Todos nascemos com um sistema emocional saudável. Ao
nascer, nos amamos e nos aceitamos, sem fazer julgamentos sobre quais
são as nossas partes boas e quais as ruins. Ocupamos a integridade do
nosso ser, vivendo o momento e expressando livremente o nosso eu. À
medida que crescemos, começamos a aprender com as pessoas à nossa volta.
Elas nos dizem como agir, quando comer, quando dormir, e começamos a
fazer distinções. Aprendemos quais são os comportamentos que nos
garantem aceitação e quais os que provocam rejeição. Aprendemos ao
conseguir uma resposta imediata ou quando nossos apelos não são
atendidos, da mesma forma que passamos a confiar nas pessoas que nos
rodeiam ou a odiá-las. Aprendemos o que é consistente e aquilo que é
contraditório; quais as características aceitáveis em nosso meio e as
que não o são. Tudo isso nos desvia da possibilidade de viver o momento e
impede que nos expressemos livremente.
Precisamos
reviver a experiência da nossa fase de inocência que nos permite
aceitar tudo o que somos a cada momento, pois só dessa forma teremos uma
existência saudável, feliz e completa. Esse é o caminho. No livro de
Neale Donald Walsch, Conversando com Deus, Deus diz:
O
amor perfeito está para o sentimento como o branco total está para a
cor. Muitos pensam que o branco é a ausência de cor, mas não é. Na
verdade, é a abrangência de todas as cores. O branco é feito de todas as
cores combinadas. Assim também, o amor não é a falta de emoção (ódio,
raiva, desejo, ciúme, dissimulação) mas a soma de todos os sentimentos. É
a soma total, o montante agregado, o todo.
O
amor é abrangente: aceita toda a ordem de emoções humanas – as emoções
que escondemos e aquelas que tememos. Jung disse, certa vez: “Prefiro
sentir-me inteiro do que ser bom”. Quantos de nós traíram a si mesmos
para serem bons, amados e aceitos?
A
maioria das pessoas foi educada para acreditar que tem boas e más
qualidades, portanto, para serem aceitas, são obrigadas a se livrar das
más qualidades ou, pelo menos, a ocultá-las. Essa maneira de pensar
ocorre quando começamos a individualizar as coisas, como é o caso do
momento em que passamos a distinguir nossos dedos das grades do berço e
percebemos a diferença entre nós e nossos pais. Mas, à medida que
crescemos, nos damos conta de uma verdade ainda maior – que
espiritualmente estamos todos ligados. Todos nós fazemos parte de cada
pessoa. Desse ponto de vista, devemos perguntar se realmente há partes
boas e más em nós mesmos. Ou são todas partes necessárias para formar um
todo? Como saber o que é bom sem conhecer o que é mau? Como reconhecer o
amor sem viver o ódio? Como podemos ser corajosos sem ter sentido medo?
O modelo holográfico do Universo nos
dá uma visão revolucionaria da relação entre o mundo interior e o
exterior. Segundo essa teoria, cada pedaço do Universo, não importa em
quantas fatias nós o dividirmos, contém a inteligência do todo. Nós,
como seres humanos, não estamos isolados e dispersos. Cada pessoa é um
microcosmo que reflete e contém o macrocosmo. “Se isso for verdade”, diz
o pesquisador de mentes Stanislav Grof, “então todos nós temos
potencial para ter acesso experimental, direto e imediato a virtualmente
qualquer aspecto do Universo, estendendo nossas capacidades bem além do
alcance de nossos sentidos”. A marca impressa do Universo inteiro está
contida em todos nós. Como declara Deepak Chopra, “Não estamos no mundo,
mas o mundo está dentro de nós”. Cada um possui todas as qualidades
humanas. Podemos ser tudo aquilo que vemos ou concebemos, e o propósito
da nossa jornada é restaurar a integridade individual.http://libertesuamente13.blogspot.com.br