O perdão é comparável à água
lustral do espírito, lavando todas as nódoas que nos assaltam o tecido da
existência.
Não te alegrarás, exibindo a
veste salpicada de lama e nem te resignarás a conduzir, cada dia, o lixo da
própria casa na concha das próprias mãos.
Ao invés disso, obrigas-te cada
manhã ao ritual da limpeza, a começar por teu próprio corpo, a fim de que a saúde
e a higiene te marquem as horas.
No terreno da própria alma,
guardar ressentimentos e mágoas, melindres e dissabores, ante a conduta alheia,
é o mesmo que transportar, no reduto do próprio ser, os detritos de nossa
marcha, intoxicando-nos a vida.
Odiar é render culto ao
desequilíbrio; maldizer é abrir chagas íntimas; censura é ferir a esperança;
exigir, quase sempre, é aborrecer.
Lembra-te de que todos temos
necessidade da desculpa recíproca, a fim de que a estrada nos desimpeça do
pedregulho nela atulhado por nossos próprios erros.
Recorda o reconforto que recolhes
da palavra de estímulo e a bênção de alívio que te afaga o coração, quando as
tuas faltas possíveis são recebidas por outrem com tolerância e perdoa, sem
condições, a todos os golpes da senda, na certeza d que todo mal desaparecerá
para que o bem permaneça.
Aqui, agora e sempre, seja onde
for, aprendamos a esquecer tudo o que representa poeira inútil da caminhada,
procurando simplesmente a luz da compreensão e do amor que tudo renova e doura,
a caminho da vida maior e abrir-se-á renovado caminho na longa peregrinação de
trabalho e de experiência em que nos cabe evoluir sempre
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