O
texto a seguir não deve ser lido por pessoas que sofram da doença de
esclerose psicológica, pois talvez não faça sentido para essas pessoas.
Elas não têm mais ao que recorrer. O texto é para ser lido e talvez
entendido por pessoas que duvidem das certezas fisico-químicas da sua
existência, afinal tudo o que sabemos sobre nós é o que a "cultura"
científica e a própria "cultura" literária e acadêmica nos diz sobre o
que somos. Sempre são os outros a nos dizerem o que somos e como devemos
nos comportar, e isso nada mais do que é dominação intelectual, lavagem
cerebral e por aí a fora. Algum gaiato pode dizer o mesmo sobre esse
texto, porém nele não se pede que acredite no que está escrito, apenas
procura provocar através do raciocínio crítico higienizar a relação que
há entre o ente pensante e o ente pensado, assim como a todas as
filosofias e religiões que fazem da credulidade humana campo fértil para
a escravidão. Se, o que está escrito está certo? Cabe a cada um decidir
por si e isso é o mínimo que se pretende. Todos os dias vemos, ouvimos
que o mundo está assim, crises e mais crises, guerras e mortes,
políticas, economia. 'Deus e o Diabo' estão em luta perene para
conquistar os corações e mentes dos homens, o eterno dualismo,
materialismo democracia, religiões materialistas, esquerda, direita,
socialismo democracia, comunismo, capitalismo democracia, direitos e
deveres, obediência. Tudo o que disse é fruto do pensar, porém quem sabe
dessa mínima verdade e sabe a diferença consegue transformar o ser
humano em "gado". E há aqueles que conseguem ser diferentes, essa é uma
minoria. Entrementes, a grande maioria prefere uma "zona de conforto" e
por isso são "gado" infelizmente só vivem e ouvem e sentem aquilo que
para eles é destinado, e acabam por ser escravos para si e para as
gerações vindouras, perpetuando a miséria humana. Essa é a guerra
essencial, enquanto o deus do tempo e da guerra "jeová" não for quebrado
os seus pés de barro, nada mudará, a batalha começa nas nossas mentes.
Tibiriçá
A prisão do tempo.
Por acaso alguém sabia que o tempo físico é fruto
de nosso próprio pensar, e que esse tempo ou mal-pensar se transforma no
nosso cárcere, na nossa prisão?
E é bom que se saiba que o tempo e o espaço ditos físicos simplesmente não existem em si, malgrado apareçam ou se nos façam presentes de uma maneira refinada e superposta.
Tempo é só mal pensar. É só um exagero dessa enganadora atividade mental. No lugar do tempo físico, ou do ontem, do hoje de 24 horas e do amanhã, há, isto sim, um AGORA, em renovação, AGORA esse que não dura. Ou até mesmo pode-se sugerir que tal AGORA persiste como bem entende, simplesmente dilatando ou encolhendo, mas nunca de modo contínuo, cronométrico, como parece impor o funcionar dos relógios
Também
não existe o espaço físico. Em seu lugar há, isto sim, um AQUI que não
se estende nem feito espaço físico nem feito objeto (ou espaço
densificado). Em realidade, o verdadeiro AQUI nem se estende nem não se
estende. O durar e o estender-se são coisas do ego-pensamento que
precisa manter preso o Ser com forma-nome densificada (ou pretenso
corpo). .
O pensamento intrometido em todos nós se superpõe e se caracteriza como memória, raciocínio e imaginação...
O pensamento intrometido em todos nós se superpõe e se caracteriza como memória, raciocínio e imaginação...
A memória é o ontem ou é o passado ou ainda é "o antes".
A
imaginação é o amanhã ou é o futuro ou ainda é "o após"... Cuidado, a
imaginação-futuro ou o tempo futuro também se nos apresenta como o
espaço-físico ou um faz-de-conta, que parece estender-se na frente do
ego-pessoa ou à nossa frente, apontando para um falso infinito físico
espacial.
O raciocínio ou o discurso
mental – sempre reforçado pela memória e pela imaginação – constitui
exatamente o nosso hoje de 24 horas, supostamente contínuo, e que é o
pretenso “durante".
Nesse
pretenso hoje,o pensamento não para de estruturar e extrojetar e não
para de discursar, feito um macaco louco saltitante. O teatrinho
cotidiano tem que ser mantido custe o que custar.
Assim
que "o antes" é o pretenso passado. "O durante" é o falso hoje de 24
horas – quando em verdade nesse hoje nada dura, nada persiste de fato
para fundamentar as pretensas 24 horas – e "o após" é o suposto futuro. E
o amanhã também corresponde ao espaço dito físico.
Por conseguinte, a imaginação tanto constitui o futuro, como também constitui o espaço dito físico.
