Com diversas manifestações espalhadas pelo país, o Brasil viveu momentos de caos na noite de segunda-feira, madrugada em Portugal. Só no Rio de Janeiro 100 mil pessoas ocuparam as ruas da cidade, enquanto em Brasília os manifestantes invadiram a cobertura do Congresso Nacional.
No Rio de Janeiro a manifestação decorreu de forma pacífica, com os manifestantes a entrarem em confronto com as forças policiais apenas nos momentos finais da contestação, próximos da Assembleia Legislativa (o equivalente a Câmara Municipal em Portugal). Destruição de carros e bens públicos, gás pimenta e lacrimogéneo, pedras, bombas caseiras, cocktails molotov... O centro do Rio de Janeiro virou um autêntico Inferno, com uma guerra aberta entre policiais e manifestantes. Balanço final: 29 feridos e vários manifestantes presos.Em São Paulo, capital onde começou o poder reivindicativo das ruas na semana passada devido ao aumento dos transportes, pelo menos 65 mil pessoas estiveram presentes na manifestação, enquanto em Brasília os manifestantes, principalmente estudantes, invadiram a cobertura do Congresso Nacional, descendo momentos depois em clima de festa. Na capital paulista, o «povo» tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, mas não conseguiu.
«As manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia. É próprio dos jovens mostrarem a sua indignação através de manifestações», afirmou a presidente Dilma Rousseff, que falou pela primeira vez sobre os acontecimentos, que está a levantar uma enorme onda de contestação devido a violência utilizada pela polícia militar.
Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, também ocorreram manifestações em outras capitais do Brasil, como Maceió, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Vitória, Curitiba, Belém e Belo Horizonte. As estimativas revelam que cerca de 240 mil pessoas estiveram nas ruas do Brasil.
De referir que, embora as primeiras manifestações tenham sido dirigidas aos aumentos nos transportes, vários assuntos são agora contestados pelos manifestantes, tais como «o excessivo gasto de dinheiro público no Mundial 2014, a PEC 37 (conhecida como a PEC da Impunidade), o polémico Estatuto do Nascituro, além de pedidos de investimentos em transporte público, saúde e educação, numa clara exigência da sociedade civil por uma actualização da agenda política do país», refere o jornal O Globo.
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