Enquanto
grandes fundos dos Estados Unidos reduziram nos últimos meses as
apostas em papéis da Petrobrás, um grande investidor está indo na
direção contrária, o bilionário George Soros. Desde o começo do ano ele
vem aumentando as compras de ações da empresa brasileira e no último
trimestre dobrou a quantidade de papéis em suas carteiras.
Soros
fechou o terceiro trimestre com 5,1 milhões de ações e opções de
compras da Petrobrás. No período anterior, ele tinha 2,4 milhões de
papéis, também acima dos 2 milhões do primeiro trimestre, de acordo com
dados enviados pela Soros Fund Management, que administra cerca de US$
28 bilhões, para a Securities and Exchange Commission (SEC, que regula o
mercado de capitais norte-americano). Pelas regras dos Estados Unidos,
os fundos precisam informar à SEC a cada trimestre como estão suas
carteiras no fechamento do período, com a quantidade de ações e as
empresas em que investem.
Já
outros grandes fundos dos EUA têm vendido ações da Petrobrás. A
Millennium Management, que administra cerca de US$ 22 bilhões, reduziu
sua exposição em 86% no terceiro trimestre comparado com o segundo
período de 2014. A Discovery Capital, que faz a gestão de US$ 15
bilhões, cortou em 28%, e a D.E. Shaw, com recursos de US$ 34 bilhões,
em 9%.
Outros
fundos foram ainda mais radicais. A AlphaBet Management, que agora se
chama Saiers Capital e administra US$ 2 bilhões, zerou a posição. A
Arrowstreet Capital, que faz a gestão de US$ 25 bilhões, também se
desfez dos 1,1 milhões papéis da petroleira, segundo os dados da SEC
compilados pelo site especializado em fundos de hedge InsiderMonkey.
Os
American Depositary Receipts (ADRs), recibos que representam ações da
Petrobrás e são negociados na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na
sigla em inglês) acumulam queda de 50% este ano. Uma série de notícias
negativas nos últimos meses tem ajudado a provocar estas perdas. Entre
elas, as denúncias de corrupção na empresa, prisão de executivos da
companhia e de prestadoras de serviços, falta de divulgação do balanço
do terceiro trimestre, alto endividamento e a queda do preço
internacional do petróleo.
Na
avaliação dos analistas de petróleo do Credit Suisse, Andre Sobreira e
Vinicius Canheu, a Petrobrás já quebrou uma série de promessas feitas
aos investidores e é crucial, para restaurar a confiança, que a empresa
apresente números e metas confiáveis e que as investigações das
denúncias tenham resultados concretos, escrevem em um relatório a
investidores.
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