A idolatria sempre foi o jogo
religioso predileto. Sempre esteve presente. Agora, numa nova modalidade. Já
lutamos contra os ídolos, mas hoje, os ídolos somos nós!
Vejo pessoas com os olhos brilhando,
as mãos suando frio, celulares a postos não perdem nada, euforia total,
histeria... Tudo para o “artista gospel” do momento. Não consigo enxergar
nenhum dos dois: arte, nem “gospel” (“boas novas”, em alusão ao evangelho, em
inglês).
Antecipo que serei absurdamente
criticado por esse post. As desculpas estão na ponta da língua. Vejo cantores,
cantoras, pregadores, pastores e até igrejas sedutores em seus holofotes,
extasiados por seus fã-clubes. Ídolos que adoram ser adorados! Algumas igrejas
são verdadeiras grifes religiosas – se você não faz parte delas está fora de
moda, sem nenhum “curtir”.
Se você que está lendo esse post
agora tem seu próprio fã-clube e está tentando encontrar soluções para essa
contradição, pense nas seguintes perguntas:
1. Como é a sensação de ver as pessoas
admirando e idolatrando você, gritando seu nome. É bom? É gostoso?
2. Quando você chega a uma igreja,
praça ou evento e ninguém te reconhece, dói? Você se sente mal?
3. Quantas vezes você leu sobre
idolatria na Bíblia?
Percebe? O ídolo hoje sou eu! Já não
dói mais roubar a glória de Deus. Não assusta mais saber que Deus destrói os
ídolos. Não há mais o senso do sagrado terrível.
Vejo cantores(as) “agradecendo” no
lançamento do CD ou DVD com a seguinte frase: Deus cumpriu sua promessa, seu sonho. Intrigante é que essa
“promessa/sonho” é gradual: se o tal CD “estourar” foi uma grande obra de Deus,
se não vender nada foi “provação de Deus para o meu crescimento, visando o
próximo CD”. Eu, eu, eu! Ah! A criatividade gospel...
Vejo pastores e suas fotos
espalhadas por todos os lugares. É a nova Onipresença dos deuses de
hoje. Não é pecado tirar foto com alguém, o problema é sentir-se o pior do
mundo quando ninguém tirar foto com você. É o “pastorado imagético”, a
contradição total: viver pela Palavra no mundo da Imagem! É o anti-João
Batista: “Importa que eu cresça e o resto desapareça!” São os novos “Padim
Ciços” da mentalidade popular evã-gélica!
Ø Quando
o ídolo sou eu, Deus sai de cena! Ele não divide a sua glória com ningém!
Ø Quando
o ídolo sou eu, o profetismo desse post gera ódio. Servos não se encaixam nas
descrições acima.
Ø Quando
o ídolo sou eu, qualquer glória aos outros é exaltação, a mim é honra! O nome
disso é hipocrisia, teatro, máscaras!
Ø Quando
o ídolo sou eu, evito a Bíblia. Ela é uma arma de grosso calibre que costuma
destruir os altares dos falsos deuses.
Ø Quando
o ídolo sou eu, a igreja sofre. Ídolos de carne e osso são infinitamente mais
nocivos do que imagens de barro e gesso.
Ø Quando
o ídolo sou eu, sou uma mentira! Não há ninguém digno de adoração senão Aquele
que é Alfa e Ômega, Princípio e Fim (Ap. 1.8)
A Jesus Cristo – o Único
– sejam rendidas toda a honra, glória, exaltação, adoração, magnitude,
majestade, louvor, domíno e soberania para todo o sempre!
Alan Brizotti