A
Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) fez o
lançamento internacional da campanha “Copa para quem?”, durante a 23ª
sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas
(ONU), realizada no dia 28 de maio em Genebra (Suíça). Na ocasião também
foi lançado o vídeo “Quem ganha este jogo?” com o objetivo de denunciar
à comunidade internacional as violações de direitos humanos decorrentes
de remoções forçadas no Brasil em virtude dos megaeventos esportivos. O
vídeo foi realizado com material gravado por moradores, videoativistas,
mídias independentes e colaboradores da resistência.
O objetivo
da ação é denunciar para a comunidade internacional as violações de
direitos humanos decorrentes de remoções forçadas em virtude dos
megaeventos esportivos que acontecerão no Brasil entre 2013 e 2014 –
Copa das Confederações e Copa do Mundo de Futebol, respectivamente. Além
disso, pedir que o Conselho de Direitos Humanos da ONU intervenha junto
ao governo brasileiro e crie, em parceria com as comunidades afetadas,
um plano nacional de reparações e um protocolo que garanta os direitos
humanos nestes casos.
Segundo a
coordenação nacional da Ancop, a ação de internacionalizar o debate
sobre a violações de direitos tem a finalidade de pressionar o governo
brasileiro, “já que o governo só dá atenção quando as denúncias chegam à
comunidade internacional”.
Em virtude
das obras de construção ou de reforma e ampliação de estádios para
sediar os jogos internacionais, e das obras de mobilidade urbana nas 12
cidades-sede da Copa, muitas famílias se viram obrigadas a sair de suas
casas para dar espaço a essas construções. A estimativa é que cerca de
200 mil pessoas em todo o Brasil estejam sendo impactadas por despejos
relacionados a obras da Copa.
Segundo a
Ancop, quem participou de uma ação de visita às comunidades afetadas em
alguma cidade-sede da Copa percebe que a situação de violações se repete
em todas as cidades. De modo geral, as famílias não são informadas
sobre as obras e planejamentos estratégicos, e muitas vezes as
comunidades já são notificadas antes mesmo de a obra ter um estudo
ambiental. Um comparativo da situação destas comunidades, antes e
durante as obras para a Copa, será demonstrado no vídeo “Quem ganha este
jogo?”, lançado em inglês durante a sessão da ONU.
Essa não é a
primeira vez que a Ancop denuncia a situação de remoções para a ONU. Em
outras ocasiões, a entidade já enviou informações denunciando a questão
de megaeventos e direito à moradia no Brasil para a Relatoria Especial e
para a Revisão Periódica Universal da ONU.
A
Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa reúne movimentos
sociais, organizações, representantes de comunidades e outras entidades
sensíveis ao tema das transformações urbanas para os megaeventos
esportivos. Os Comitês Populares estão localizados nas 12 cidades-sede
da Copa: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus,
Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Para mais informações: http://portalpopulardacopa.org.br/
http://devastacao.wordpress.com/