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Jeová era um Deus do amor?
Será que estas palavras vieram de um coração cheio de amor?
“quando o
Senhor teu Deus tas tiver entregue, e as ferires, totalmente as
destruirás; não farás com elas pacto algum, nem terás piedade delas”
(cf. Deuteronômio 7:2)
“Males amontoarei sobre eles, esgotarei contra eles as minhas setas” (cf. Deuteronômio 32:23)
“Consumidos
serão de fome, devorados de raios e de amarga destruição; e contra eles
enviarei dentes de feras, juntamente com o veneno dos que se arrastam no
pó” (cf. Deuteronômio 32:24)
“Por fora
devastará a espada, e por dentro o pavor, tanto ao mancebo como à
virgem, assim à criança de peito como ao homem encanecido” (cf.
Deuteronômio 32:25)
“Fiquem órfãos
os seus filhos, e viúva a sua mulher! Andem errantes os seus filhos, e
mendiguem; esmolem longe das suas habitações assoladas. O credor lance
mão de tudo quanto ele tenha, e despojem-no os estranhos do fruto do seu
trabalho! Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem tenha
pena dos seus órfãos!” (cf. Salmos 109:9-12).
“comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas” (cf. Deuteronômio 28:53)
“O céu que está sobre a tua cabeça será de bronze, e a terra que está debaixo de ti será de ferro” (cf. Deuteronômio 28:23)
“Maldito serás na cidade, e maldito serás no campo” (cf. Deuteronômio 28:16)
“De sangue embriagarei as minhas setas” (cf. Deuteronômio 32:42)
“eu me rirei no dia da vossa calamidade” (cf. Provérbios 1:26)
Essas maldições e ameaças vieram de um coração cheio de amor ou da boca da selvageria?
Jeová era um deus ou um diabo?
Por que deveríamos colocar Jeová acima de todos os outros deuses?
Será que a ignorância e o medo do homem já conceberam algo mais monstruoso?
Será que bárbaros de quaisquer terras, de quaisquer épocas, já adoraram um deus mais cruel?
Brahma era mil
vezes mais nobre, assim como Osíris, Zeus e Júpiter. E também a suprema
divindade dos Astecas, à qual se oferecia apenas o perfume de flores. O
pior deus dos hindus, com seu colar de crânios e seu bracelete de cobras
vivas, parece bondoso e compassivo quando posto lado a lado com Jeová.
Comparado a Marco Aurélio, quão pequeno Jeová parece. Comparado com Abraham Lincoln, quão cruel, quão desprezível é este deus.
6 - A administração de Jeová
Ele criou o mundo, o exército do céu [estrelas], um homem e uma mulher — e colocou estes em um jardim.
Então a serpente os enganou, e assim foram expulsos e forçados a ganhar seu próprio pão.
Jeová ficou contrariado.
Tentou novamente. Ficou aproximadamente dezesseis séculos tentando civilizar seu povo.
Nenhuma escola, nenhuma igreja, nenhuma Bíblia, nenhum tratado — ninguém os ensinou a ler ou escrever.
Nem sinal dos
Dez Mandamentos. O povo tornava-se pior e pior, até que o misericordioso
Jeová decidiu enviar o dilúvio para afogar todas as criaturas, salvo
Noé e sua família — oito no total.
Então ele
recomeçou. Mudou seus hábitos alimentares. De início Adão e Eva eram
vegetarianos, mas após o dilúvio Jeová disse: “Tudo quanto se move e
vive vos servirá de mantimento” (cf. Gênesis 9:3) — cobras e urubus.
Mas falhou novamente, e na Torre de Babel dispersou e espalhou os povos.
Percebendo que
não conseguiria administrar todos os povos, decidiu dedicar-se a uns
poucos; escolheu Abraão e seus descendentes. Malogrou novamente. Seus
escolhidos foram capturados pelos egípcios e escravizados por quatro
séculos.
Ele tentou novamente — resgatou-os do Faraó e direcionou-os à Palestina.
Mudou então sua dieta, permitindo-os comer apenas os animais de unhas fendidas e que se alimentassem de grama.
Falhou novamente.
O povo o
odiava; preferia a escravidão do Egito à liberdade de Jeová. Então os
deixou vagando até que quase todos que tinham vindo do Egito estivessem
mortos. E tentou novamente — levou-os à Palestina e os colocou sob
governo dos Juízes.
