Se amar fosse fácil, não haveria tanta gente amando mal, nem tanta gente mal amada.
Se amar fosse fácil, não haveria tanta fome, nem tantas guerras, nem gente sem sobrenome.
Se amar fosse fácil, não haveria crianças nas ruas sem ter ninguém,
nem haveria orfanatos, porque as famílias serenas adotariam mais
filhos, nem filhos mal concebidos, nem esposas mal amadas, nem mixês,
nem prostitutas.
Se amar fosse tão fácil, não haveria assaltantes e as mulheres
gestantes não tirariam seu feto, nem haveria assassinos, nem preços
exorbitantes nem os que ganham demais, nem os que ganham de menos.
Se amar fosse tão fácil nem soldados haveria, pois ninguém agrediria, no máximo ajudariam no combate ao cão feroz.
Mas o amor é sentimento que depende de um “eu quero”, seguido de um
“eu espero”; e a vontade é rebelde, o homem, um egoísta que maximiza
seu “eu” por isso, o amor é difícil.
Mestre Apolônio de Tyana não brincava quando nos mandou amar.
E, quando morreu amando deu a suprema lição.
Não se ama por ser fácil,
Ama-se porque é preciso!
Flávio Lins