Mancha de óleo em lago gera atrito entre a Presidência e o governo do DF

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Imagem: Raphael Ribeiro / Agência O Dia
O governo do Distrito Federal e a Presidência da República divergiram nesta quarta-feira, 22, por causa de uma mancha de óleo detectada na última sexta, 17, no Lago Paranoá, em Brasília. O DF afirma que o combustível saiu do Palácio do Planalto mas a Secretaria-Geral da Presidência discorda e diz que a afirmação é precipitada.

A polêmica começou quando o o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF, Eduardo Brandão, em entrevista a um telejornal local, afirmou na manhã desta quarta-feira, 22, que a origem da mancha de óleo no Paranoá foi uma caldeira do Anexo IV do Palácio do Planalto.

Em nota encaminhada à imprensa no início da tarde desta quarta, a Secretaria-Geral da Presidência informou que não é possível concluir que uma mancha de óleo tenha como origem um prédio anexo do Palácio do Planalto.

"Em relação à mancha de óleo detectada na última sexta-feira (17/1) no Lago Paranoá, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) realizou ontem uma inspeção no local e a secretária-geral do órgão, Renata Fortes Fernandes, afirmou que não é possível concluir que a origem da mancha tenha sido a caldeira do restaurante do Anexo IV do Palácio do Planalto".

As declarações de Brandão foram consideradas pelo governo federal como "precipitadas". Segundo a Presidência, somente após as análises químicas do óleo será possível ter uma conclusão tecnicamente consistente.

"A caldeira que pode ser a origem do vazamento foi preventivamente desativada e a mancha de óleo imediatamente contida na própria sexta-feira, minimizando seu impacto, não tendo sido constatada nenhuma morte de peixes em função do incidente", informou.

No final da tarde, o governo do DF reafirmou a afirmação do secretário. Segundo o texto, técnicos da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) rastrearam a galeria de redes pluviais e localizaram o local do derramamento. "Com o auxílio de um robô equipado com câmera de vídeo e monitorado remotamente, foi possível chegar com precisão a um 'posto de visita' (ponto de vistoria) localizado no Anexo IV", diz a nota.

O governo do Distrito Federal diz que já foram adotadas medidas para evitar danos ao meio ambiente e que aguarda o resultado da análise química para "confirmar as evidências de que o vazamento partiu da caldeira" do restaurante do Palácio do Planalto. O resultado do laudo químico deve sair em 10 dias e, a partir daí, será calculado o valor definitivo da multa. Por ora, a multa estimada para o crime ambiental é de R$ 50 mil. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do DF, foram retirados 16 tambores de água com resíduos. A mancha tinha 2 milímetros de espessura.

Daiene Cardoso e Rafael Moraes Moura
O Estado de S. Paulo

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