Isso também foi um fracasso — nenhuma escola, nenhuma Bíblia. Então tentou os réis, que eram em sua maioria idólatras.
Então seu povo escolhido foi conquistado e levado em cativeiro pelos babilônios.
Outro insucesso.
Eles
retornaram, e Jeová experimentou os profetas — berradores e gemedores —,
mas o povo tornava-se cada vez pior. Nada de escolas, ciências, artes
ou comércio. Então Jeová fez-se carne — nascido de uma mulher —, e viveu
entre o povo que vinha tentando civilizar há milênios. Então o povo,
seguindo as leis que o próprio Jeová havia lhes dado, acusou este
Jeová-homem — este Cristo — de blasfêmia; o acusaram, julgaram e
mataram.
Jeová falhou novamente.
Então abandonou os judeus e concentrou sua atenção no resto do mundo.
E agora os
judeus, apesar abandonados por Jeová e perseguidos pelos cristãos, são o
povo mais próspero de Terra. Novamente, uma falha.
Que administração!
7 - O Novo Testamento
Quem escreveu o Novo Testamento?
Estudiosos do
cristianismo admitem que não sabem. Admitem que, se os quatro evangelhos
tivessem sido escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João, então estariam
em hebraico. Entretanto, nenhum manuscrito de quaisquer dos evangelhos
jamais foi encontrado em hebraico. Todos foram escritos em grego. Assim,
teólogos educados admitem que as Epístolas — Tiago e Judas — foram
escritas por pessoas que desconheciam totalmente os quatro evangelhos.
Nestas duas epístolas não é feita qualquer alusão aos evangelhos e nem
aos milagres que relatam.
A mais antiga
referência encontrada a um dos quatro evangelhos foi feita cerca de
cento e oito anos após o nascimento de Cristo, e os quatro evangelhos
foram pela primeira vez nomeados e citados no começo do terceiro século,
cerca de cento e setenta anos após a morte de Cristo.
Hoje sabemos
que havia muitos outros evangelhos além dos quatro, alguns dos quais
perderam-se. Havia o evangelho de Paulo, dos Egípcios, dos Hebreus, da
Verdade, de Judas, de Tadeu, de Infância, de Tomé, de Maria, de André,
de Nicodemos, de Marcião e vários outros.
Havia os Atos
de Pilatos, de André, de Maria, de Paulo, de Tecla e muitos outros;
também havia um livro chamado O Pastor de Hermas.
A princípio
nenhum desses livros era considerado inspirado. Achava-se que o Velho
Testamento era divino, mas os livros que atualmente constituem o Novo
Testamento eram considerados meras produções humanas. Hoje temos
consciência de nossa ignorância quanto aos verdadeiros autores dos
quatro evangelhos.
A questão é: os autores destes quatro evangelhos estavam inspirados?
Se estavam,
então os quatro evangelhos necessariamente são verdadeiros. E se são
verdadeiros, obviamente devem concordar entre si.
Os quatro evangelhos não concordam.
Mateus, Marcos e
Lucas desconheciam totalmente a recompensa e a salvação através da fé.
Conheciam apenas o evangelho da boa ação — da caridade. Ensinam que, se
perdoarmos aos outros, Deus nos perdoará.
Com isso o Evangelho de João não concorda.
Neste evangelho
é dito que precisamos crer no Senhor Jesus Cristo; que precisamos
nascer novamente; que precisamos beber o sangue e comer a carne de
Cristo. Neste evangelho encontramos a doutrina da recompensa e a de que
Cristo morreu e sofreu por nós.
Este evangelho é
completamente divergente dos outros três. Se os outros três são
verdadeiros, então o Evangelho de João é falso. Se o Evangelho de João
foi escrito por um homem inspirado, então os autores dos outros três
careciam de inspiração. Para isto não há escapatória. É impossível que
os quatro sejam verdadeiros.
É evidente que há muitas interpolações nos quatro evangelhos.
Por exemplo, no
28º capítulo de Mateus é dito que os soldados da tumba de Cristo foram
subornados para dizerem que os discípulos de Jesus furtaram seu corpo
enquanto eles — os soldados — dormiam.
Isso é claramente uma interpolação, uma interrupção na narrativa.
