Infarmed alerta para risco de excesso de formol em produtos para alisar cabelo

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Perigos incluem irritação do tracto respiratório, queimaduras, descamação do couro cabeludo e queda de cabelo.

O Infarmed emitiu dois alertas de qualidade chamando a atenção para os riscos para a saúde de produtos para o alisamento de cabelo com excessiva concentração de formol e para problemas de rotulagem encontrados em produtos cosméticos destinados a crianças.

Numa circular informativa divulgada na segunda-feira no seu site, o Infarmed dá a conhecer que a utilização de produtos para desfrisar/alisar o cabelo contendo formaldeído (ou formol) numa concentração superior ao limite máximo permitido pela legislação europeia “pode ter riscos graves para a saúde”.

Estes produtos são aplicados para alisar o cabelo, através de “ferros de alisamento” que, ao aquecer, provocam a vaporização do formol. O Infarmed informa que a substância pode causar lesões na pele por contacto e irritação nas vias aéreas por inalação do seu gás, tanto aos profissionais que o aplicam, os cabeleireiros, como às pessoas a quem é aplicado o produto, e a todas as pessoas que estejam na proximidade.

Por essa razão, o formol só poderá ser usado nos produtos cosméticos e de higiene corporal em concentrações que estão definidas, refere a autoridade. Por exemplo, nos produtos para unhas (endurecedor) não poderá ir além de 5%, nos produtos de higiene oral até 0,1%.

O Infarmed recomenda que o alisamento do cabelo seja realizado com produtos que não contenham formol em concentrações superiores a 0,2%, aconselhando que sejam usadas outras substâncias que são legais e têm sido usadas para o mesmo fim (ácido tioglicólico, hidróxido de potássio ou de sódio ou hidróxido de lítio);

O principal efeito da exposição ao formol acima do limite permitido é a irritação, em especial do tracto respiratório. Outros dos efeitos são devidos ao contacto directo do formol com a pele, tais como, queimaduras, inchaço, vermelhidão, descamação do couro cabeludo e queda de cabelo. A inalação crónica e prolongada do formaldeído pode ainda conduzir a náuseas, vómitos, desmaios e ao aumento risco de cancro nas vias aéreas superiores, lê-se.

"Brinquedos cosméticos"

No mesmo dia, numa outra circular normativa, o Infarmed alertou para produtos decorativos para crianças que não cumprem os requisitos obrigatórios de rotulagem previstos na legislação comunitária. Estes “brinquedos cosméticos” são produtos para maquilhagem e pintura de bonecos e crianças, para utilização de menores de 14 anos. Incluem desde maquilhagem de olhos, rosto, lábios, corpo e unhas, nomeadamente, vernizes, batons, sombras, pinturas faciais e corporais.

O Infarmed aconselha os responsáveis pela colocação no mercado destes produtos a garantir que a sua composição e rotulagem estejam de acordo com a legislação.

Ao consumidor recomenda atenção: antes de adquirir produtos decorativos para crianças, deve verificar se os rótulos têm o nome e endereço da empresa responsável pelo produto na União Europeia, a lista de ingredientes e menções obrigatórias em língua portuguesa (volume/peso, data de validade ou período após abertura), o modo de utilização e função do produto em língua portuguesa e o número de lote.

Caso sejam detectados problemas, qualquer pessoa pode recorrer ao Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde, através de do telefone 21 798 7373 ou à Linha do Medicamento: 800 222 444, ou enviar um email para cimi@infarmed.pt.

FONTE:

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