"A sociedade existe como um estado hipnótico, e a multidão é um fator hipnotizante. Nascemos, e quando nascemos não somos nem hindus, nem muçulmanos, nem parses; não é possível, porque a consciência não pertence a nenhuma seita. A consciência pertence ao todo, não pode ser sectária. Uma criança limita-se a ser, inocente de todos os disparates dos hindus, dos budistas, dos jainas. Uma criança é um simples espelho.
Mas a sociedade começa imediatamente a trabalhar a criança - é preciso dar-lhe um molde. A criança nasce como uma liberdade, porém, a sociedade começa imediatamente a matar essa liberdade.É preciso dar-lhe um molde, um padrão.
Se nascer numa família hindu, os pais começarão a ensinar-lhe que é hindu.Estão a criar um estado hipnótico. Ninguém é hindu - e esta criança é inocente, pode ser enganada. Esta criança é simples. Acreditará no que dizem os pais, que é hindu - não apenas hindu, mas um brâmane, não apenas um brâmane, mas um brâmane
A sociedade dá conceitos; depois, dá preconceitos; depois, teorias, e filosofias, e sistemas, e religiões. E ela nunca mais será capaz de ver a direito. A sociedade estará sempre lá para interpretar. Não estão conscientes quando dizem que algo é bom - estão mesmo lá, a olhar?
São vocês que sentem que algo é bom, ou é apenas uma interpretação da sociedade? Algo é mau - olharam bem e chegaram à conclusão de que algo é mau, ou terá sido a sociedade que, simplesmente, vos ensinou que é mau.
Mas nenhuma sociedade vos permite que olhem diretamente. Está sempre a intrometer-se e a interpretar, e vocês são enganados dessa maneira.
Todas as manhãs um monge dizia: - " Não te deixes enganar pelos outros." Urge responder: " Sim, senhor, sim, senhor. Não serei enganado pelos outros.
É preciso lembrar isto constantemente, porque os outros estão por todo o lado e vão-vos enganando de maneiras muito subtis. Neste momento, os outros têm mais poder do que nunca. Através da publicidade, através da rádio, através dos jornais, através da televisão , os outros vão-vos manipulando."
( Osho )