O 10º verso deveria ser seguido pelo 16º.
O 10º verso: “Então lhes disse Jesus: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galileia; ali me verão”.
O 16º verso: “Partiram, pois, os onze discípulos para a Galileia, para o monte onde Jesus lhes designara”.
A história
sobre os soldados está contida nos versos 11, 12, 13, 14 e 15. É uma
interpolação — uma reflexão posterior, muito posterior. O 15º verso
demonstra isto.
O 15º verso:
“Então eles, tendo recebido o dinheiro, fizeram como foram instruídos. E
essa história tem-se divulgado entre os judeus até o dia de hoje”.
Certamente esta
passagem não estava no evangelho original, e certamente o 15º verso não
foi escrito por um judeu. Nenhum judeu escreveria isto: “E essa
história tem-se divulgado entre os judeus até o dia de hoje”.
Marcos, João e
Lucas nunca souberam que os soldados foram subornados; ou, se souberam,
não julgaram que tal fato merecia ser registrado. Ou seja, as passagens
sobre a Ascensão de Jesus Cristo em Marcos e Lucas são interpolações.
Mateus não diz qualquer coisa sobre a Ascensão.
Certamente
nunca houve um milagre de maiores proporções, e mesmo assim Mateus, que
estava presente — que viu o Senhor ascender aos céus e desaparecer —,
não o julgou digno de menção.
Por outro lado,
as últimas palavras de Cristo, de acordo com Mateus, contradizem a
Ascensão: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação
dos séculos”. (cf. Mateus 28:20)
João, que estava presente, se é que Cristo realmente ascendeu, não diz sequer uma palavra sobre o assunto.
Quanto à Ascensão, os evangelhos não concordam.
A seguir está
transcrita a última conversa de Cristo com seus apóstolos segundo
Marcos: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda
criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado. E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome
expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se
beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as
mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. Ora, o Senhor, depois de
lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.”
(cf. Marcos 16:15-19)
Será possível que tal descrição foi escrita por um indivíduo que testemunhou este milagre?
O milagre foi
descrito por Lucas desta forma: “E aconteceu que, enquanto os abençoava,
apartou-se deles; e foi elevado ao céu”. (cf. Lucas 24:51)
Nos Atos é dito
que: “Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles
olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos”. (cf. Atos
1:9)
Nem Lucas,
Mateus, João ou o autor de Atos ouviram qualquer palavra da conversa
atribuída a Cristo por Marcos. O fato é que a Ascensão de Cristo não foi
alegada pelos seus discípulos.
A princípio
Cristo era apenas um homem — e nada mais. Maria era sua mãe, José era
seu pai. A genealogia de seu pai, José, foi apresentada para demonstrar
que ele tinha o mesmo sangue de Davi.
Então se alegou que ele era o filho de Deus e que mãe era uma virgem — e permaneceu virgem até sua morte.
Então se alegou que Cristo levantou dentre os mortos e ascendeu corporalmente ao céu.
Foram necessários muitos anos para que essas absurdidades se apoderassem das mentes dos homens.
Se Cristo
levantou-se dentre os mortos, por que não apareceu aos seus inimigos?
Por que não fez uma visita a Caifás, o sumo sacerdote? Por que não fez
outra entrada triunfante em Jerusalém?
Se realmente
ascendeu, por que não o fez em público, na presença de seus
perseguidores? Por que o maior dos milagres deveria ser feito em
segredo, num canto?
Foi um milagre
que poderia ter sido visto por uma vasta multidão — um milagre
impossível de ser simulado —, que teria convencido centenas de milhares.
Após a história da Ressurreição, a Ascensão tornou-se uma necessidade: precisavam se livrar do corpo.
Há muitas outras interpolações nos evangelhos e epístolas.
Pergunto
novamente: o Novo Testamento é verdadeiro? Será que alguém ainda
acredita que no nascimento de Cristo houve uma saudação celestial; que
uma estrela guiou os magos do oriente; que Herodes matou todos os
meninos de dois anos para baixo que havia em Belém?
Os evangelhos estão repletos de narrativas de milagres. Eles realmente ocorreram?
Mateus relata
os pormenores de aproximadamente vinte e dois milagres, Marcos cerca de
dezenove, Lucas ao redor dezoito e João por volta de sete.
