“A felicidade em pessoas inteligentes, é das coisas mais raras que conheço.” Ernest Hemingway
A genial fotógrafa anglo-ashkenazim Francesca Woodman.]
No blog ”Psychological Comments”, encontrei um texto de Satoshi Kanazawa, cientista que tenho refutado aqui no blog, especificamente em relação à sua teoria sobre comportamentos ”evolutivamente novos” e ”inteligência” (leia-se em letras garrafais, apenas qi). Novamente, levanto as minhas mangas para refutar mais um achado dele, que tem sido extensivamente propagado tanto pela ”ciência mainstream’” quanto pela ”ciência-ciência”. Agora se não bastasse as ”””””’ pessoas mais inteligentes”””’ serem mais atraentes que as pessoas menos inteligentes, elas também são mais saudáveis, férteis e felizes. Mas de onde que uma maior inteligência tem resultado em maior felicidade**
Eu me pergunto: ”em que mundo que estes psicometristas e muitos psicólogos evolucionistas vivem****” … não parece que é no planeta Terra. Podem estar em outra dimensão, porque nesta aqui, seja por fatores ambientais, seja por predisposições relacionadas com a própria morfologia cerebral, as PESSOAS MAIS INTELIGENTES, em um sentido geral, são menos felizes e especialmente em comparação às pessoas de baixa inteligência.
A ignorância é uma bênção
Truman, o personagem principal do filme ”O Show de Truman”, tem um emprego estável, uma esposa bonita e prendada, uma vida completamente funcional e tranquila. Eu poderia estimar sua inteligência técnica em torno de 103-107. Ele é o típico homem do povo, que quer levar a sua vida na mais abençoada paz de Deus e tem poucas dúvidas sobre o seu mundo ao redor.
Alguns poderiam ser ríspidos ao classificá-lo como uma pessoa estúpida, que de fato ele é, apesar de sua grande capacidade para acatar a realidade que lhe foi dada, segundo a estória do filme, claro.
Se comparado a um marginal do ghetto, Truman é claramente mais inteligente e especialmente por causa de sua funcionalidade de acordo com os parâmetros tecnocráticos de nossas sociedades modernas.
Brancos com qi mais baixo tendem a ser menos atraentes que os brancos com maior inteligência técnica , comparativamente falando. Truman não é o ser humano do sexo masculino mais atraente do mundo, mas não há nada de ”errado” nele, não tem excessos e nem escassez.
Se Truman fosse excepcionalmente inteligente, ele já teria percebido que o mundo em que vive é uma farsa e até os seus 20 anos de idade, muito provavelmente, já teria se rebelado contra a suprema matrix a que foi aprisionado.
No entanto, para que a estória tivesse maior nexo com a realidade, foi ponderado que seria melhor caracterizá-lo como uma pessoa de intelecto muito mediano, incapaz de acordar para a realidade, ao menos em tempo precoce.
OS MAIS…
No blog do psychological comments, eu comentei refutando a teoria e mostrando um exemplo emblemático de minha existência, meu pai. Se Truman pudesse ser considerado como um average joey no mundo real, meu pai ao menos, encontra-se bem mais a frente que este tipo, visto que é muito improvável que não tenha um qi acima de 120. Meu pai é tecnicamente inteligente, do tipo que sempre faz um trabalho bem feito. Ele é honesto e já ocupou cargos técnicos que exigem elevada capacidade.
Já nos proporcionou um padrão de vida alto, especialmente durante a minha infância e hoje, demonstra-se novamente apto para gerir com facilidade as minúcias de um tecnocrata, um mantenedor técnico do sistema.
