Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não
conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a
doutrina que é segundo a piedade, ê soberbo e nada sabe, mas delira
acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas,
porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de
entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de
ganho. Aparta-te dos tais.
1 Timóteo 6.3-5
Haja Unção!
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A palavra “unção” é uma das mais pronunciadas no
meio pentecostal, ao lado de outras como “fogo”, “glória”, “vaso”, etc.
Há também expressões novas — e esdrúxulas —, como “reteté de Jesus”. Se
um pregador tem eloqüência, voz potente e principalmente facilidade para
animar o auditório, todos dizem: “Fulano tem muita unção” ou “Fulano é
do reteté”. Afinal, o que é unção?
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Nos tempos da Antiga Aliança, reis, profetas,
sacerdotes e coisas (colunas, objetos, etc.) eram ungidos (Gn 31.13; Êx
30.26-30; 40.15; 1 Sm 10.1; 1 Rs 19.16; Sl 133). A unção simbolizava
consagração de pessoas ou coisas ao Senhor. Mas, no Novo Testamento,
Jesus afirmou, após ter lido um trecho de Isaías (61.1-2), que a
profecia quanto à unção do Espírito sobre a sua vida tinha se cumprido
(Lc 4.18-21). Deus o ungira, no plano espiritual, e isso em si já era o
bastante para o cumprimento de sua missão na Terra (At 10.38).
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O derramamento de azeite representava, antigamente, unção divina propriamente dita sobre a vida de quem ascenderia a uma posição de destaque (Nm 3.3; 1 Sm 16.13). No entanto, hoje, não é mais necessário ungir pessoas com azeite para consagração ou confirmação de seus ministérios. Basta a unção do Espírito Santo (2 Co 1.21; 1 Jo 2.20,27).
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O derramamento de azeite representava, antigamente, unção divina propriamente dita sobre a vida de quem ascenderia a uma posição de destaque (Nm 3.3; 1 Sm 16.13). No entanto, hoje, não é mais necessário ungir pessoas com azeite para consagração ou confirmação de seus ministérios. Basta a unção do Espírito Santo (2 Co 1.21; 1 Jo 2.20,27).
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Também não é preciso ungir objetos, a fim de
consagrá-los a Deus, pois o Novo Testamento menciona a unção literal
somente para os enfermos (Mc 6.13), a qual deve ser aplicada pelos
presbíteros da igreja (Tg 5.14). O azeite, além de símbolo do Espírito
Santo (Zc 4.3-6), é o ponto de contato para estimular a fé do doente.
Mas o recebimento da cura não está relacionado com a unção, e sim com a
oração da fé, em nome do Senhor: “E a oração da fé salvará o doente, e o
Senhor o levantará” (Tg 5.15).
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Unção da Loucura de Deus
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Unção da Loucura de Deus
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De tempos em tempos aparecem pregadores “ungidos”
anunciando novidades dissociadas das Escrituras, mas sempre afirmando
que têm o aval de Deus para isso. No plano espiritual, estão em voga as
“novas unções”, acompanhadas de “novas visões”. Fala-se muito em “unção
da loucura de Deus”, com base em 1 Coríntios 1.25: “Porque a loucura de
Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do
que os homens”.
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Os espalhafatosos pregadores dessa “nova unção”
vêem na passagem acima a justificativa para todas as aberrações que
dizem e fazem. Alguns têm ministrado a “bênção do depósito celestial”.
Prometem que as pessoas que tiverem fé encontrarão uma grande quantia em
sua conta bancária! No entanto, a suposta bênção divina traz ao
“agraciado” um grande problema. Trata-se de um autêntico “presente de
grego”!
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Não pense que sou incrédulo. Creio sim num Deus que
faz até moeda aparecer na boca de um peixe! Mas, se aparecerem,
digamos, cinqüenta mil reais na conta de alguém, como fica a sua
situação em relação à Receita Federal? Como o tal declarará isso no
Imposto de Renda, haja vista não poder dizer simplesmente: “Foi Deus
quem me deu”? O Senhor nos daria uma bênção pela qual nos tornaríamos
sonegadores de impostos, infratores da lei?
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Quanto à expressão “loucura de Deus”, ela foi
empregada por Paulo apenas para enfatizar o quanto os seres humanos, por
mais capazes que sejam, estão aquém do Todo-Poderoso.
Ah, e ele também mencionou a “fraqueza de Deus”. Por que esses “ungidos” não pregam também a “unção da fraqueza de Deus”? Como se vê, o texto que empregam não apóia as suas atitudes extravagantes e as suas ministrações insanas.
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Ah, e ele também mencionou a “fraqueza de Deus”. Por que esses “ungidos” não pregam também a “unção da fraqueza de Deus”? Como se vê, o texto que empregam não apóia as suas atitudes extravagantes e as suas ministrações insanas.
