Quantos
de nós vivemos uma vida apenas ollhando para as janelas?Seus
contornos,o verniz que lhe cobre e a cortina, sem nunca ver o que está
atrás da cortina,reparar nas multifacetadas nuances de coloração das
luzes que lhe atravessam ou enxergar finalmente,lá fora, o mundo!
Quantos
de nós olhamos para o céu só despertados quando passam os aviões de
carreira e jamais vemos a leveza de nuvens em bloco de algodão,pois se
reparássemos,enxergaríamos a inevitabilidade da mão de Deus,naquela obra
de um azul em todas as matizes.
Quantos
de nós só olhamos do corpo, o rosto, barriga, coxa e curvas, na maioria
das vezes,sem vermos os pedidos ocultos que gemem naquela pele e
deixamos assim de repararmos volumosas necessidades de carências
explícitas,ou seja não enxergamos nada!
Agora,recuso-me
somente olhar o mundo pois,passei no vestibular da maturidade das mais
fiéis e necessárias percepeções qual seja,daquilo que se deve ter, ao
ver a vida.
Passei a
reparar que minha existência era superficial,óbvia, e insossa pois sem
os temperos da realidade.Então quando enxergo você a vida passa a ser
muito mais além,muito mais além das cortinas, muito mais além do que
aviões de carreira,muito mais além do que só curvas em seu corpo e já
não suporto mais a hipótese de não entrar em contato com sua alma e
aninhar-me para dormir e sonhar, no balanço compassado do seu coração.
E alí confortar-me com a mais sublime canção de ninar!
Quer que eu minta?