Ansiedade é um estado emocional desagradável de apreensão, causado pela suspeita ou previsão de um perigo contra a própria integridade. É um temor frente a um perigo real ou imaginário, uma espécie de alerta para algo que possa ferir física ou moralmente. É uma defesa natural do corpo, mas torna-se prejudicial quando limita, impede, bloqueia e quando provoca sentimentos ou sensações de difícil controle.
O indivíduo passa a desacreditar em suas capacidades, podendo surgir sentimentos de inferioridade, incapacidade, impotência. Sentindo-se desta forma, o temor pela rejeição pode aparecer acompanhado de uma sensação de abandono ou solidão. Assim a ansiedade vai tomando forma e tomando conta do sujeito. Ela provoca reações físicas e o corpo entra em estado de alerta, reagindo contra o inimigo.
Quando nos encontramos nesta situação, a primeira reação é de salvamento: tentamos sair desta pressão a qualquer custo. Impulsivamente, podemos abandonar algo que desejávamos muito, alegando que não queríamos tanto assim. Permitimos que a ansiedade se deposite na nossa cabeça, exercendo uma pressão forte a ponto de deslocar nossa atenção ao que estava gerando ansiedade para a dor física da enxaqueca ou dor de cabeça.
Com os sintomas de alerta, o seu corpo está dando um aviso de que algo não está bem, que você está se sentindo ameaçado por alguma razão, seja esta real ou imaginária. O que fazer nesta hora? Muito simples: respirar calmamente, com o diafragma, encher a barriga de ar e depois o peito e soltar devagar. Outra dica é dizer mentalmente para si mesmo: “Está tudo bem, tudo bem”. Isto é para que você envie uma mensagem para o seu cérebro para que ele processe a mudança.
Controle pessoal
No campo da aprendizagem, a ansiedade está associada a uma resignação passiva: o indivíduo aprende a reagir com ansiedade quando se sente indefeso, incapaz, impotente para reagir frente à figura de autoridade - pai, mãe, professor. Torna-se uma pessoa oprimida e percebe que o controle está alheio a ela, acentuando o sentimento de resignação, intensificando a insegurança. Experimenta o sentimento de impotência pela dificuldade ou falta de oportunidade de evitar o que incomoda devido à ansiedade.
A insegurança é conseqüência da ansiedade pela falta de controle interno e excesso de controle externo ou maior credibilidade no outro do que em si mesmo. O controle pessoal é um aspecto importante no manejo da ansiedade: se aprendemos a ver-nos controlando o ambiente ou sendo controlados por ele. O comportamento recebe a influência do controle externo e sua vida passa a ficar à mercê do mundo exterior, o controle está nas mãos do outro. Nosso comportamento também recebe influência do controle interno: quando alguém tenta jogar problemas ou mau humor em nós, colocamos em ação o autocontrole, buscando internamente recursos para lidar de maneira adequada com aquela situação, sem deixar-nos influenciar pelo outro e sim por nós mesmos, tomando as rédeas da própria vida.
O aumento do controle melhora visivelmente a saúde e a moral. Pesquisas realizadas em escolas, lares para idosos, fábricas e presídios revelaram que aos que lhes foi concedido escasso controle pessoal experimentaram uma diminuição da moral e um aumento do estresse, ansiedade e conseqüente insegurança, falta de confiança em si. Aos que receberam autonomia e estímulo para exercer o controle, mostraram uma atitude mais vivaz, ativa e feliz. Todos mostraram melhor rendimento, ânimo, disposição, menos estresse, agressividade e depressão.
A pessoa prospera em condições de democracia, liberdade pessoal e exercício de seus direitos. Parafraseando o filósofo romano Sêneca: são felizes os que elegem a atividade que preferem. As mudanças que estão ocorrendo no mundo todo devem servir como ferramentas de aprendizado, de ensaio e erro. Em vez de mergulhar na ansiedade e na insegurança movida pelo desespero gerado pela competitividade no campo de trabalho, por exemplo, podemos ampliar o leque de percepção.
Denise Cristina Zandomeneghidoutora em Psicologia