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Por outro lado, em 1 Timóteo 6.3,4 o apóstolo Paulo
— ao mencionar o “obreiro” que ensina outra (gr. heteros,
“dessemelhante”) doutrina e não se conforma com as sãs palavras de nosso
Senhor Jesus Cristo — chamou esse tipo de “obreiro” de louco! E aqui é
louco mesmo! Não se trata de linguagem figurada. Eis a descrição contida
no versículo 4: “é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e
contendas de palavras…” Não seria essa a loucura ou delírio presente na
vida de alguns super-pregadores?
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Reteté de Jesus!
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Reteté de Jesus!
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Uns dizem “reteté”, e outros, “repleplé”. Ninguém
sabe ao certo o que significam essas expressões onomatopaicas — que
devem ter se originado de uma brincadeira de péssimo gosto com as
línguas estranhas —, usadas para identificar pretensos cultos
pentecostais. Isso mesmo, pois, nos cultos genuinamente pentecostais, há
exposição bíblica e manifestação do poder de Deus, e não brincadeiras
com os dons espirituais e mau uso deles.
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O termo “reteté” não consta de dicionários
oficiais; é um neologismo. Mas há quem diga que teve origem no italiano;
relacionado com a culinária, significaria: “mistura”, “movimento”,
“reboliço”, “festa”, “aquilo que foge da normalidade”, etc. O certo é
que essa expressão esdrúxula faz o maior sucesso no meio dito
pentecostal. E ai daqueles que falam alguma coisa contra isso! São
taxados de frios e inimigos do “mover de Deus”.
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Mas, quer saber de uma coisa? Está na hora de darmos uma basta nessas efemeridades e brincadeiras na casa de Deus!
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De onde tiraram essa idéia de que um culto só é
pentecostal se pessoas marcharem, pularem, contorcerem-se ou caírem? Que
negócio é esse de os crentes ficarem rodopiando pra lá e pra cá? E os
servos de Deus que estudam as Escrituras, oram, jejuam, evangelizam e se
santificam? São eles inferiores aos crentes do reteté em razão de não
tomarem parte em seus reboliços?
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Quem gosta do Reteté?
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Quem gosta do Reteté?
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Já estive em várias reuniões do reteté. Os “hinos” são apresentados em ritmos como axé, com batuques que lembram reuniões de candomblé, e muito forró. Pura carnalidade! Pessoas rodopiam, caem, riem, berram, etc. E alguns obreiros tolerantes, frouxos, ainda dizem que isso se trata apenas de meninice.
Já estive em várias reuniões do reteté. Os “hinos” são apresentados em ritmos como axé, com batuques que lembram reuniões de candomblé, e muito forró. Pura carnalidade! Pessoas rodopiam, caem, riem, berram, etc. E alguns obreiros tolerantes, frouxos, ainda dizem que isso se trata apenas de meninice.
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Ah, se o reteté fosse apenas meninice! Bastaria ensinar os “meninos” no caminho em que devem andar, não é mesmo? Porém, são poucos os crentes que se envolvem com práticas estranhas por falta de amadurecimento. A maioria gosta desses “moveres” por carnalidade e falta de temor a Deus! E, em alguns casos, verifica-se até apostasia decorrente de influência maligna (cf. 1 Tm 4.1).
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Ah, se o reteté fosse apenas meninice! Bastaria ensinar os “meninos” no caminho em que devem andar, não é mesmo? Porém, são poucos os crentes que se envolvem com práticas estranhas por falta de amadurecimento. A maioria gosta desses “moveres” por carnalidade e falta de temor a Deus! E, em alguns casos, verifica-se até apostasia decorrente de influência maligna (cf. 1 Tm 4.1).
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Obreiros neófitos gostam do tal reteté, a ponto de
se indignarem contra quem estimula o povo a ler mais a Bíblia e ser mais
equilibrado. Eles dificilmente oram e, quando o fazem, valem-se das
chamadas “orações de guerra”. Ordenam, determinam, decretam… Esses anões
espirituais não têm fome pela Palavra. Quando um pregador cita as
Escrituras, bocejam. O negócio deles são as efemeridades; gostam de
movimentos — da carne, é claro.
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Um dia desses, em um dos aeroportos brasileiros, eu
me pus a ler a Bíblia na sala de embarque — não é sempre que faço isso
em lugares como esse —, a espera da chamada de meu vôo. De repente, um
famoso super-pregador do reteté, de mãos vazias, se aproximou.
Sentando-se ao meu lado, ele disse, num tom que me pareceu zombeteiro ou
um tanto desdenhoso: “Pois é… quem ensina precisa mesmo ler a Bíblia”.
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Tentei inutilmente conversar com ele sobre o que eu
estava lendo nas Escrituras, mas o seu negócio era contar vantagens.
Apresentou-me, em cerca de dez minutos, toda a sua agenda… Depois que
nos despedimos, fiquei pensando que, para manipular os ingênuos crentes
do reteté, realmente não é preciso ler a Bíblia. Basta ter à mão um
arsenal de animação de auditório, suficiente para garantir o “mover de
Deus”.
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Extraído de:
ZIBORDI, Ciro. Mais erros que os pregadores devem evitar, CPADhttp://www.pulpitocristao.com