Além do seu alto qi, sua capacidade de manter uma vida estável, ele também é uma das pessoas mais felizes e de alto estima que eu conheço. E não é o único. Dentro da minha família paterna, há uma grande incidência deste fenótipo,
alta inteligência técnica,
baixa inteligência intelectual
Eu já falei várias vezes aqui que parece muito claro que existem dois tipos muito distintos de inteligência, a técnica e a intelectual. A inteligência técnica pode ser RELATIVAMENTE, bem medida, por qi, provas escolares, provas de vestibular, Sat ou para entrar no exército americano. Já a inteligência intelectual ou simplesmente intelecto, se relacionaria não apenas à capacidade de execução de tarefas especializadas e repetitivas, mas também com tudo aquilo que define o ser humano, ou seja, a sua personalidade, seu caráter, sua autoconsciência, suas motivações etc…
Meu pai se encaixa perfeitamente com o modelo de MAIS inteligente que Kanazawa e cia tem tentado nos empurrar. Como eu também tenho mostrado várias vezes, toda esta maneira extremamente simplista de avaliar a inteligência humana, deriva do trabalho de Lewis Terman. E é inacreditável, ou nem tanto, que tenhamos milhares, se não milhões de pessoas inteligentes, que acreditam que ter um qi acima de 130 é o principal meio de se saber qual é a inteligência de um indivíduo. Eles não só acreditam veementemente nisto como também com requintes de detalhes, onde por exemplo, ter um qi 3 pontos abaixo ou 7 pontos mais alto é motivo para discussão, sem cabimento… :(
Meu pai é completamente estúpido em um sentido intelectual, basicamente porque ele tenta adaptar o seu estilo de pensamento predominantemente técnico para com a intelectualidade. A intelectualidade se relaciona com o intelecto e por conseguinte com a nossa capacidade de responder a todos os eventos que se sucedem em nosso ambiente e\ou que nos influencia diretamente. Intelectualidade é um quase-substantivo para sabedoria ou para inteligência instintiva.
As pessoas que são excepcionalmente boas para gerir funções técnicas, pelo que parece, não costumam ser boas para entender o mundo real, basicamente porque elas evoluíram para ocupar as suas respectivas funções na sociedade, como mantenedores das engrenagens de nossa sociedade e não como criadoras ou inovadoras.
Qi como único medidor de inteligência não é uma maneira muito inteligente para entender plenamente como funciona a hierarquia de nossas capacidades, ou hierarquias, no plural.
Existem diferentes tipos de pessoas inteligentes e o qi é na melhor das hipóteses, secundário em importância. No entanto, dizer este tipo de coisa para os ”matemáticos” da psicologia evolucionista é quase que como blasfemar o nome de Phillipe Rushton em voz alta.
Os mais inteligentes segundo essas pesquisas psicométricas ”modernas”, são apenas uma replicação do modelo metodológico de aplicação adotado por Terman no seu infame estudo sobre ”inteligência” nos anos 20.
Os espécimes mais inteligentes da humanidade são conhecidos como ”gênios”. Ao menos os superdotados ou crianças precoces, costumam pertencer a uma categoria que se assemelha consideravelmente para com os gênios, ainda que seja parcialmente arbitrário tentar dividir os grupos de alta inteligência, ainda que eles existam e que mereçam uma melhor caracterização específica.
Em alguns estudos recentes, foi encontrado uma grande variação coletiva e individual de qi entre superdotados ou crianças precoces. Para desespero de muitos deterministas de qi, ou ”termaníacos”, um adolescente excepcionalmente talentoso em sua especialização, pontuou ”apenas” 108 de qi performance, isso sem levar em conta o seu qi espacial, que foi de apenas 75, extremamente baixo.
Se os gênios se caracterizam por PAIXÃO substancialmente elevada em relação aos seus interesses de aprofundamento intelectual, então isto poderia reverberar internamente, como um perfil de inteligência ASSIMÉTRICA, exatamente igual ao garoto superdotado com qi próximo do de Truman.
Os gênios, muitas vezes, não serão aqueles com as maiores pontuações na escola, na faculdade ou mesmo na vida real. Depende do grau de especialização cognitiva inata do gênio que estará sendo analisado. Pode-se determinar os gênios como ”aquele que é muito acima da média em uma atividade intelectual ou técnica específica”. Os tipos com extrema especialização podem não pontuar alto em qi, visto que o seu tipo de inteligência é tão raro, que o generalista qi não será capaz de quantificar com exatidão a sua capacidade.
