Cientistas confirmam existência da vida depois da morte

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Natalia Burkova

O que acontece quando uma pessoa exala o seu último suspiro e o último som quase incompreensível sai da sua garganta? Esta pergunta é muito incômoda a toda a cultura de consumo do mundo ocidental, que pretende fazer as pessoas esquecerem o inevitável.

Mas a maioria já viveu. Nós, os vivos, fazemos parte de uma minoria ínfima, se compararmos com o número de todos os que já abandonaram este mundo.

A obsessão com a morte é natural no homem em todas as épocas históricas, não somente na contemporânea. Existem inúmeras obras de arte de todos os séculos que tentam captar a passagem entre a vida e a morte.

Analisando a arte, chega-se a outra conclusão: que outrora, as pessoas tinham uma consolação considerável que lhes ajudava: a religião, cujo abrigo muitos ocidentais abandonaram já para sempre.

No entanto, há estudiosos que realizam pesquisas da área da medicina e que visam dar um sentido à vida humana. Sem tocar no lado religioso do assunto, eles se inscrevem na tradição do doutor norte-americano Raymond Moody, que sugeriu a existência dos chamados NDE, estados de quase-morte (Near Death Experience, em inglês).

É de notar que nem todas as pessoas que experimentaram a morte clínica tiveram necessariamente experiências de quase-morte. Porém, há relatos positivos de mais de 60% dessas pessoas (o resto afirma não se lembrar bem). Desses 60%, menos de 10% tiveram NDE negativos, ou seja, visões de inferno ou de uma bruma em direção à qual eles se moviam. Os 50% restantes, no entanto, contaram sobre experiências que fazem lembrar um famoso quadro de Hieronymus Bosch, pintor holandês do século XVI. Naquele quadro, um anjo recebe as almas dos fiéis que voam aos céus.

A ciência fundada pelo doutor Moody se chama tanatologia. Os tanatólogos contatam que todos os moribundos tiveram mais ou menos as mesmas visões: parentes defuntos, levitação no ar no momento da parada cardíaca, um voo a grande velocidade aos céus através de uma bruma imensa, o julgamento proferido por um ente de luz, durante o qual a pessoa repassa toda a sua vida, sentindo todo o mal que ela causou aos seus próximos. Como se a pessoa se julgasse ela própria, com o juiz celeste na qualidade de árbitro.

Muitos dos sobreviventes à morte clínica ficam muito zangados com os médicos que lhes fizeram regressar à vida. Todos os que experimentaram esse estado declaram não temer mais a morte, mas, sim, o que vai acontecer depois daquele julgamento do anjo.

É muito interessante que já não se trata de testemunhas separadas, mas de um exercício coletivo de reflexão e de preparação de uma conclusão geral que pode levar um dia ao retorno da religião. Sem ser religiosa, a medicina parece ter alcançado por fim o grau de verdade e sinceridade próprio das grandes religiões.

Quem sabe se um dia, quando os cientistas recolherem as provas necessárias, nós não iremos assistir ao ensino escolar dos resultados das pesquisas, o que irá proteger os nossos filhos deste estado de vazio que nos cerca por todo o lado?

Voz da Rússia
http://brasilsoberanoelivre.blogspot.com.br

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