Ao falarmos que não
entendemos uma pessoa por causa de suas ideias, comportamentos, atitudes
ou pelo simples fato de pensarem de forma diferente comparando com os
velhos paradigmas já determinados pela sociedade, acabamos tratando de
forma discriminada e taxando as mesmas como loucas, consequentemente
desconsiderando-as.
O louco não tem o que acrescentar, pois sua experiência, muitas
vezes, não faz parte da realidade compartilhada pelas demais pessoas da
sociedade, ou seja as pessoas “normais”.
Não podemos resumir a taxação à outrem com a simples frase “Eu não
entendo os pensamentos dessa pessoa, então ela é louca” diante disso
podemos concluir o quão elevado é o grau de insensatez do julgador em
adjetivar alguém de louco. Acredito que de loucos essas pessoas não tem
nada, são apenas pessoas fortes em um ambiente vultuoso tentando mostrar
a verdade às mentes que ainda não puderam compreender a loucura sóbria
das mentes que outrora receberam o atributo já qualificado na inicial.
A loucura é historicamente construída. De acordo com cada época, com
cada contexto sociopolítico, a loucura é definida e compreendida.
Entretanto, temos a tendência a pensar que falar em loucura é falar em
psiquiatria. Uma análise da história da loucura nos mostra, entretanto,
que a doença mental como expressão da loucura começou a existir apenas
em um determinado momento histórico. A constituição da loucura não se dá
a partir da psiquiatria, mas sim da divisão entre razão e não razão.
Inclusive, é por causa da loucura que a própria psiquiatria pode
existir.
A loucura é a coragem da verdade, é deixa-se Ser, independentemente
das normas pré-concebidas; é “não ter medo de mostrar as verdades para o
mundo”
A loucura só é doença e só tem realidade e valor de doença no
interior de uma cultura que a reconhece como tal.” Desta forma, é
imprescindível ter sempre em mente que da mesma forma que a loucura não
existe sem a razão, nossa tão querida e cultuada razão também não existe
sem a loucura; as duas coexistem, em relação. A loucura está dentro da
razão, pois se caracteriza não pelos comportamentos do louco, mas pela
quebra das regras do que é considerado “normal”. Assim, o erro na
conceituação da loucura feita pelo discurso científico está em tomá-la
como um fato em si quando, na realidade, ela é essencialmente relacional
e varia de acordo com o contexto histórico.
Diante do exposto, estou caminhando para a loucura e deixo o espaço
aberto para as devidas taxações caso acharem necessária consumando a
ideia central do artigo.
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