Para organização, vírus revela 'consequência extrema' da falha do fornecimento a serviços de planejamento sexual e familiar
O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do zika e da febre chicungunha - ANPr / Venilton Kuchler/ANPr/08-12-2015
RIO - A
diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta
segunda-feira que a rápida evolução do surto de zika é um alerta de que
“uma antiga doença que cochilou por seis décadas na África e na Ásia
pode, de repente, ressurgir em outro continente causando uma emergência
global de saúde”. Margaret Chan, que participou da 69ª sessão da
Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça, ressaltou que a
possibilidade de uma picada de mosquito na gravidez estar ligada a
anormalidades cerebrais graves alarmou o público e deixou cientistas
pasmo.
Ela afirmou que a
confirmação de uma ligação entre a infecção e microcefalia transformou o
vírus zika, que passou de doença leve a um diagnóstico “devastador para
grávidas” e uma ameaça significativa à saúde global. Segundo ela, isso
revela uma “consequência extrema” da falha em fornecer acesso universal a
serviços de planejamento sexual e familiar.
A diretora-geral da OMS disse ainda que a América Latina e o Caribe tem a maior proporção de gravidezes não desejadas do mundo.
Devido à falta
de testes para diagnóstico e sem vacinas, ela aconselhou mulheres, em
idade reprodutiva a evitarem picadas de mosquito; a adiarem a gravidez; e
a não viajarem a áreas com transmissão em curso”.
Para Margaret
Chan, a propagação do zika, o ressurgimento da dengue e ameaça emergente
da chicungunha são o “preço sendo pago por uma falha política maciça
que deixou a bola cair no controle do mosquito na década de 1970”.
Durante a
assembleia, ela mencionou também o ebola, a febre amarela, a
tuberculose, a malária e doenças crônicas não transmissíveis.
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