Confinamento contra ebola em Serra Leoa gera preocupação sobre direitos humanos

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Mais de 20 mil pessoas devem fiscalizar o confinamento, segundo o governo
O governo de Serra Leoa, um dos países mais afetados pela epidemia de ebola, anunciou que vai confinar sua população por três dias para tentar conter o vírus - o que levantou preocupação sobre uma potencial violação de direitos humanos na região.
Segundo os representantes do governo do país, mais de 20 mil pessoas deverão atuar para garantir que os moradores fiquem dentro de suas casas.
Entre os dias 19 e 21 de setembro, ninguém poderá sair de casa.
"A gente não espera que eles se recusem [a ficar em casa]. Ou eles obedecem ou estarão desrespeitando a lei. Se você desobedecer, estará desobedecendo o presidente", disse à BBC Sidie Yahya Tunis, diretor de comunicação do Ministério da Saúde.
O correspondente da BBC na África Ocidental, Thomas Fessy, diz que o sucesso do plano vai depender da vontade da população de colaborar.
Uma implementação obrigatória do confinamento provavelmente traria à tona questões de respeito a direitos humanos e teria potencial para dar início a protestos violentos.
No mês passado, a Libéria, outro país atingido pela epidemia, isolou uma grande favela da capital, Monróvia, por mais de uma semana na tentativa de conter o vírus.
Enquanto isso, a Nigéria, que tinha fechado escolas para conter a epidemia, anunciou que vai reabri-las a partir de 22 de setembro.

Confinamento

O objetivo do confinamento em Serra Leoa é permitir que trabalhadores de saúde possam isolar novos casos da doença para impedir que ela se espalhe ainda mais.
Homem observa equipes de saúde. Credito: AFP
Epidemia já matou mais de 2 mil pessoas
O surto já matou cerca de 2,1 mil pessoa em Serra Leoa, Libéria, Guiné e Nigéria nos últimos meses.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou na sexta-feira que trabalhadores de saúde poderiam receber vacinas a partir de novembro, quando testes de segurança terminam
Mais de 20 profissionais de saúde morreram de ebola em Serra Leoa desde o início da epidemia, em março.
A doença infesta humanos pelo contato próximo com animais infectados como chimpanzés, morcegos de frutas e antílopes.
Ela se espalha entre humanos pelo contato direto com sangue, fluidos corporais ou órgãos infectados, e indiretamente por contato com ambientes contaminados.

BBC

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