja presente tanto quanto conseguir. O passado não consegue 
sobreviver diante da sua presença, só na sua ausência.”
“Sempre
 que observamos a mente, livramos a consciência das formas da mente, 
criando aquilo que chamamos o observador ou a testemunha. 
Consequentemente, o observador — que é a pura consciência além da forma —
 se torna mais forte, e as formações mentais se tornam mais fracas. 
Quando falamos sobre observar a mente, estamos personalizando um fato de
 verdadeiro significado cósmico porque, através de você, a consciência 
está despertando do seu sonho de identificação com a forma e se 
retirando da forma. Isso é o prenúncio — e também parte — de um 
acontecimento que provavelmente ainda está num futuro distante, no que 
diz respeito ao tempo cronológico. Esse conhecimento é conhecido como o 
fim do mundo.”
Blog: http://pensarcompulsivo.blogspot.com


 
 

