A Terra esta mais próxima de mudanças irreversíveis, na medida em que a humanidade ultrapassa 4 de 9 limites planetários
O planeta
Terra está deslizando para uma “zona de perigo”, na medida em que a
humanidade já atravessou quatro das nove fases ambientais, os chamados
limites planetários, se aproximando, potencialmente de “mudanças irreversíveis“, afirma um estudo de alto perfil.
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
Terra mais próxima de “mudanças irreversíveis”, como a humanidade atravessa 4 de 9 limites planetários
Publicação: 18 de janeiro de 2015 – 15:42
http://rt.com/news – Moscou, Rússia
Uma
combinação de fatores, incluindo as alterações climáticas, mudanças nos
padrões de agricultura e outras atividades humanas que causam mudanças
biológicas e químicas para a natureza (não menos do que o uso de
fertilizantes) têm colocado o planeta mais perto da “zona de perigo” a partir do qual não há retorno, afirma um estudo na revista Science, publicada quinta-feira:
“Estamos correndo para cima e para além dos limites biofísicos que permitem a civilização humana tal como a conhecemos de existir”,
declarou o
co-autor do estudo Steve Carpenter, diretor da University of
Wisconsin-Madison Center for Limnology (Universidade de
Wisconsin-Madison Centro de Limnologia), como citado pelo site da
universidade.
O trabalho foi realizado por 18 especialistas de renome em suas áreas, o estudo intitulado “fronteiras planetárias: orienta o desenvolvimento humano em um planeta em mudança”
assinala que a atividade humana está mudando as funções planetárias,
desestabilizando complexas interações entre as pessoas, oceanos, a terra
e da atmosfera.
“Pela primeira vez na história humana, precisamos observar o risco de desestabilizar todo o sistema da Terra“,
um dos autores do estudo, o professor John Rockstrom, da Universidade
de Estocolmo, disse à Fundação Thomson Reuters. Seu colega, o Professor
Will Steffen, acredita que
“passado um certo limite, a redução das emissões de gases com efeito estufa, a perda de biodiversidade, ou a mudança no uso da terra … não poderá reverter ou mesmo retardar as tendências de degradação do sistema Terra, com consequências potencialmente catastróficas (para a “civilização”).”
O
relatório baseia-se na ideia dos nove “limites” que se originou em 2009.
Cada fase representa limites dentro dos quais a humanidade possa viver
de forma sustentável e no que isso implicaria.
As nove fronteiras planetárias
- As alterações climáticas
- Mudança na integridade da biosfera (perda de biodiversidade e extinção de espécies)
- A destruição da camada do ozônio estratosférico
- A acidificação dos oceanos
- Os fluxos biogeoquímicos (ciclos de fósforo e nitrogênio)
- A mudança do sistema terrestre (por exemplo, o desmatamento)
- A utilização de água doce
- Carga de aerossóis (partículas microscópicas na atmosfera que afetam o clima e os organismos vivos)
- Introdução de novas entidades (por exemplo, poluentes orgânicos, materiais radioativos, nanomateriais, e micro-plásticos).
Cada uma é
marcada por uma mudança irreversível para o nosso ambiente e, uma vez
atingido, é seguido por um período em que pode agir ou deixar tudo
piorar ainda mais. E
“Dado o ritmo da mudança, já não podemos excluir a possibilidade de chegar a pontos críticos de ruptura que pode abruptamente e de forma irreversível mudar as condições de vida na Terra”, diz o relatório.
Já em Setembro do ano passado, um relatório do WWF disse que a Terra atravessou três das nove “fronteiras planetárias” identificadas, que qualificou de “alterações potencialmente catastróficas para a vida humana como a conhecemos”, incluindo a biodiversidade, os níveis de dióxido de carbono e poluição por fertilizantes de nitrogênio.
Os cientistas consideram que as mudanças climáticas estão no topo da lista dos limites planetários, os pesquisadores acreditam.
“Estamos em um ponto onde podemos ver mudanças abruptas e irreversíveis devido às mudanças climáticas”,
continuou
Rockstrom, fazendo referência em particular ao risco de derretimento de
grandes placas de gelo do Ártico, que liberam grande quantidade de gases
de efeito estufa.
De acordo com o estudo, o nosso planeta tem “estado notavelmente estável“ durante os quase 12.000 últimos anos (n.t. período que coincide com a era pós dilúvio, ocorrido em 10.986 a.C.).
Esta estabilidade, porém, mudou nos últimos 100 anos, de acordo com Carpenter, que disse que “tudo que é importante para a civilização” ocorreu durante esse específico período de tempo – na agricultura até a revolução industrial.
O
documento será discutido durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos,
na Suíça na semana que vem, apresentado como uma chamada de atenção para
os decisores políticos. Também será incorporado à estratégia
global próxima da ONU, em setembro, para quando os atuais Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio expirarem.
Saiba mais sobre mudanças climáticas em:
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