MANICÔMIO SOCIAL

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Vivemos em dias regados de loucuras, com temperos insanos e leves aromas de normalidades, os ditos “normais”, que em sua maioria são as grandes massas consideradas homens de rebanho, possuem em seu interior correntes que os mesmos veneram, pois foram programados para isso, em muitos casos os “normais” nos intitulam de insanos, loucos e qualquer outro adjetivo que caminhe para a loucura, as vezes somos loucos, mas a nossa loucura é real e tentamos levar aos quatro cantos do planeta leves aromas do perfume da loucura verdadeira, sendo que os “normais” jamais perceberão que nós os loucos somos os verdadeiros normais alterando a essência entre o insano e a sobriedade, talvez os mesmos não consigam sentir nossos cheiros com aroma agradável, pois o olfato deles não estão tão aguçado, seus sentidos já não conseguem perceber que vivem em um grande manicômio social regado de escravidão.
Você sabe qual o espaço mais lúcido da sociedade “Normal”? Serão os fóruns? Ou as redações dos jornais? Ou a tribuna dos políticos? As universidades? A religião? Os Shoppings? O seu trabalho? A mídia? A Internet?

Tenho certeza que não sabem as respostas, mas eu tenho uma resposta que poderá te surpreender.

Os lugares mais sóbrios do manicômio social são os velórios. São eles os espaços mais lúcidos da sociedade. Neles os “normais” desarmam, retiram suas vaidades e suas maquiagens. Nesse espaço, são o que são. Se assim não for, serão mais doentes do que imaginamos. Para uma minoria, composta dos íntimos, o velório é uma fonte de desespero. Para uma maioria, composta dos mais distantes, uma fonte de reflexão. Para ambos, a verdade é crua: tombam no silêncio de um túmulo não como doutores, intelectuais, líderes políticos, celebridades, mas como frágeis mortais.

A morte é perturbadora, mas a vida também o é. A primeira extingue o fôlego humano, a segunda pode asfixiá-lo.

Por que as pessoas ficam desesperadas? As pessoas não morrem os mortos que um dia foram vivos, viveram momentos incríveis, choraram, amaram, se encantaram, perderam, conquistaram. As pessoas ficam tristes com a ausência do ente querido, mergulhados num sentimento de vácuo existencial, mas de fato não morreram, é você, os “normais” que estão deixando morrer no único lugar em que ele tem de continuar vivo. Dentro de vocês.

Às vezes é interessante usarmos métodos socráticos para momentos de reflexão em qualquer área de nossas vidas, tenho analisado e tentado utilizar desses métodos para que eu possa refletir e levar você a refletir também.

Que cicatrizes as pessoas que morrem deixam em suas emoções? Onde eles influenciaram seus caminhos? Que reações marcaram sua maneira de ver a vida? Que palavras e gestos perfumaram seu intelecto?

Estes entes-queridos estão vivos ou mortos dentro de vocês?

Devemos demonstrar que o velório pode ser um ambiente de lágrimas, mas deve ser acima de tudo um ambiente saturado de elogios e recordações solenes. O luto deve ser um ambiente perfumado, uma homenagem para quem partiu. Um ambiente para contar seus gestos, declarar suas reações, comentar suas palavras. A maioria dos seres humanos tem algo para ser declarado. Por favor, contem-me os feitos desse homem! Declarem o significado dele na vida de vocês. Seu silêncio deve alçar vôo de nossa voz.

Quando eu morrer, não se desesperem, caso alguém for se desesperar, mas se esse sentimento surgir, por favor me faça homenagens. Falem dos meus sonhos, falem das minhas loucuras.

Somos átomos vivos que se desintegram para nunca mais voltarem a ser o que eram? O que é a existência ou inexistência? Que mortal o sabe? Quem dissecou as entranhas da morte para expor sua essência? A morte é o fim ou o começo?

Enfim, chega de métodos socráticos, reflita e analise quem somos nós, e não se desespere ao ser anulado no parêntese do tempo a sua vida! Que na manhã, na tarde, na noite ou na madrugada desse dia seja dissipado o orvalho que umedeça a relva! Que seja retida a claridade da tarde que trouxe júbilo aos caminhantes! Resgate-se dessa noite o brilho das estrelas que pontilhavam o céu! Recolham-se da sua infância e de toda a sua vida seus sorrisos e seus medos, suas meninice, suas peripécias e suas aventuras!

http://fernandogmaciel.blogspot.com.br
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