A pior morte de todas é a morte daquilo que existe na gente enquanto ainda estamos aqui, bem vivos.

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 A pior morte não é a do corpo para a libertação da alma; não é aquilo que muitos denominam de fim!  

A pior morte de todas é a morte daquilo que existe na gente enquanto ainda estamos aqui, bem vivos. 
A pior morte é a perda da crença no amor, pelos enganos e desenganos vividos; é a perda de credibilidade na fidelidade alheia, pelos erros de pessoas a quem tanto nos doamos; é a perda de confiança em inocentes, por feridas causadas pelos verdadeiros culpados, hoje ausentes, mas tão vivos em nossas memórias; é a perda da esperança de dias melhores, pela vivência de noites tão longas e amargas; é a perda da inocência, de nossa pureza e da ingenuidade, substituindo-as por medo, angústia e insegurança; é a perda do brilho no olhar e do jeito lúdico de viver, tão nosso, trocando-os pela frieza dos passos e corte nas antigas sutilezas nas palavras e atos, antes tão presentes. Lutemos bravamente, então, para que não adentremos em lutos tão injustos e desmerecidos, pois, por incrível que pareça, a única morte que devemos enfrentar com coragem é a que iguala todos os mais diferentes a um momento igual.... Todas as outras, sem exceção, extingamos diariamente em nós, para então só brotar a vida. 

E depois disso tudo, quem poderá dizer que a morte não pode ser matada? 
Devemos combater as mortes nossas de cada dia, para que nos reste, apenas, uma vida cheia de vida.



Saullo Cintra Maia

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