Menina que conseguiu escapar deu informações sobre o sofrimento no cativeiro. Mais de 200 garotas ainda estão em posse dos sequestradores
Imagem é de um vídeo obtido pela agência AFP,
que mostra o líder do grupo Boko Haram, Abubakar Shekau, durante um
discurso (Foto: AFP/Boko Haram)
A menor declarou ao jornal que, por ser virgem, foi entregue como esposa ao líder da seita e que as meninas são forçadas a fazer sexo e se converter ao Islã. Caso não aceitem, podem ser degoladas.
Após serem sequestradas em uma escola de Chibok, no nordeste da Nigéria, as crianças (dezenas das quais seguem em cativeiro) foram levadas a um campo da milícia fundamentalista na floresta de Sambisa, no estado de Borno, no norte do país e base espiritual e de operações do grupo.
As mais de 200 garotas, segundo organizações de direitos humanos, foram forçadas a se casar com seus sequestradores e, em alguns casos, vendidas a menos de R$ 30.
#BringBackOurGirls
Entidades como a ONU e personalidades como o prêmio Nobel de Literatura nigeriano Wole Soyinka pediram a libertação das meninas, assim como campanhas pela internet, usando a hasthag #BringBackOurGirls (tragam de volta nossas garotas), e manifestações em cidades de todo o mundo.Um grupo de mães das reféns protestou recentemente em frente à Assembleia Nacional da Nigéria para denunciar a falta de informação por parte do governo sobre o caso e exigir mais esforços para o resgate.
No último fim de semana, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, reuniu-se com sua equipe de segurança, representantes da escola atacada e outras autoridades do governo e emitiu uma nova diretiva para que “tudo seja feito” para libertar as meninas.
O conselheiro de Jonathan, Reuben Abati, disse a jornalistas que o encontro se estendeu pela madrugada de domingo e, pela primeira vez, reuniu todas os atores que precisam ser envolvidos. Representantes do Estado de Borno e da cidade de Chibok, além da diretora da escola onde as vítimas foram sequestradas, estiveram presentes.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que esteve em viagem pela África na última semana, disse que seu país “fará todo o possível para ajudar o governo nigeriano a levar essas meninas para casa e os perpetradores do sequestro à justiça. Isso é nossa responsabilidade e responsabilidade do mundo”.
Segundo uma autoridade que viajava com Kerry, o secretário de Estado referia-se a apoio na segurança, nas comunicações e na inteligência para a Nigéria, não querendo dizer que os EUA se envolveriam diretamente na busca pelas garotas.
O sequestro
O pior pesadelo dos pais 276 meninas se tornou realidade na Nigéria: elas foram para a escola e não voltaram para casa. As estudantes foram sequestradas em uma escola de Chibok, no nordeste da Nigéria, pelo grupo radical islamita Boko Haram, em meados de abril.Até o momento, 53 meninas conseguiram fugir e 223 continuam em cativeiro.
Na segunda-feira (5) foi divulgado um vídeo no qual o líder do grupo, Abubakar Shekau, reivindicou o sequestro e prometeu tratar as jovens como “escravas”, “vendê-las” e “casá-las” à força, como punição pela “educação ocidental”, que estavam recebendo.
com Opera Mundi
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