Na semana passada resolvi escrever para a Laura
pedindo que ela respondesse a três (03) perguntas relacionadas ao
momento político do país. Gentilmente ela respondeu.
Leia abaixo...
1) O que
você acha do processo de manipulação política, principalmente pela mídia do
nosso país?
“Jornalismo é publicar
aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade” - já
dizia George Orwell
Esse pensamento de Orwell resume muita coisa para mim. Não há
“jornalismo” na sua essência em toda mídia
Televisiva, apenas um mecanismo de manobrar a informação de forma a fazer
dos seus leitores (ouvintes) uma massa uniforme fácil de mover de um lado pro
outro a quem convier – no caso aos
interesses das 13 famílias mais
ricas do nosso país - que pagam os salários dos agentes da informação e dessas
empresas de “notícias”.
Há muita grana, poder e controle envolvido nisso e um deslize
da parte deles pode colocar tudo a perder. Um Povo instruído e bem
informado é como o EBOLA para essa gente – morte a caminho, na certa.
Hoje o “jornal(ismo)” ganhou espaço em inúmeros veículos denominados
ciberjornalismo ou jornalismo eletrônico. Enfim, não
é tão importante o “meio” (mídia), o transporte dos dados, mas sim, o conteúdo que se passa adiante, e a
fartura de material na rede é algo avassalador, inimaginável antes.
O jornalismo entra aí como uma ciência na ordem de peneirar
esse imenso conteúdo, separar, catalogar, analisar e pesquisar até sua origem.
Tudo que o jornal profissional não pode fazer, ou... é impedido por forças
“ocultas”.
A atividade primária do Jornalismo é a observação e descrição
de eventos:
"O quê?" - O fato ocorrido.
"Quem?" - O personagem envolvido.
"Quando?" - O momento do fato.
"Onde?" - O local do fato.
"Como?" - O modo como o fato ocorreu.
"Por quê?" - A causa do fato.
Na mídia televisiva só vemos “o que” e “quem”. O “quando” vai depender dos interesses dos
patrocinadores em “refrescar” a memória dos que assistem. Por exemplo: Marina Silva já passou pelo PT
(1986-2009), PV (2009-2011) e agora no PSB
(2013-presente).
Alguém lembra disso? Alguém que
passa 23 anos militando por um
ideal, discursando sobre o potencial do partido dos “trabalhadores” e de suas
vitórias no campo social, de repente muda radicalmente essa posição? Pula para
outro “pensamento”? Discursa “contra” ou não necessariamente sobre aquilo que
defendeu veementemente 23 anos atrás...
Tudo bem, mudar de opinião é algo que não devemos nos
envergonhar, pois pensar, raciocinar é meta na evolução. Mas eu
proponho a você, que não estava vivo em 1986, ou seja, tem apenas 15, 18, 20
anos de idade e quer fazer escolhas para seu futuro de forma consciente, que
pesquise, que garimpe nas diversas mídias sobre todos os partidos e seus
personagens mais ilustres, pois você verá claramente que o “jornalismo” atual
sonega o “local”, o “como” e o “por que”, pois isso complica a vida de todos os interessados.
A melhor mídia (meio) ainda é a independente. Aquele canal que
leva a informação livre de impostos. Muita gente brada aos quatros cantos que
muitos BLOGs (como o meu) são perigosos, caluniosos,
desvirtuam a informação séria, pois não trabalham com a “verdade” e eu me
divirto...
Eu proponho o seguinte raciocínio: desde que a Bíblia foi
impressa nos disseram que nela contém toda a “verdade”. A pergunta é simples: a
minha verdade ou a de quem não conhece
todos os fatos e se conforma com o que lhe foi dito, contado e narrado sua
vida toda?
Qualquer pessoa que se proponha a examinar, pesquisar a fundo qualquer assunto será capaz de descobrir falhas no processo.
Portanto, a “verdade” é pura percepção de fatos e informação. Cada um tem a sua
“verdade” e a minha é nesse momento a mais factível para mim. Se você discorda
ou não acredita nela – muda de canal. Ainda somos um país livre, “democrático”,
ou isso não é verdade?
2) Sobre a
queda do avião do candidato Eduardo Campos, que o levou à morte, você acredita
que foi acidente?
Quem me conhece sabe que preciso recorrer à “função” do
símbolo gráfico na estrutura da questão. Nada é “óbvio” para mim. Do Latim obvius, obviam “no caminho”. O óbvio é a verdade do ignorante (que ignora o que vê
no caminho).
Acreditar no “acidente”?
