Exame revelou que, após três horas de ingestão de escitalopram, as conexões entre as células cerebrais diminuíram
Antidepressivo: mudança nas conexões cerebrais ocorreram principalmente no cerebelo e no tálamo(Creatas Images/Thinkstock/VEJA)
Uma única dose do antidepressivo escitalopram (também conhecido pelo
comercial de Lexapro) pode mudar a estrutura do cérebro. A mudança nas
conexões cerebrais ocorre depois três horas da ingestão do medicamento.
Essa é a conclusão de um estudo publicado na quinta-feira no periódico Current Biology.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Serotonergic Modulation of Intrinsic Functional Connectivity
Onde foi divulgada: Current Biology.
Quem fez: Alexander
Schaefer, Inga Burmann, Ralf Regenthal, Katrin Arélin, Claudia Barth,
André Pampel, Arno Villringer, Daniel S. Margulies e Julia Sacher
Instituição: Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências do Cérebro, na Alemanha.
Resultado: Ressonância
magnética revelou que consumo do antidepressivo escitalopram diminuiu a
conexão entre as células cerebrais de voluntários.
O escitalopram é de uma classe de medicamentos chamada de inibidores
seletivos de receptação (SSRI, na sigla em inglês). Esse tipo de remédio
ajusta a disponibilidade da serotonina, neurotransmissor que regula o
humor, no corpo. Ele diminui a sua reabsorção pelo organismo.
O estudo observou 22 pessoas saudáveis, das quais uma parte tomou o
medicamento e outra não. Cada grupo foi submetido a três ressonâncias
magnéticas em dias distintos: uma sem que os participantes ingerissem
qualquer substância; a segunda três horas depois da ingestão de uma
dose de Lexapro (para os voluntários que tomaram o remédio) e a última
três horas depois de uma dose de placebo. Os cientistas, então,
compararam as conexões cerebrais entre os voluntários em todas as fases
da pesquisa.
Leia também:
Conexão cerebral — Os
exames revelaram que diminuiu a conectividade entre as células
cerebrais das pessoas que tomaram escitalopram. Além disso, as regiões
do cérebro se tornaram mais interdependentes. Essa característica foi
notada, principalmente, no cerebelo, que coordena o movimento
voluntário, e no tálamo, responsável pela parte sensorial.
"Nós não esperávamos que esse medicamento tivesse um efeito tão eminente
em um prazo tão curto e que o efeito afetaria todo o cérebro", diz
Julia Sacher, do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências do
Cérebro, na Alemanha.
Os cientistas dizem que os resultados são os primeiros passos para
estudos clínicos que analisam pacientes que sofrem de depressão.
"Entender a reação de cada cérebro pode ajudar a prever de forma
eficiente quem vai se beneficiar deste tipo de antidepressivo, ou não",
explica Julia.
Oito sintomas de depressão:
1. Alteração do humor
O
principal sintoma da depressão é o humor deprimido, que pode envolver
sentimentos como tristeza, indiferença e desânimo. Todos esses
sentimentos são naturais do ser humano e nem sempre são sinônimo de
depressão, mas, se somados a outros sintomas da doença e persistirem na
maior parte do dia por ao menos duas semanas, podem configurar um quadro
de depressão clínica. “O humor deprimido faz com que a pessoa passe a
enxergar o mundo e a si mesma de forma negativa e infeliz. Mesmo se
acontece algo de bom em sua vida, ela vai dar mais atenção ao aspecto
ruim do evento. Com isso, o paciente tende a se sentir incapaz e sua
autoestima diminui”, diz o psiquiatra Rodrigo Leite, do Instituto de
Psiquiatria da USP.
2. Desinteresse por coisas prazerosas
Perder
o interesse por atividades que antes eram prazerosas é outro sintoma
importante da depressão. O desinteresse pode acontecer em diferentes
aspectos da vida do indivíduo, como no âmbito familiar, profissional e
sexual, além de atividades de lazer, por exemplo. “O paciente também
pode abrir mão de projetos por achar que eles já não valem mais o
esforço, deixar de conquistar novos objetivos ou de aproveitar
oportunidades que podem surgir em sua vida”, diz o psiquiatra Rodrigo
Leite.
3. Problemas relacionados ao sono
Pessoas
com depressão podem passar a dormir durante mais ou menos tempo do que o
de costume. É comum que apresentem problemas como acordar no meio da
noite e ter dificuldade para voltar a dormir ou sonolência excessiva
durante a noite ou o dia.
4. Mudanças no apetite
Pessoas
com depressão podem apresentar uma perda ou aumento do apetite —
passando a consumir muito açúcar ou carboidrato, por exemplo. Segundo o
psiquiatra Rodrigo Leite, não está claro o motivo pelo qual isso
acontece, mas sabe-se que, somado a outros sintomas da doença, a
alteração do apetite que persiste por no mínimo duas semanas aumenta as
chances de um paciente ser diagnosticado com depressão.
5. Perda ou ganho de peso
Mudanças
significativas de peso podem ser uma consequência da alteração do
apetite provocada pela depressão — por isso, são consideradas como um
dos sintomas da doença.
6. Falta de concentração
Em
muitos casos, a depressão também pode prejudicar a capacidade de
concentração, raciocínio e tomada de decisões. Com isso, o indivíduo
perde o rendimento no trabalho ou nos estudos. Segundo a psiquiatra Mara
Maranhão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a depressão
pode impedir que o paciente trabalhe ou estude, ou então faz com que ele
precise se esforçar muito para conseguir concluir determinada
atividade.
7. Cansaço
6. Falta de concentração
Em muitos casos, a depressão também pode prejudicar a capacidade de concentração, raciocínio e tomada de decisões. Com isso, o indivíduo perde o rendimento no trabalho ou nos estudos. Segundo a psiquiatra Mara Maranhão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a depressão pode impedir que o paciente trabalhe ou estude, ou então faz com que ele precise se esforçar muito para conseguir concluir determinada atividade.
7. Cansaço
Diminuição
de energia, cansaço frequente e fadiga são comuns em pessoas com
depressão, mesmo quando elas não realizaram esforço físico. "O indivíduo
pode queixar-se, por exemplo, de que se lavar e se vestir pela manhã é
algo exaustivo e pode levar o dobro do tempo habitual", segundo o
capítulo sobre depressão do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5), feito pela Associação Americana de
Psiquiatria.
8. Pensamentos recorrentes sobre morte
Em
casos mais graves, pessoas com depressão podem apresentar pensamentos
recorrentes sobre morte, ideação suicida ou até tentativas de suicídio. A
frequência e intensidade dessas ideias podem mudar de acordo com cada
paciente. "As motivações para o suicídio podem incluir desejo de
desistir diante de um obstáculo tido como insuperável ou intenso desejo
de acabar com um estado emocional muito doloroso", de acordo com o
DSM-5.
FONTE:
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/uma-unica-dose-de-antidepressivo-pode-mudar-estrutura-do-cerebro-diz-estudo
FONTE:
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/uma-unica-dose-de-antidepressivo-pode-mudar-estrutura-do-cerebro-diz-estudo