Andressa Urach – Mais uma vítima da Ditadura da Beleza? Crônica

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A mulher a cada dia mais cede a tentação de ser mais bonita, mais bela dentre outras e este desejo (irrefreável) leva-a a perda da consciência, do discernimento do que pode ser benéfico, providencial para melhorar sua aparência daquilo que vai além do saudável e aceitável. É significativo o número de mulheres que se deixam tragar por esse pensamento leviano, infrutífero e muitas vezes mortal de se tornar um objeto de desejo, de sedução, de referência de beleza.
Com o avanço da medicina associada à tecnologia cada vez mais vem surgindo opções de tratamento estético que possibilitam a mulher corrigir (reais e supostos) defeitos em seu corpo, podendo chegar ao nível de embelezamento considerado escultural. Observando por esta vertente podemos afirmar que é justo e saudável a mulher procurar melhorar seu corpo no sentido de tornar-se mais bonita e mais bela, visando fortalecer sua autoestima e melhorar seu poder de sedução. Entretanto, se voltarmos nossa atenção para outra direção que seria a busca constante e incontrolável da beleza suprema, irretocável, estaremos diante de uma mulher que perdeu grande parte de sua autoestima, de seu discernimento e de sua percepção visual. Este gênero de mulher que se autoconsidera “supervaidosa” acaba enveredando por um caminho mórbido, submetendo-se a procedimentos estéticos e cirúrgicos nem sempre seguros, que a conduzem a internação hospitalar, seguida de translado para unidade de tratamento intensivo e, às vezes, infelizmente ao óbito.
Temos – e não são poucos – casos de mulheres que já possuíam um corpo bem modelado, escultural e continuaram a buscar a “perfeição estética” na crença para elas real que ainda lhes faltava “alguma coisa” em seu corpo, que ele ainda apresentava defeitos que não a tornavam totalmente desejável, totalmente competitiva no campo da sedução, bem como nas oportunidades de serviço ou emprego. Esse pensamento tem sido muito comum no universo artístico que exige para a grande maioria das mulheres um corpo escultural (leia-se magro, tendendo ao curvilíneo) para que elas sejam visualmente atraentes e conquistadoras da psique masculina. Essa premissa leva-as a fazer todo tipo de tratamento estético, porque um corpo escultural é condição sine qua non para boas e ótimas oportunidades de emprego (programas, novelas, ensaios fotográficos, comerciais, etc.), para auferir melhores ganhos financeiros e manter-se em destaque no meio onde deseja ter fama, prestígio, glamour.

Essa descrição do parágrafo anterior retrata a tão conhecida e propalada ditadura da beleza. E muitas mulheres, jovens e nas demais fases de suas vidas, são subjugadas por ela e seus derradeiros tentáculos. Infelizmente, a apresentadora Andressa Urach submeteu-se a um procedimento estético visando “aperfeiçoar” suas curvas, ato que redundou em complicações físicas e orgânicas que a obrigaram a internar-se e agora está na UTI em estado muito delicado. Ela é mais uma refém, mais uma vítima da ditadura da beleza. Nas redes sociais e na web estão sendo postadas várias manifestações para seu restabelecimento e que assim seja, que Andressa Urach fique curada e volte a viver normalmente. Que esse momento difícil passe para essa jovem e sua família que certamente está muito apreensiva com o seu futuro. Mas para aqueles que acreditam no Senhor da História, para ele nunca existiu a palavra impossível, apenas para a série Missão Impossível apresentada nos anos 60.
*imagens do Google – autor desconhecido
Robert  Thomaz




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