Lucas Gomes Arcanjo, que estava
afastado por licença médica, foi encontrado morto na janela de seu
quarto com uma gravata enrolada no pescoço. Conhecido por fazer
denúncias que associavam o senador Aécio Neves (PSDB) à lavagem de
dinheiro e ao narcotráfico, o policial já havia sofrido quatro
atentados, como supostas formas de retaliação; família não acredita em
suicídio
Foi encontrado morto por volta das 12h
deste sábado (26), em Belo Horizonte (MG), o policial civil Lucas Gomes
Arcanjo. De acordo com sua família, que falou ao site Debate Progressita, Arcanjo foi encontrado na janela de seu quarto com uma gravata amarrada no pescoço.
O policial, que estava afastado por
licença médica, tomava antidepressivos. Os familiares, entretanto, não
acreditam na hipótese de suicídio uma vez que suas condições físicas não
o permitiriam se enforcar, ainda mais com uma gravata.
Arcanjo tinha dificuldades para andar e
usava muletas devido a uma sequela deixada por um dos quatro atentados
que sofreu, desde 2002, como suposta retaliações às denúncias que o
tornaram famoso.
Pelas redes sociais, o policial postava
vídeos em que denunciava cacíques tucanos de Minas Gerais com uma
atenção especial ao senador Aécio Neves. De acordo com o policial, que
já chegou a denunciá-lo e entregar provas na Corregedoria da Polícia
Civil, o tucano estava envolvido em uma série de irregularidades que iam
desde lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e até associação
com o narcotráfico.
“Um playboy, um viciado, um bandido”, dizia em seus vídeos, que até hoje não surtiram nenhum tipo de investigação mais profunda.
“Desde 2002 as denúncias sempre pararam por que era de interesse do governo [na época comandado pelo próprio Aécio Neves]. Sempre as denúncias estavam ligadas a órgãos e empresas do governo”, explicou em um dos seus vídeos explicativos.
Pelo Facebook, o deputado estadual Durval Angelo (PT-MG) lamentou a morte do policial.
“Sem dúvida, uma perda imensurável para todos os que lutam por uma sociedade mais justa, sobretudo, nestes tempos sombrios de atentado à democracia. Mas Lucas não se foi. Permanece vivo no exemplo que nos deixa como seu grande legado”, escreveu o parlamentar.