EXAMES DE SANGUE: PORQUE O SEU PODE ESTAR ALTERADO...

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Não é novidade para ninguém que a medicina não é uma ciência exata. O grande problema então começa quando fazemos mal uso de números, estatísticas, da matemática propriamente dita dentro da prática médica. 

Como existem os números indicando o intervalo entre os quais uma substância é considerada normal? Quem determinou que por exemplo os valores normais de Hemoglobina devem ser na média entre 11 e 14g/dl.

Saibam para a criação dos intervalos de normalidade, a medicina se utiliza de uma curva elaborada pelo matemático Gauss. O resumo disto é que cada substância medida tem seus índices ajustados para englobar como normal, 95% da população, ou seja, no caso da Hemoglobina para mulheres, se você estiver com um índice entre 11 A 13g/dl  você estará normal, porque 95% da população está também. Até aí tudo bem, mas pense agora comigo, será então que 95% da população está normal? Esta é a nossa realidade?
Vou explicar ainda mais. Os números são determinados valendo-se de uma quantidade “X” de pessoas aleatoriamente e dentro dos mais variados números que cada pessoa terá para a substância medida no sangue, faz-se um cálculo da média para que 95% destes números estejam normais e somente 5% fiquem como alterados e problemáticos.
 



Porém, dentro destas pessoas, existem doentes, sadias, cancerosas, infectadas, contaminadas, idosas, jovens, etc...  Obviamente, os valores encontrados são absolutamente dependentes da amostra de pessoas e já que o mundo está doente, cada vez mais os números serão alterados. Se ficou confuso, vou dar-lhes um exemplo e acredito que ficará mais simples de compreender (poderia dar incontáveis exemplos).

Vocês acreditam que existe exame para detecção de Chumbo (Pb) no sangue, e que é considerado "normal”  termos índices de 2 a 8?  Mas você médico nunca parou para pensar sobre estes valores? Ora, quer dizer então que se tivermos um paciente com valor inferior de Chumbo (igual a 1 por exemplo), teremos que fazer suplementação desta substância para chegar a no mínimo 2 e ser considerada normal?

É óbvio que não! Vocês sabem quanto é o valor desejável disto em nosso corpo? Zero, pois Chumbo é um metal pesado tóxico.


Mas então o que aconteceu para que fosse determinado estes índices normais? Foi feita uma média estatística na população e estes foram os valores calculados como normais, e já que a população está contaminada infelizmente por este metal pesado, quando o laboratório mede e realiza uma média através da curva de Gauss, determina que o mais comum para 95% da população é estar com estes valores, consequentemente o normal é estar contaminado! O normal para o meu corpo é estar com valores de zero sim, pois não tenho culpa da população estar intoxicada com Chumbo, isto é um problema para saúde. Para vocês verem o quanto pode ser errôneo este método de determinação numérico.

Se o médico unicamente olhar para papéis, para os números dos exames, então usando a estatística podemos concluir que somente em 2,5% destes exames, ou seja, 2,5 a cada 100 pacientes, encontraríamos realmente alterações. Sendo assim, não faz realmente sentido solicitar exames, pois nós médicos procuramos números que em 95% dos casos, devido à forma pela qual os parâmetros foram definidos, estarão dentro destes padrões de normalidade ESTATÍSTICA! E é nisto que se baseia hoje e o que realmente quer o plano de saúde. Que você só tenha direito a realizar os exames conforme o que se suspeita, a tal já ultrapassada medicina baseada em evidências.

O ideal é sim que comecemos a dosar todos os índices sanguíneos das pessoas a partir de seus 15 anos por exemplo anualmente, para que tenhamos a curva dos padrões metabólicos de cada pessoa individualmente sendo acompanhada e isto, por mais incrível que pareça, seria sempre mais barato do que medir somente frente à  uma doença, pois isto sim onera o sistema de saúde e a todos, pois prevenir é infinitamente mais barato e melhor do que tratar a doença.


E concluindo, valores de referência são apenas dados estatísticos de uma certa população, não levando em consideração as individualidades bioquímicas, nem tampouco as distintas morbidades e/ou polimorfismos genéticos que requerem diferentes níveis de nutrientes e sobretudo não representam níveis de otimização funcional.
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