Do Latim accidens,
particípio de accidere, “ocorrer,
acontecer, cair sobre”, de ad-, “a”,
mais cadere, “cair”.
O sentido dessa palavra, (não se sabe porque), mudou do inicial “evento, algo que acontece” para o sentido de; “algo que acontece por acaso” - e depois para “acontecimento infortunado”.
Eu não sou perita em “aviação”,
em mecânica, em física, em probabilidades...
Mas também não sou alienada e não
acredito em tudo que vejo ou que acontece “infortunadamente” por aí. Eu
pesquiso, leio tudo para poder “ver” aquilo que não está explícito, visível no caminho. Nosso cérebro é um
aparelho muito fácil de ser enganado, iludido e ludibriado, mas eu ainda estou
no controle dele.
Não creio que foi um
acontecimento infortunado... (sem fortuna envolvida).
3) Como
você vê essa estratégia do partido da Marina Silva de convidar a Renata Campos,
viúva do Eduardo Campos, para ser vice dela, neste momento de luto e de muita
emoção por parte do eleitorado?
O cérebro é programado através da emoção. Um
bom programa envolve todos os sentidos – odor, visão, tato, audição e o
paladar. Quer agarrar um bom “partido”? Acenda velas aromatizantes,
ponha uma boa música na “vitrola”, ofereça uma boa ceia e o toque de
maneira que ninguém o tocou antes... mas para esse “feitiço” se manter,
você terá que fazê-lo por mil e uma noites.
Os grandes mestres da manipulação GLOBAL sabem como fazer uso de um bom programa e quando a emoção está à flor da pele, aguçando todos os sentidos, é o momento certo de instalar o que quiser nesses cérebros, pois todos os robôs vão seguir à risca o script.
Felizmente a hipnose (o script) só funciona se houver continuidade na informação; caso haja uma emoção mais forte ou contrária, há uma ruptura no programa e a magia quebra e o robô desperta ou executa uma nova função indicada.
Muitos robôs serão levados às urnas orientados a
“escolher” aquilo que não tem escolha. É uma pegadinha safada, mas fazer
o que?
Outra opção dos robôs
é participar do plebiscito sobre a Constituinte Exclusiva na primeira semana de
setembro de 2014 onde será indagado se os movimentos organizados desejam (ou
não?) a nova forma de governar esse país.
Mas isso é só isca para pegar peixe miúdo, pois com o Decreto 8.243/2014 editado pela Presidência da República em 23/05/14 publicado no Diário Oficial no dia 26/05/14 e entrado em vigor na mesma data, estabeleceu que o Presidente pode emitir decretos sobre a “organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos”.
Não entendeu nada? Mas não é pra entender, apenas para você
aceitar. O que você não entendeu é que a coisa toda começa com a expressão “sociedade civil”.
Nesse decreto
(coisa de Rei e Rainha) a expressão “sociedade civil” num sentido mais restrito
significa: movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações.
Serei mais específica e menos óbvia: todos aqueles que
promovem manifestações, passeatas, protestos desejando terras, “direitos”
trabalhistas, MacDonald’s de graça, médico cubano de
graça, estão representados por símbolos como MST, MTST, MPL, CUT, UNE.
São esses sindicatos que estarão no poder, nas decisões mais
importantes do país. Esses “sindicatos” serão representados por um sujeito barbudo com charuto na boca que
dirá o que você fará ou não na sua vida em diante.
A intenção desse Decreto 8.243 é abrir tentáculos
desse “polvo”.
O “cidadão” comum, eu, você, seus pais, seus netos, não serão
em nada beneficiados nesse “decreto” dos reis, pois a palavra “cidadão” nem
consta no texto! Sua individualidade já era meu amigo. Seremos apenas um bando
de robôs batendo cabeça por aí, seguindo o que a manada quiser.
Esse programa já foi usado com os robôs soviéticos lá pelos
idos de 1917. Você não lembra? Você estudou isso
na escola, garoto! Revolução Russa!!
Esqueceu como foi essa “revolução”? Vai lá e lê e fuxica bem a
história toda de novo. O script é
igualzinho. Até a estratégia para chegar à dominação do território.
Assista também a crítica de Chaplin em Tempos modernos.
Você perceberá como as coisas acontecem por “acidente” e depois é propagada por
robôs famintos.
Lembrando que a manobra de massa é algo tão fácil de ocorrer quanto dar milho aos pombos nas praças. Sem
milho, sem pássaros aos seus pés. Mas tem sempre alguém chegando com um saco
bem cheio...
Gratidão, Laura !
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