De acordo com
os evangelhos, Cristo curou doenças, expulsou demônios, repreendeu o
mar, curou os cegos, alimentou multidões com cinco pães e dois peixes,
caminhou sobre as águas, amaldiçoou uma figueira, transformou água em
vinho e ressuscitou os mortos.
Mateus é o único que fala sobre a estrela e os magos — o único que menciona o assassinato dos bebês.
João é o único que diz algo sobre a ressurreição de Lázaro e Lucas é o único que narra a ressurreição do filho da viúva de Naim.
Como seria possível comprovar tais milagres?
Os judeus,
entre os quais diz-se que os milagres ocorreram, não acreditavam neles.
Os doentes, os paralisados, os leprosos e os cegos que foram curados não
se tornaram seguidores de Cristo. Nunca mais se ouviu falar daqueles
que foram ressuscitados.
Será que
qualquer homem inteligente acredita na existência de demônios? Os
autores dos três evangelhos certamente acreditavam. João não diz nada
sobre Cristo ter expulsado demônios, mas Mateus, Marcos e Lucas dão
muitos exemplos.
Será que
qualquer homem de bom senso acredita que Cristo expulsava demônios? Se
os discípulos o disseram, estavam enganados. Se cristo o disse, era um
maluco ou um impostor.
Se as passagens
sobre a expulsão de demônios são falsas, então os escritores eram
ignorantes ou desonestos. Se seus escritos revelam ignorância, então não
estavam inspirados. Se tinham consciência de que estavam escrevendo
falsidades, então também não estavam inspirados. Se o que escreveram é
uma inverdade — não importa se o sabiam ou não — certamente não havia
inspiração.
Naquela época
acreditava-se que a paralisia, a epilepsia, a surdez, a insanidade e
muitas outras doenças eram causadas por demônios; acreditava-se que os
demônios apossavam-se e viviam nos corpos de homens e mulheres. Cristo
acreditava nisso, pregou isso e fingiu curar doenças expulsando os
demônios dos doentes e insanos. Se hoje sabemos alguma coisa, é que
doenças não são causadas pela presença de demônios. Se hoje sabemos
alguma coisa, é que demônios não habitam os corpos dos homens.
Se Cristo disse
e fez o que os autores dos três evangelhos relatam, então Cristo estava
enganado. Se estava enganado, certamente não era Deus. Se estava
enganado, certamente não estava inspirado.
Será verdade que o Demônio tentou cristo?
Será verdade que o Demônio levou Cristo ao topo do templo e tentou induzi-lo a pular ao chão?
Como tais milagres podem ser comprovados?
Os mais importantes não escreveram nada, Cristo não escreveu nada, o Demônio permaneceu em silêncio.
Como podemos
ter certeza de que o Demônio tentou Cristo? Quem redigiu a narração? Não
sabemos. Como o autor tomou conhecimento do fato? Não sabemos.
Alguém, a
dezessete séculos atrás, disse que o Demônio tentou Deus; que o Demônio
levou Deus ao topo do templo e tentou induzi-lo a pular, mas Deus foi
mais esperto que o Demônio.
É apenas essa a evidência que temos.
Será que na literatura mundial há algo mais perfeitamente imbecil?
Pessoas
inteligentes não acreditam mais em bruxas, magos, fantasmas ou demônios,
e estão plenamente satisfeitas com a ideia de que cada palavra do Novo
Testamento sobre a expulsão de demônios é totalmente falsa.
Podemos acreditar que Cristo ressuscitou os mortos?
A viúva de Naim
está acompanhando cortejo de seu filho até a tumba. Cristo interrompe o
funeral e ressuscita o jovem rapaz e o devolve aos braços de sua mãe.
Este jovem
rapaz desaparece. Nunca mais se ouve falar dele. Ninguém parece se
interessar pelo homem que retornou da morte. Lucas é o único que conta
esta história. Talvez Mateus, Marcos e João nunca tenham ouvido falar
dela, ou não a acreditaram, e portanto não a registraram.
João diz que Lázaro foi ressuscitado; Mateus, Marcos e Lucas não falam qualquer coisa sobre isso.
Foi um milagre
ainda mais belo que o ressuscitamento do filho da viúva. Este último não
tinha sido sepultado por dias, estava apenas a caminho de sua tumba,
mas Lázaro estava de fato morto, já tinha começado a decompor-se.