De sua parte, o suposto espaço físico parece encerrar três possibilidades:
Ou é um espaço que já se percorreu, (isto é, um fato passado, uma pretensa ocorrência que não existe mais, portanto ineficácia).
Ou é um espaço que se estaria percorrendo no hoje de 24 horas, (mas em verdade, isso é impossível, já se verá o porquê).
Ou é um espaço que ainda não se percorreu, (isto será um fato futuro ou então uma pretensa ocorrência que ainda ineficaz ou que ainda há de vir.
Naquele espaço que já se percorreu não há mais qualquer movimento... Sim ou não? Claro que não.
No espaço ainda não percorrido ou pretenso futuro tampouco há ou já existe algum movimento.
No espaço que hoje paradoxalmente se percorre tampouco há movimento ou deslocamento. Só há memória, raciocínio e imaginação que se levantam e interferem. Ou há uma impressão-convicção que resulta num faz-de-conta perfeitamente reconhecível, tipo estrada-estensão, movimento ou deslocamento, pretenso móvel e pretenso tempo que se gastará.
No espaço ainda não percorrido ou pretenso futuro tampouco há ou já existe algum movimento.
No espaço que hoje paradoxalmente se percorre tampouco há movimento ou deslocamento. Só há memória, raciocínio e imaginação que se levantam e interferem. Ou há uma impressão-convicção que resulta num faz-de-conta perfeitamente reconhecível, tipo estrada-estensão, movimento ou deslocamento, pretenso móvel e pretenso tempo que se gastará.
Só
que o movimento impossível não casa ou não se funde com objeto que
pretensamente vira móvel ou automóvel. Nem que se faça milagres, nem se a
tal objeto-móvel se empresta energia ou vitalidade para que se
desloque. Não há móvel e movimento separados, nem há móvel e movimentos
juntos.
Cuidado,
nem por isso se deve concluir que tudo está parado ou inerte. Num
pulsar nem se está parado (inércia) nem nos movemos (cinemática). Todos
esses paradoxos são profundamente analisados e aclarados em meus livros “Transmutar Este Falso Mundo” – “Ladrão e Salteador da Mente Humana”. Por favor, leiam-nos e verão porque me exprimo assim.
E
não se apele para o cálculo infinitesimal e o cálculo integral
(ardilosas e astutas artimanhas do intelecto ou
memória-raciocínio-imaginação) para tentar fundamentar o morto ou
passado e com ele o não-nascido ou futuro, dupla essa que parece dar
fundamento ao movimento físico que hoje não se dá. No falso hoje de 24
horas, em vez de deslocamento só temos barulho mental e
impressões-convicções, que se nos apresentam como movimento ou
deslocamento. No AGORA tudo é diferente.
Alguns,
raciocinando, elucubrando e concluindo precipitadamente, diriam que o
movimento ou deslocamento forçosamente tem que acontecer no hoje de 24
horas e a ela se restringe.
Só que este hoje de 24 horas, repito, é somente raciocínio, memória e imaginação. E estes três constituem exatamente o PENSAMENTO COMUM ou o ladrão e salteador da mente humana, que poucos conhecem ou surpreenderam em si mesmo, graças a um Autoconhecimento. “Homem, homem, conhece-te a ti mesmo!”
Só que este hoje de 24 horas, repito, é somente raciocínio, memória e imaginação. E estes três constituem exatamente o PENSAMENTO COMUM ou o ladrão e salteador da mente humana, que poucos conhecem ou surpreenderam em si mesmo, graças a um Autoconhecimento. “Homem, homem, conhece-te a ti mesmo!”
Volto
a repetir, por favor, e cuidado: nada de apelar para cálculos integral,
infinitesimal gráficos cartesianos, já que eles nada têm a ver com a
VIDA em Si. Eles são só abstrações da memória-raciocínio-imaginação.
Por
conseguinte, nada do passado ou “do já percorrido” fundamenta o que no
hoje de 24 horas estaria se percorrendo – mas se percorre de fato, ou
Agora tudo apenas FULGURA? – porque “o já percorrido” não existe mais. O
"já percorrido" não é mais eficaz, não modifica mais nada, não
acrescenta mais qualquer novidade.
No AGORA em RENOVAÇÃO nada pode ser percorrido, porque aí não há caminho (espaço) que dure nem há estrada que persista e se estenda. Tudo fulgura, tudo se renova ou tudo é novidade, tudo é um “staccato” (palpitante, fulgurante pulsante, desligado) sem qualquer explicação racional. E se esta explicação for acrescentada, ela só vai distorcer porque não faz parte do SABER-SENTIR-INTUIR ou do Autoconhecimento ou Conhecimento Direto. A explicação faz parte daquele famoso trio enganador, a memória, o raciocínio e a imaginação. A explicação também é conhecimento indireto e indiretíssimo.
