Uma dona de casa de 22 anos deu à luz deitada em frente ao Hospital Municipal Barata Ribeiro, na Mangueira (Zona Norte da capital fluminense), na tarde de sábado (19). Leilane Nascimento da Silva procurou ajuda na unidade de saúde acompanhada de seu marido quando já estava em trabalho de parto, mas não foi socorrida. Como o bebê já estava nascendo, o casal pediu ajuda a dois soldados da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Mangueira, que fizeram o parto da mulher.
"O marido da grávida veio na nossa direção carregando ela no colo e pedindo ajuda. O bebê já estava nascendo, não havia tempo de levar a mulher para algum outro lugar. Deitamos ela no chão mesmo e tiramos o short que ela estava vestindo. Também tirei a minha farda e camisa para poder segurar a criança", disse o soldado Marcondes de Souza, 32 anos, há três na Polícia Militar.
De acordo com Souza, ele e o soldado Lucas Costa, que também participou do parto, pediram que pelo menos uma enfermeira ajudasse no socorro, mas foram ignorados.
"Já conduzi muitas parturientes para maternidades, mas nunca tinha feito um parto. Foi emocionante, sem dúvida. Ainda bem que deu tudo certo, porque não tivemos ajuda nem de um enfermeiro do hospital. O mínimo ali era um enfermeiro, né?", disse Souza, que ainda não é pai.
A mãe e o bebê foram levados no carro da polícia de viatura para o Hospital-Maternidade Fernando Magalhães, em São Cristóvão.
A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio de nota, que "lamenta e repudia o ocorrido" e "vai apurar o caso".
A secretaria informou ainda que a paciente Leilane foi transferida para o alojamento de puérperas do Instituto Municipal Fernando Magalhães com seu bebê e ambos passam bem.
Ainda de acordo com a nota, o Hospital Municipal Barata Ribeiro é uma unidade de referência para ortopedia e cirurgias plásticas, por isso não possui emergência e não conta com médicos obstetras.
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