Pawla V. |
Não é só na finança que há muito decorre um entrelaçado e indecoroso conúbio entre o estado e as instituições financeiras "privadas", extremamente lucrativo para uns quantos à custa do sacrifício de muitos e do progressivo desaparecimento da classe média. A adopção da doutrina "too big to fail", mediante a qual, pela invocação de um tal "risco sistémico" (ou seja, da instalação do medo entre o público) se socializam os prejuízos decorrentes de comportamentos especulativos ou simplesmente ineptos (no sector financeiro, automóvel, energético, etc.), constitui provavelmente a mais séria ameaça ao que ainda resta do sistema capitalista.
De facto, quando um conjunto de cientistas-activistas, exclusivamente dependentes do financiamento estatal nas suas actividades, conseguem influenciar a definição de políticas públicas em ordem a, supostamente, evitar o Apocalipse climático, criam-se as condições para uma espiral de demência.
Com efeito, a partir de um dado momento, os cientistas-activistas financiados por meios públicos e os políticos que eles influenciaram, vêem-se numa situação que não lhes permite encarar a possibilidade de que tenham errado (quem se lembra do "bug do ano 2000", da "gripe aviária" ou da "encefalopatia espongiforme bovina"?). Também aqui há quem esteja a ganhar muito, mas muito dinheiro, à custa do brutal e desnecessário aumento da factura energética, devido à interferência estatal e subsequente introdução de distorções no mercado pela alteração do mix energético, não por razões económicas, mas exclusivamente por razões
Assim, segundo se pode ler no artigo (minha tradução livre) e relativamente à divulgação do mais recente relatório (Assessment) do IPCC, a "Alemanha solicitou que as referências ao declínio do aquecimento fossem apagadas"; "a Hungria manifestou preocupação pelo facto do relatório proporcionar munições aos que negam as alterações climáticas induzidas pela actividade humana"; "a Bélgica objectou à utilização do ano de 1998 como início da série estatística, porque esse foi um ano excepcionalmente quente fazendo com que o gráfico [da evolução das temperaturas] surja horizontal pelo que sugeriu usar, em alternativa, 1999 ou 2000 de modo a que a curva de tendência surja inclinada para cima"; já "a delegação dos Estados Unidos insistiu com que os autores do relatório explicassem a falta de aquecimento pela utilização da "hipótese mais avançada" entre os cientistas que o menor aquecimento se deva à sua absorção pelos oceanos (que aqueceram)".
Absolutamente extraordinário!
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