Isso é um vergonha...........Medicina da USP Ribeirão também teve denúncias de estupro, diz diretor

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À Alesp, Carlos Carlotti relatou dois casos, um deles registrado há 2 meses.
Deputado protocolou nesta terça pedido de CPI para investigar casos.

Do G1, em São Paulo
 
Segunda audiência da Alesp sobre estupros na USP ouviu o diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (Foto: Reprodução/TV Globo)
O diretor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Carlos Gilberto Carlotti Jr. (Foto: Reprodução/TV Globo) 
O diretor da Faculdade de Medicina da USP de
Ribeirão Preto, Carlos Gilberto Carlotti Jr.
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Carlos Gilberto Carlotti Jr., diretor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, afirmou nesta terça-feira (25), em audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que a unidade criou comissões para apurar denúncias de estupros envolvendo alunos de medicina. Um deles aconteceu dentro do campus do Interior, há dois meses.
"A sociedade entende que o médico é um profissional diferente. Ele tem algumas atribuições que você não pode admitir um comportamemto como esse. Por isso nós já tomamos algumas preocupações, desde o currículo médico, para que isso não ocorra", afirmou ele no fim da audiência.
Além da violência sexual contra alunas, o curso de medicina em Ribeirão, que foi o mais concorrido na edição do ano passado do vestibular da Fuvest, também tem sido criticado por letras de música do hino da bateria dos estudantes do curso. O material, contendo expressões como "morena gostosa", "loirinha bunduda" e "preta imunda", foi distribuída no kit oficial entregue aos calouros neste ano.

No dia 13, um protesto organizado pelo Coletivo Negro da USP em Ribeirão Preto criticou a letra, que classificou como como misógina, machista, racista e de incentivo à violência sexual.
Essa foi a segunda audiência pública realizada pela Comissão sobre violações de direitos humanos nas faculdades. Além da diretoria do curso de medicina em Ribeirão, a diretoria da Faculdade de Medicina da campus nas Clínicas, na Capital, também foi convidada a comparecer à audiência. Mas, segundo a assessoria de imprensa da FMUSP, o diretor e o vice-diretor recusaram o convite, afirmando que só poderão tomar uma posição oficial em nome da faculdade após ela ter sido aprovada pela Congregação, órgão máximo decisório da unidade.
Uma reunião extraordinária da Congregação será realizada na manhã desta quarta-feira (26).
CPI para apurar omissão
Segundo a assessoria de imprensa do deputado estadual Adriano Diogo (PT), nesta terça-feira (25) foi protocolado o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Alesp para apurar se houve omissão, por parte das unidades da USP, na hora de apurar as denúncias e punir os possíveis envolvidos.
De acordo com a assessoria, 39 deputados assinaram o pedido, mais do que o número mínimo exigido, de 32, e nesta semana o colégio de líderes deve deliberar sobre a possibilidade de a CPI entrar na pauta de votação da assembleia, para que seja aberta em caráter de urgência ainda neste ano.
A comissão também aprovou a realização de uma terceira audiência pública sobre o assunto na semana que vem, e convocou mais uma vez a diretoria da FMUSP e das entidades estudantis.
A faculdade está em processo de investigação dos casos de denúncias de estupros de alunas e outros tipos de violência nas festas promovidas pelos estudantes. Em reunião no Ministério Público na noite desta segunda-feira (25), o diretor da FMUSP informou que a instituição recebeu quatro denúncias formais. No inquérito civil, a promotora relata oito casos de denúncia registrados desde 2011.
ENTENDA: Casos de violência na Medicina da USP
Inquérito no MP-SP: A Faculdade de Medicina da USP está sendo investigada pelo Ministério Público de São Paulo em um inquérito que apura se houve omissão, por parte da diretoria, na investigação e punição de casos de violência e abuso sexual contra alunas do curso de medicina. Pelo menos oito casos foram relatados no inquérito do MP. A promotora de Justiça Paula de Figueiredo Silva se reuniu com a diretoria da FMUSP para saber que procedimentos estão sendo feitos para combater as denúncias.

Audiências na Alesp: As denúncias também são apuradas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde duas audiências sobre o tema foram realizadas em novembro e um pedido de abertura de CPI sobre o tema foi protocolado.

Incentivo em festas: Segundo mulheres vítimas de violência e integrantes do Coletivo Feminista Geni, que denunciaram os casos, a Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (Aaaoc) estimula a violência contra a mulher por meio de hinos com letras que minimizam a questão e festas com presença de prostitutas e estímulo ao consumo de álcool. A antropóloga que coordena o grupo USP Diversidade, ligado à Reitoria, afirma que a violência sexual na universidade é mais comum durante festas e trotes universitários.

Investigação policial: Um dos casos de estupro, contra uma então caloura de medicina em 2011, ocorreu durante uma destas festas; neste mês, o suspeito foi indiciado pela Polícia Civil, mas o inquérito ainda não foi concluído. Procurados pelo G1, diretores da gestão atual da Atlética se recusaram a falar sobre o caso de 2011.
Posição da FMUSP: Em resposta às apurações do MP-SP e da Alesp, a FMUSP suspendeu as festas no campus até que o assunto seja debatido pela Congregação, afirmou que vai assumir a organização da semana dos calouros, onde será proibido o consumo de álcool, e anunciou a criação de um centro para acolher e dar assistência psicológica e jurídica a vítimas de violações de direitos dentro da universidade.

Posição da Reitoria da USP: O reitor da USP, Marco Antônio Zago, também se pronunciou sobre o tema. Segundo ele, a violência dentro da instituição é um reflexo do que acontece na sociedade.

G1

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