Eu já sugeri que a genialidade tende a se dividir em 3 tipos, os gênios criativos, os científicos e os de alto qi. Os de alto qi são, muito parcialmente, os tipos que este tipo de estudo generalista geralmente analisa. Eu sugeri que a criatividade é um estilo cognitivo inverso da inteligência técnica, visto que enquanto que o primeiro busca a criação de algo novo, o segundo se baseia na manutenção de ”algo velho”.
Então pensamos: milhares de pessoas tecnicamente inteligentes representam ”os mais inteligentes, que são mais felizes”, enquanto que o prodígio violinista com qi 107, se acaso fosse colocado na mesma pesquisa, não seria identificado como ”mais inteligente” e ainda ”perigaria” de não ser ”mais feliz”.
Em resumo, os gênios são os MAIS INTELIGENTES, gênios criativos são consideravelmente menos felizes que pessoas ”normais”, gênios científicos são relativamente mais felizes, mas parece que os gênios científicos mais inteligentes tenderão a ser quase tão infelizes quanto os gênios criativos, se podemos dividi-los desta maneira pelo fato da existência de uma linha tênue e tão arbitrária quanto fronteira de país, que eu defini, apenas para entrar nos conformes, é um espectro, uma continuidade de traços e não uma divisão verdadeira. Lewis Terman em seu famoso estudo, encontrou que os seus termites de alto qi, eram mais felizes, saudáveis e profissionalmente bem sucedidos do que os seus pares de outras categorias quantitativas de qi. No entanto, aqueles com as mais altas pontuações de qi, ou seja, que eu defini como ”gênios alto qi”, apresentaram mais problemas disfuncionais, de comportamento assim como uma maior incidência de ”transtornos mentais”, como depressão.
Conclusão, os mais inteligentes do estudo de Kanazawa, não são realmente os mais inteligentes e teria feito TODA A DIFERENÇA se o psicólogo tivesse ESPECIFICADO os resultados encontrados, coisa que não fez, resultando na manutenção desta briga interna.
Depressão existencial
Muitos gênios famosos cometeram suicídio. Recentemente, o excepcionalmente talentoso Robin Williams, o gênio da comédia, cometeu suicídio. Aqueles que tem habilidades geralmente muito específicas a um nível extremamente elevado, tendem por várias razões, a se tornarem mais depressivos ou socialmente disfuncionais ao longo da vida do que aqueles que não são possuídos por estes ”super poderes”.
A depressão existencial, termo cunhado e desenvolvido pelo quase-desconhecido psicólogo dentro da comunidade HBD, Kazimierz Dabrowski, é uma realidade muito comum em mentes excepcionalmente brilhantes. Parece tão óbvio que beira ao ridículo tentar explicar o porquê. Basicamente, pelo mundo estúpido em que vivemos; a enorme diferença DE TODOS OS TRAÇOS PSICOLÓGICOS, COMPORTAMENTAIS, COGNITIVOS E INTELECTUAIS entre gênios e ”não-gênios”, tornando-os candidatos ”hour concours” para a solidão; predisposições inatas para o desenvolvimento de transtornos mentais, além de todas aquelas possibilidades de ”aspecto menos científico” como maior espiritualidade.
Dabrowski encontrou que os superdotados são mais afetados pela depressão existencial do que os demais e uma das causas desta realidade seria justamente por causa das famosas ”hiper-sensibilidades”.
Como eu mostrei aqui, os cientistas do passado confirmaram o milenar conhecimento popular sobre a etiologia da extrema inteligência e\ou criatividade humanas, onde desde a milênios, já se notava o famoso ”toque de loucura” em mentes excepcionais.
