Não deve ser indiferente o que fazemos com a nossa vida, muito embora ela esteja diante de possibilidades a escolher. E nós devemos escolher a liberdade. Mas eu não falo só de liberdade, mas também de libertação, de movimento, de progresso. Não falo de liberdade como algo quieto, mas de libertar-se passo a passo, como quem caminha em direcção à luz e ao calor, desfazendo-se das roupas e das coisas que incomodam.
O que se deve fazer não depende de uma moral distante, incompreensível e convencional., mas sim de leis - de vida, de luz, de evolução - e ir contra esta evolução é ir contra si mesmo.
As maiores descargas de energia produzem-se por actos descontrolados. A sexualidade excessiva ou reprimida, o apêgo a bens materiais, a imaginação sem freio e o exagero em comer, beber, falar, etc.
Não nos devemos deixar dominar pelas necessidades físicas, mas sim equilibrá-las e usufruir de tudo aquilo que nos dá alegria e prazer, com liberdade e sem inibição.
Devemos aprender a distinguir aquilo que é dificuldade, problema, inconveniência, daquilo que é contradição.
Quem improvisa a sua vida às cegas, fatalmente começa a degradar-se e a frustrar-se caindo no ressentimento e esquecendo tudo aquilo que algum dia alcançou perceber.
Devemos compreender como os estados internos estão ligados uns aos outros e que lógica inflexível tem a consciência.
Precisamos aprender a descobrir a verdade por detrás das alegorias, que em certas ocasiões desviam a mente, mas que em outras traduzem realidades impossíveis de explicar sem representações.
Podemos tomar por real o que vemos em sonhos e no semi-sono. Também é real o que percebemos despertos, se temos verdadeiramente disposição para compreender.
Muitas vezes vêm à mente interrogações sem qualquer pretensão, mas unicamente para satisfazer o desejo, tão natural de quem investiga a verdade e busca a luz e a evolução.
Todos aqueles que se esforçam em desenvolver um trabalho interno e que por meio de questionamentos procuram a ampliação da consciência e a revelação interior, certamente serão auxiliados.
Somos constantemente influenciados pela acção do meio e enquanto quisermos mudar o meio e não o nosso EU, é o meio que nos vai mudar.
A responsabilidade daquele que se compromete com algo, justifica toda uma existência, não implica em sacrifícios, mas em satisfação e vitórias.
Devemos ficar em liberdade interior e caminhar com resolução. Unir a nossa força às da Natureza e então não encontraremos resistência.
Dentro da nossa liberdade nós poderemos permanecer ou recuar, mas nada justifica aquele que vacila e perde a batalha.
Não se pensa como se quer. O pensamento é espontâneo e reflecte no consciente a imagem verdadeira do EU de cada um, então dependendo do meio, do grau cultural e do nível de aceitação da moral da época, este consciente censura o pensamento e o transforma para o mundo exterior. O que vem para fora são quase sempre as ideias que convém ás circunstâncias. Mas ninguém é o que quer parecer.
É impossível dar ao pensamento um poder de selecção do negativo e do positivo, sem materializá-lo.
Transformar este poder negativo em positivo a nível consciente não resolve o problema. O mal já foi feito.
Quando se diz que o pensamento evoca, afasta, que consciência selecciona, fala-se em sentido figurado. Nós sabemos o que há por trás dessas imagens.
As palavras são metáforas e nós sabemos compreender a realidade que se esconde sob elas.
A única maneira de ampliar a consciência é primeiro existir por si e para si, depois então espontâneamente e
sem censura, existir para os outros.
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