Lázaro não
suscitou o menor interesse. Ninguém perguntou a ele sobre o outro mundo.
Ninguém perguntou sobre seus amigos mortos. Quando morreu pela segunda
vez, ninguém disse: “Ele não está temente. Já atravessou esta estrada e
sabe exatamente para onde está indo”.
Não acreditamos
nos milagres de Maomé, contudo eles são tão bem comprovados quanto
estes. Não acreditamos nos milagres feitos por Joseph Smith(3), e as
evidências são muito maiores, muito melhores.
Se hoje
aparecesse um homem fingindo ressuscitar os mortos, fingindo expulsar
demônios, o consideraríamos um maluco. O que, então, podemos dizer a
respeito de Cristo? Se quisermos salvar sua reputação, seremos forçados a
admitir que ele nunca fingiu ressuscitar os mortos, que ele nunca
alegou expulsar demônios.
Precisaríamos,
então, partir do pressuposto de que essas façanhas impossíveis e
ignorantes foram inventadas pelos seus discípulos, que buscavam
divinizar seu líder.
Naqueles dias
de ignorância essas falsidades serviam para tornar Cristo famoso, mas
agora lançam descrédito contra os autores dos evangelhos.
Será que hoje
em dia podemos acreditar que água foi transformada em vinho? João relata
esse milagre pueril, e diz que os outros discípulos também estavam
presentes, contudo Mateus, Marcos e Lucas não dizem qualquer coisa a
respeito.
Peguem o
milagre do homem curado pelo tanque de Betesda. João diz que um anjo
agitou a água do tanque de Betesda, e que o primeiro a entrar nele após o
movimento da água seria curado de qualquer enfermidade. (cf. João 5:4)
Será que hoje
em dia alguém ainda acredita que um anjo foi até o tanque e agitou a
água? Alguém acredita que o pobre coitado que entrou nela primeiro foi
curado? O autor do Evangelho de João acreditava e afirmava essas
absurdidades.
Se ele estava enganado quanto a isto, talvez também estivesse quanto à todos os outros milagres que documentou.
João é o único que fala sobre o tanque de Betesda. Provavelmente os outros discípulos não acreditavam na história.
Como podemos dar crédito a esses falsos milagres?
Na época em que
os discípulos viveram — e muitos séculos após — o mundo era abarrotado
de explicações sobrenaturais. Quase tudo que acontecia era considerado
milagroso. Deus era o governador imediato do mundo inteiro. Se as
pessoas fossem boas, Deus enviava tempos de plantio e colheita; mas se
fossem más, enviava dilúvios, granizo, geadas e fome. Se acontecia algo
muito bom, o fato era exagerado até que se transformasse num milagre.
As pessoas não
tinham qualquer noção, qualquer conhecimento sobre a ordem dos eventos —
sobre a inquebrável cadeia de causas e efeitos.
Milagres são um
símbolo da fraude. Nenhum milagre jamais aconteceu. Nenhum homem
inteligente e honesto jamais fingiu realizar milagres, e nunca o fará.
Se Cristo
tivesse realizado os milagres atribuídos a ele; se tivesse curado os
paralíticos e os loucos; se tivesse concedido a audição aos surdos e a
visão aos cegos; se tivesse curado leprosos com uma simples palavra, se
com um toque tivesse dado vida e força a um membro atrofiado; se tivesse
dado pulso e movimento, calor e consciência ao frio e inerte barro; se
tivesse conquistado a morte, escapando das pálidas garras da sepultura —
então nenhuma palavra seria pronunciada, nenhuma mão seria levantada,
salvo em seu louvor e honra. Em sua presença todas cabeças estariam
descobertas e todos joelhos contra o chão.
Não é estranho que durante o julgamento de Cristo não se tenha encontrado qualquer indivíduo que testemunhasse a seu favor?
Nenhum homem deu um passo à frente e disse: “Eu era leproso e este homem me curou com um toque”.
Nenhuma mulher disse: “Eu sou a viúva de Naim e este é meu filho, o qual foi ressuscitado por este homem”.
Nenhum homem disse: “Eu era cego e este homem me deu visão”.
Tudo era silêncio.
(continua...)
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