Imagem: 180graus |
A máquina de
hemodiálise do Hospital Universitário, o HU, da Universidade Federal do
Piauí (UFPI) está ligada a um vaso sanitário de um dos banheiros do
estabelecimento. A reportagem do 180graus teve acesso a imagens que comprovam esta situação.
Para que se
entenda, a máquina de hemodiálise (tratamento que consiste na remoção de
líquido e substâncias tóxicas do sangue, operando como se fosse um rim
artificial) precisa ter uma espécie de cano para entrar água e outro
drená-la.
Neste caso, a
máquina do HU está despejando a água suja dentro de vaso sanitário, o
que não é identificado como um procedimento normal. Segundo um médico
que faz atendimento no HU e prefere não ser identificado, este é apenas
um dos vários problemas naquele hospital.
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SEM 'CONDIÇÕES MÍNIMAS'
"O HU funciona sem as mínimas condições para qualquer gestor de saúde. O
SUS e o Ministério Público precisam tomar as devidas providências
urgentemente. Não há a abertura do centro cirúrgico e a UTI segue sem
alteração de médicos. Um grupo de médicos está querendo discutir a
situação junto à superintendência, mas é impossível", afirmou Avelar
Alves, nefrologista e superintendente no HU.
Segundo ele, o responsável desrespeita a categoria e não atende os
apelos da classe, mesmo sendo comunicado pelo Conselho Regional de
Medicina (CRM). "Os médicos estão unidos, mas são desrespeitados
repetidas vezes pelo superintendente do HU. A situação está
insustentável", afirmou.
Inaugurado em
novembro de 2012 (prestes a completar um ano de existência) com a
promessa de melhorar o atendimento de média e alta complexidade, o HU
acabou se transformando num monumento ao desperdício do dinheiro público
e uma das maiores provas da ineficiência da gestão pública de saúde.
Quando inaugurado, a expectativa era de que, num primeiro momento, o HU
funcionasse com 50% de sua capacidade e 18 mil atendimentos por mês.
Hoje em dia o atendimento não passa de 4 mil pessoas por mês.
O OUTRO LADO (Matéria atualizada às 17h47)
Após publicação da matéria, Avelar Alves, superintendente do HU, entrou em contato com o 180graus e
pediu esclarecimentos sobre alguns pontos publicados. Primeiro,
explicou que o procedimento de colocar a mangueira no vaso sanitário não
tem nada de anormal, pois aquela água que está sendo levada ali é
realmente para ser despejada. "Podia se colocar no esgoto, na privada,
em qualquer lugar pois esta água não é para ser utilizada. É realmente
para ser jogada no lixo, e no vaso sanitário ninguém vai utilizar. Pode
ir até para a sarjeta", afirmou Avelar.
Em segundo
lugar ele esclarece que não é verdade que esse tipo de procedimento
coloque em risco a vida da população, pois como vai para a sarjeta, não
tem como essa água contaminar, prejudicar a população. "Eu faria diálise
até mesmo em meu pai se fosse necessário. Não existe a possibilidade
nenhuma de risco à população. É zero, de prejudicar a população. Podia
colocar num balde com impureza. Não há risco algum. Acredito que a
pessoa que passou essa informação agiu de má fé ou não sabe do que
acontece, não entende. Num primeiro momento, para um leigo, choca aquela
imagem da máquina num vaso sanitário, mas não traz risco algum",
garante.
E em terceiro lugar ele esclarece que vem sim atendendo a categoria dos médicos, apesar das reclamações quanto a desrespeito.
"Estamos com
UTI funcionando, o centro cirúrgico também. Ontem mesmo eu recebi uma
comissão com doze médicos estavam o Doutor George, o Doutor Lucas, o
Doutor Leonardo, entre outros. Essa mesma equipe de médicos, conversamos
e marcamos de conversar amanhã (quinta-feira) as 11h30 para tratar das
dificuldades no hospital. Sempre nos dando um feedback sobre o assunto,
claro que aceito. E outra coisa: nossas portas são abertas e para que
todos que cheguem e nos passem o que pensam. Hoje fazemos uma média de 7
mil consultas mês. Absolutamente tudo está em funcionamento. Não
concordo com esse tipo de reclamação contra nosso trabalho"
180 graus
Revisado por Folha Política