Sepultamentos estão sendo negociados com famílias, diz dono de funerária.
Metade dos contratados está afastada e último concurso preencheu 2 vagas.
Há 10 anos o quadro de funcionários do Cemitério Municipal de Barretos
(SP) não consegue ficar completo. O problema é a dificuldade em
encontrar pessoas que queiram trabalhar como coveiro. No último concurso
público, há três anos, mesmo sem exigir formação técnica ou
experiência, apenas duas das quatro vagas oferecidas foram preenchidas. A
falta de funcionários vem prejudicando o serviço, já que não há mão de
obra suficiente para a demanda.
Nem a estabilidade e o salário de R$ 1.068 - além de cesta básica - faz com que candidatos apareçam. “Talvez a procura não aconteça pelo fato de as pessoas acharem que não é um serviço bom. Tem que lidar com a emoção das pessoas, afinal, a pior hora da vida é quando você precisa desse serviço”, afirma a administradora Luciana Soares de Pinho, destacando que o cemitério de Barretos conta, atualmente, com seis coveiros para cuidar de 17 mil túmulos. Metade do quadro de funcionários, no entanto, está afastada por algum tipo de problema.
O empresário Carlos Alberto Ribeiro, dono de uma funerária, explica que
a falta de coveiros interfere também na programação da cerimônia
considerada como a mais triste para a maioria das pessoas: o enterro.
Isso porque, é preciso negociar com as famílias horários em que haja
trabalhadores no local. “A gente conversa com a família, mostra os
horários e coloca os sepultamentos de meia em meia hora. Não dá para
marcar dois ao mesmo tempo porque tumultua na entrada do cemitério,
tumultua para enterrar”, conta.
Trabalho pesado
Ser coveiro realmente não é um trabalho fácil. Além dos enterros, também faz parte da profissão colaborar com a limpeza e, às vezes, realizar a exumação de corpos. Em outras situações, é preciso ainda amparar familiares que acabaram de perder um ente querido, como afirma o coveiro Osmir Antônio Andrade. “Dependendo do momento, a gente passa a ser até psicólogo", diz o funcionário, que já enfrentou situações bastante inusitadas. "É duro ter frieza em uma hora dessas. Pode acontecer de alguém desmaiar e ter até que chamar uma ambulância."
Mesmo assim, Osmir não se arrepende de ter deixado a profissão de mecânico para se tornar coveiro. “Vou ficar aqui eternamente. Tanto trabalhando como depois da morte”, brinca.
Nem a estabilidade e o salário de R$ 1.068 - além de cesta básica - faz com que candidatos apareçam. “Talvez a procura não aconteça pelo fato de as pessoas acharem que não é um serviço bom. Tem que lidar com a emoção das pessoas, afinal, a pior hora da vida é quando você precisa desse serviço”, afirma a administradora Luciana Soares de Pinho, destacando que o cemitério de Barretos conta, atualmente, com seis coveiros para cuidar de 17 mil túmulos. Metade do quadro de funcionários, no entanto, está afastada por algum tipo de problema.
Trabalho pesado
Ser coveiro realmente não é um trabalho fácil. Além dos enterros, também faz parte da profissão colaborar com a limpeza e, às vezes, realizar a exumação de corpos. Em outras situações, é preciso ainda amparar familiares que acabaram de perder um ente querido, como afirma o coveiro Osmir Antônio Andrade. “Dependendo do momento, a gente passa a ser até psicólogo", diz o funcionário, que já enfrentou situações bastante inusitadas. "É duro ter frieza em uma hora dessas. Pode acontecer de alguém desmaiar e ter até que chamar uma ambulância."
Mesmo assim, Osmir não se arrepende de ter deixado a profissão de mecânico para se tornar coveiro. “Vou ficar aqui eternamente. Tanto trabalhando como depois da morte”, brinca.
Osmir é um dos três coveiros que ainda trabalham no Cemitério de Barretos (Foto: Valdinei Malaguti/EPTV)
tópicos:
Fonte G1