Nada “do
ainda não percorrido” (ou futuro) fundamenta o que estaria se
percorrendo no hoje de 24 horas, porque “o ainda não percorrido” ainda
não existe, não se fez presente, portanto, não é eficaz nem modifica
nada.
Nada do futuro ou do “ainda não percorrido” pode fundamentar o AGORA em RENOVAÇÃO. Neste Aqui e Agora nada pode ser percorrido porque aí nada se estende, aí nada pode durar, a inércia e a inexistência também não se fundamentam. A ausência ou a transferência de algo ou alguém é uma patifaria cósmica.
Nada do futuro ou do “ainda não percorrido” pode fundamentar o AGORA em RENOVAÇÃO. Neste Aqui e Agora nada pode ser percorrido porque aí nada se estende, aí nada pode durar, a inércia e a inexistência também não se fundamentam. A ausência ou a transferência de algo ou alguém é uma patifaria cósmica.
O “res cogitans e o res extensa” (a realidade que pensa e a realidade que se estende ou a dualidade científica)
de Descartes são uma única e mesma aparência sobreposta. São dualidades
ardilosas. Convém levar em conta que no Agora em Renovação, a memória, o
raciocínio e a imaginação (pensamento) não podem se intrometer, porque,
fora de suas funções desvirtuadoras e de suas limitações impostas, eles
são uma trapaça mental.
É de se crer que então que é nessa aparência sobreposta de Descartes que os manipuladores da falsa fatalidade (Demiurgo ou o falso deus, urgos ou egos)
introduziram e incluíram os choques materiais impossíveis. Ou seja, os
desastres, os estraçalhamentos velhacos dos veículos (móveis) que não
podem andar, e as mortes absurdas dos condutores e passageiros. Minha
gente, a pasta material que parece durar ou persiste sempre igual, que
parece ser impenetrável e que resiste, que parece se chocar
violentamente simplesmente não existe em si. Tampouco a estrada pode
existir em si, porque nada dura, e o movimento tampouco se cumpre por
falta de espaço e tempo reais. O deslocamento, o espaço, o tempo, a
pasta material, a energia cinética são pensamento. O móvel e o movimento
juntos ou separados são um absurdo.
E
os desastres são frutos da interferência e manipulação de alguns
velhacos que penetram no nosso cotidiano ou nesse mesmo fluxo
pensante-pensado para conveniência deles e para roubar vidas ou a Vida
em Si. .
Na autêntica
Atividade Mental – mas nunca enganadoramente cerebral e fisiológica – só
prevalecem cinco possibilidades verdadeiras e livres do tempo (ou
livres da memória-raciocínio-imaginação) e que são o Saber, o Sentir, o
Intuir, o Atuar e o Amar. Estes cinco aspectos mentais verdadeiros
ocorrem e são válidos somente Aqui e Agora. E estão livres do tempo.
Neles se é, mas não se nasce (começar), não se dura, não se morre. Tudo
se renova.
O pensamento é apenas um atraso, uma ressonância, uma reverberaração, um reflexo caduco desse extraordinário quinteto. O pensamento é um atraso mental que resulta na impressão-convicção de tempo e espaço físicos reconhecíveis e em pretenso movimento ou deslocamento, onde os desastres parecem acontecer.
Amigos,
o espaço, o tempo, o movimento ou o deslocamento, a matéria, a energia,
o plasma, deuses do materialismo niilista e da ciência moderna são
apenas PENSAMENTO! E isso a física quântico-ondulatória e a Física da
Ressonância Eletromagnética também descobriram.
Nesse caso, ENTÃO e lamentavelmente, a memória-raciocínio-imaginação trabalha contra o Homem Primordial, trabalha contra nós (“EU SOU”) e labuta a favor de nossa prisão existencial. Daí eu ter escrito esta "A Prisão do Tempo".
A
memória, o raciocínio e a imaginação, além de em ocasiões serem ótimos e
úteis para o viver cotidiano da mente-ego-personificada e suas
reconstruções, também são os enganadores antes, durante, depois, dos
quais teríamos que estar mais avisados e precavidos.
Somente o Saber-Sentir-Intuir (ou o Conhecimento Direto ou ainda o "prajña", "jñana"
dos orientais) pode libertar o homem desse laço espaço-temporal.
Prevalecendo o pensamento ou o ego (mal) pensante, e com ele o espaço, o
tempo, o móvel, o movimento, a matéria etc. pensados, os desastres
também ocorrem ou se apresentam, com todo o seu horror, violência e
mortes.
Fonte: Ernesto Bono