Empresa “aluga” seios de mulheres para anúncios publicitários. A um preço de U$ 10, o internauta escreve a mensagem que gostaria de ver reproduzida nos seios de uma mulher seminua. O Burger King, uma das maiores redes de fast food do mundo, foi uma das empresas que contrataram o serviço pouco convencional. A prática recebeu duras críticas na internet
Revista Fórum
Ainda que o cunho machista que historicamente acompanha as campanhas publicitárias venha sendo alvo, recentemente, de inúmeras críticas, ele recorrentemente reaparece para atender a um público que, apesar de tudo, julga plausível esse tipo de apelo [confira aqui pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão sobre a mulher na publicidade].É o caso do Tittygram, um site russo que está “alugando” seios de mulheres para que os clientes escrevam suas mensagens.
A um preço de U$ 10 (cerca de R$ 30), o internauta escreve a mensagem que gostaria de ver reproduzida nos seios de uma mulher seminua e em pouco tempo recebe, em seu e-mail, uma foto com o produto finalizado.
Ao entrar no site da empresa, fica claro que o principal objetivo é utilizar o apelo sexual para amplificar a repercussão da mensagem dos clientes. Só o slogan da página já dá o recado: “Our boobs. Your message”; em português, “Nossos seios. Sua mensagem”. “Ganhe até $100 por dia! Vista uma linda lingerie ou não vista nada mesmo. Faça um selfie no Tittygram e se torne uma modelo Tittygram!”, convoca a página.
Questionado pelo site The Independent sobre o teor machista e sexista da empresa, o diretor Vladimir Gritsenko se limitou a afirmar que não há sexismo pois “ninguém força as mulheres a posar”.
O caso vem ganhando ainda mais repercussão depois que uma grande rede de fast-food, o Burger King, passou a utilizar o serviço. Em sua página do Facebook, o Burger King russo postou uma foto de uma mulher – feita no Tittygram – com a mensagem: “Eu amo o Burger King” escrita pouco acima dos seios. Como se não bastasse a foto, a empresa apela para o sexismo também na legenda.
“Você quer o seu nome aí? Toda semana o membro mais ativo da comunidade receberá essa mensagem com o seu nome. Não são apenas os Whoppers que são feitos no fogo, tudo com a gente está pegando fogo”, escreveram.
No próprio post, internautas vêm fazendo duras críticas. “Será que Burger King precisa tanto de clientes assim para apelar para tal vulgaridade?”, questionou uma internauta. “Se o seu produto fosse bom, não precisaria sexismo vendê-lo”, postou outra usuária.
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