E como eu tenho continuamente mostrado, graças ao trabalho de Lewis Terman, que passamos a considerar qualquer um ”com” qi acima de 130 como gênio, quando na verdade, é bem mais complexo que isso, sem falar que praticamente já foi comprovado anteriormente.
O problema da interpretação
Se Kanazawa pensa exatamente igual a Terman, de 80-90 anos atrás, que o qi é completo em sua capacidade de mensurar inteligência, então adentramos ao erro fundamental, à ”ideia-mãe” errada do trabalho de Terman, que tem sido sustentada e até mesmo ”confirmada”. Criou-se a ideia de que ser mais inteligente, sempre se relacionará com correlações positivas, quando os próprios gênios tem confirmado que não.
Lombroso disse em seu O Homem de Gênio, que os gênios insanos foram aqueles deram as maiores contribuições para a humanidade, ao invés do ”gênio são”.
Se o mais inteligente é o gênio e a maioria deles não levaram (não levam) vidas extremamente funcionais, não eram mais saudáveis, na verdade, até tinham muitos problemas de saúde que podem ter se correlacionado com suas extremas capacidades ou não, não eram mais atraentes que a média, só ouvi o burburinho em relação à beleza de Leonardo Da Vinci, o resto não ganharia concursos de beleza, não eram mais felizes e suas famílias são marcadas por traços hereditários incompatíveis com o show de Truman que os eugenistas modernos acreditam, então qual é a dificuldade de ao menos, tentar entender o que está se passando*****
Vocês já repararam que eu uso MUITO alguns termos como TENDIAM, TENDEM A SER, que chega a ser até chato de ler.
Mas é necessário, porque eu não estou fazendo afirmações rígidas, nem é minha pretensão. Quando encontramos causalidades, não significa que 1+1=2…
… Significa que: 1+1 tende a ser 2 ou é mais provável de ser 2. Mesmo assim, eu não posso inferir nada de extremamente sólido sobre isso, se eu falo de diversidade, de fenótipos, de vários traços combinando um com outro, para produzir uma pessoa, eu falo de complexidade e não de contas matemáticas.
A matemática é maravilhosa e faz nossas vidas melhores, mas ainda não é possível termos uma matemática inexata, que possa ter respostas sólidas, tal como quando calculamos a área de uma construção. O exato é aquilo que se sustenta, o inexato é aquilo que é fluido ou que é constante, que está em movimento.
Conclusão
Errado: os mais inteligentes são mais felizes.
Certo: aqueles que pontuam alto em testes de qi, tendem a ser mais felizes que aqueles que pontuam baixo. Qi se relaciona com a idealização da inteligência técnica e não com o conceito geral de inteligência. Genialidade e estupidez abarcam o conceito geral de inteligência. Alta inteligência técnica e baixa inteligência técnica abarcam o conceito idealizado de atributos específicos, geralmente de natureza técnica da inteligência.
Extrema capacidade, por vários fatores, se relaciona com depressão existencial, que se baseia no desenvolvimento de extrema autoconsciência. A autoconsciência elevada é um traço fundamentalmente humano, um componente qualitativo que define nossa identidade cultural, histórica e mental. Aqueles com mais elevada autoconsciência, indubitavelmente tenderão a ser extremamente inteligentes, especialmente em um sentido mentalista ou intelectual e …. saber demais, quase sempre provoca crises profundas de identidade e de aceitação da realidade.
Os mais tecnicamente inteligentes são mais felizes, porque combinam elementos de grande capacidade, especificamente a de utilidade dentro da sociedade, com a famosa ignorância dos mais pobres.
Eu vejo gente pobre e na maioria das vezes, que será menos inteligente, felizes com o pouco que tem, enquanto que quase todo excepcionalmente inteligente, parece se encontrar cronicamente mal adaptado ao mundo da idiocracia. Eles não são apenas apáticos em relação a um mundo de idiotas, eles estão desesperados com o mundo a sua volta. Muitas vezes, o suicídio se torna a melhor maneira para acabar com este tipo de sofrimento.
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