A era dos Drones Assassinos: Como a América vai para a guerra em Segredo
Semeando
junho 27, 2013
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Os drones, equipados de bombas e
mísseis, a arma predileta de Obama e dos serviços secretos, são aviões
sem piloto, robôs programados à distância para matar, tal como o
confirmam alguns apelidos, o “Predador”, a “ Foice da Morte”, o
“Taranis”, deus do Céu e da Tempestade! Basta o operador carregar no
botão, mesmo a milhares de quilómetros!
As vantagens para a CIA e para o seu
atual diretor John Brennan, nomeado pelo presidente Obama e seu
conselheiro principal, são as de proporcionarem um trabalho limpo e
oculto, sem emoção, portanto sem ética, sem militares a bordo, portanto
sem perdas humanas, insuportáveis para a opinião pública. E quem é
responsável? O robô, o Presidente, o operador à distância, o Pentágono?
Acontece que o objetivo de qualquer guerra não é matar, mas neutralizar e
pôr fora de combate o inimigo, no espírito das Convenções de Genéve.
Estas máquinas letais têm atuado no
Paquistão, no Iemen, na Somália, centenas de civis abatidos, famílias
massacradas, incluindo crianças, mulheres e velhos. Em cerca de 300
destes ataques “cirúrgicos” descerebrados efetuados pelos Estados Unidos
no Paquistão, foi calculado que 2% das vítimas correspondiam aos alvos
programados, o “resto” ficou à conta dos efeitos ditos “colaterais”.
Quando do rebentamento de um edifício, foi possível visionar pessoas,
talvez familiares, a recuperar pedaços de corpos.
Máquinas de matar
É assim que o Ocidente pretende dourar a
sua imagem? Não estamos em presença de crimes de guerra? Cada
bombardeamento é uma nova fornada de entusiastas Al-Qaeda. O argumento
antiterrorista tornou-se efetivamente um viveiro de novos recrutas num
país como o Paquistão, onde 75% da população não chega a ganhar 2
dólares/dia.
Onde está a lei internacional, a
soberania das Nações, o princípio de precaução e de incerteza científica
quanto à utilização destes aparelhos? Qual o espírito da Constituição
norte-americana relativamente a esta matéria? Obama, prémio Nobel da Paz
2009, é diplomado em Direito Constitucional! Mas isso não o impede de
presidir atualmente na Casa Branca às reuniões das “terças-feiras do
terror” com os conselheiros do Pentágono, para listar pessoalmente os
alvos a eliminar. Uma informação de dois jornalistas do “New York
Times”, Jo Becker e Scott Shane, não desmentida e difundida em canais
televisivos europeus.
Os Estados Unidos dispõem de cerca de
8000 destes aparelhos, em centros operacionais perto de Las Vegas e nos
desertos do Novo México e uma base no Níger, perto do Mali. Já se
treinam mais operadores de drones que pilotos de avião! A Jordânia, por
seu turno, pôs dois corredores aéreos à disposição de Israel, portanto
perto da Síria.
Estão em estudo novos modelos com
capacidade de decidir os alvos a atingir, de abrir fogo automaticamente e
de se defenderem em caso de ataque, tal o projeto de superdrone
franco-britânico “Taranis” acima referido, um supersónico que escapa ao
radar, muito embora a França, ao que parece, possua apenas neste momento
quatro drones não armados, de vigilância, na zona do Mali.
A questão real que se coloca é a de
saber como é que o robô diferencia um combatente de um civil. Como
descodifica ele que uma criança não é um alvo a abater quando aponta com
uma cana na direção de um pássaro?!
Um último ponto: o termo inglês “drone”
refere-se ao mundo das abelhas. Trata-se do zangão, que mais não faz
que fecundar as rainhas virgens e cujo zumbido, quando as persegue, é
semelhante ao dos robôs que acabaram por lhe usurpar o nome.