A cannabis, também conhecida por vários nomes populares, é composta
por mais de 400 substâncias, das quais o tetraidrocanabinol (THC), o
canabidiol (CBD) e o canabinol (CBN).
A planta é usada há mais de 5 000 anos, em rituais religiosos e
espirituais, mas também como medicamente para tratar várias doenças.
Actualmente o seu uso é ilegal na grande maioria dos países, o seu
trafico destina-se ao consumo com fins recreativos dado o seu efeito
psicotrópico.
Até 1937, era utilizada nos Estados Unidos como tratamento para várias doenças, altura em que foi proibida.
Um estudo tornado público, por ter sido accionada a lei "Freedom of
Information Request", isto é a obrigatoriedade de tornar público um
documento em nome da liberdade de informação, revela os resultados de um
estudo encomendado em 1972 sobre os efeitos do cannabis.
Na realidade, esse estudo pretendia convencer toda a gente que fumar
cannabis tinha os mesmos perigos que fumar cigarros. Durante 2 anos, a
universidade de Medicina de Virginie realizou um estudo sobre os efeitos
do THC sobre o corpo humano.
Descobriu-se que administrado sob a sua forma mais concentrada, por
exemplo óleo de cannabis, o THC atacava todas as células defeituosas do
organismo e regeneravas a sãs. Contrariamente à quimioterapia, que mata
um em cada cinco doentes tratados, o THC actuava na regressão de um
grande número de cancros e não tinha efeitos colaterais.
Em 1976, pôs-se definitivamente fim ao programa de investigação
universitário e a responsabilidade das investigações foi entregue à
indústria farmacêutica que, claro, não conseguiu desenvolver qualquer
medicamento à base de cannabis com benefícios para a saúde.
Estudos in-vitro e in-vivo mostram que os canabinóides atrasam o
crescimento de um grande número de cancros e reduzem o tamanho de um
número significativo. Este efeito anti-tumeral deve-se em parte à sua
capacidade em induzir nas células cancerosas a sua própria morte
(apoptose).
Apesar da grande relutância em organizar estudos duplamente cegos em
seres humanos, os poucos estudos que se conhecem indicam que o uso de
cannabis no tratamento de vários cancros poderia ter efeitos bastante
benéficos.
Cancro do cérebro
Os canabinóides inibem a proliferação das células cancerosas no
glioblatoma multiforme recorrente. essa inibição verifica-se in-vitro,
mas também quando foi administrada a 9 doente verificou-se o mesmo
efeito.
British Journal of Cancer (2006)
Este estudo mostra igualmente uma inibição e redução dos gliomas (cancro
bastante maligno do cérebro) nos ratos, sem efeitos colaterais
psicotópicos.
Cancer Res. (2001)
Um estudo em ratos evidencia que os canabinóides têm um efeito protector contra a degenerescencia cerebral.
The Journal of Neuroscience (2001)
http://www.jneurosci.org/content/21/17/6475.abstract
http://www.jneurosci.org/content/21/17/6475.abstract
Cancro da mama
Nos casos mais agressivos de cancro da mama, houve uma redução do
tamanho do tumor e uma diminuição significativa do risco de metatases
(em particular pulmonares) num estudos em ratos.
Breast Cancer Res Treat. (2012)
O canabidiol, canabinóide de baixa toxicidade, quando administrado,
tornou o cancro da mama significativamente menos invasivo en-vitro e
menos metastásico in-vivo.
Mol. Cancer Ther. (2007)
Os autores deste artigo sugerem que o uso de canabinóides pode ser útil no tratamento da maioria dos cancros da mama.
Cancer Treat Rev. (2012)
Cancro do pulmão
Os canabinóides promovem uma diminuição da capacidade de crescimento das células cancerosas em certos tipos de cancro do pulmão.
FASEB J. (2012)
Os canabinóides reduziram, no animal de laboratório, a proliferação e
vascularização dos cancros do pulmão de não-pequenas células (80% dos
cancros do pulmão) e aumenta a apoptose (morte celular programada) das
células cancerígenas.
Cancer Prev Res (2011)
Cancro do cólon
Os canabinóides reduzem o tamanho dos cancros do cólon, in-vitro, e o risco de metatases in-vivo.
National Cancer Institut
Cancro do pâncreas
Estudos revelam que os canabinóides promovem a redução do cancro do
pâncreas através da apoptos das células tumorais, sem afectar as células
normais.
The Journal of Cancer Research (2006)
J. Mol. Med. (2012)
Cancro da próstata
Alguns componentes dos canabinóides são úteis na regressão dos cancros da próstata recorrentes e invasivos.
Prostate (2003)
A próstata possui receptores canabinóides cuja a estimulação produz
efeitos anti-androgénicos e apoptose das células malignas. Os autores
concluem que deveriam ser levadas a cabo estudos duplamente cegos em
seres humanos.
Indian J Urol. (2012)
Os canabinóides reduzem o tamanho do cancro da próstata por apoptose.
Br. J. Pharmacol. (2013)
Cancro dos ovários
Certos tipos de tumores dos ovários poderão regredir por inibição do crescimento das células cancerosas.
Cancro do sangue
As células de certos linfomas e leucemias são induzida à apoptose pelos canabinóides.
Blood (2002)