Do UOL, em São Paulo
Reportagem publicada nesta terça-feira em "O Estado de São Paulo" mostra que a Sabesp já retirou 3,2 bilhões de litros da segunda cota do volume morto na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, um dos reservatórios do sistema. O uso dessa segunda reserva profunda de água, que fica abaixo do nível das comportas, ainda não foi formalmente autorizado. A Sabesp nega descumprir a regra.
"[A Sabesp] quer retirar o segundo volume morto, que é a pré-tragédia. Mas não há alternativa para São Paulo que não seja chover ou tirar água do volume morto do Cantareira", afirmou.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse na manhã de hoje que o abastecimento de água está garantido.
"Nós já passamos o período da seca, já entramos na primavera, nem
entramos na segunda reserva técnica e temos uma terceira reserva
técnica", afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan.
Na última sexta-feira (17), a ANA concordou com a proposta da Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de retirar uma
segunda parte da reserva técnica do sistema, com 106 bilhões de litros
de água. A companhia precisa ainda do aval do DAEE (Departamento de
Águas e Energia Elétrica) para começar a usar essa água.
A primeira cota do volume morto começou a ser captada pela Sabesp em
maio deste ano, quando o Cantareira estava em 8,2%. Com a reserva, o
nível de água disponível aumentou para 26,7%. Hoje, o sistema, que
abastece um terço da população da Grande São Paulo (6,5 milhões de
pessoas), está em 3,3% de sua capacidade de armazenamento. Esse
percentual é o que resta da primeira parte do volume morto.
O debate na Alesp foi mediado e organizado pelo deputado estadual
Adriano Diogo (PT), que é da bancada de oposição ao governo de Geraldo
Alckmin (PSDB). Nenhum membro da bancada governista fez parte da mesa. A
ANA é uma autarquia federal reguladora dos recursos hídricos. Seu
presidente foi indicado pela presidente Dilma Rousseff. A reportagem do UOL procurou a Sabesp, mas não teve resposta até o momento
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